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Eliete Negreiros: cantora e filósofa reflete sobre suas paixões na música brasileira

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                                                                 Detalhe da capa do livro de Eliete Negreiros  

O efeito tridimensional criado por Werner Schulz para a capa de “Amor à Música” (lançamento Sesc Edições), o novo livro de Eliete Eça Negreiros, é um engenhoso convite para que o leitor penetre no universo das paixões musicais da ensaísta e doutora em Filosofia pela Universidade de São Paulo. Nos anos 1980, quando ainda era cantora, Eliete participou ativamente da chamada vanguarda paulista, ao lado de Arrigo Barnabé, Itamar Assumpção e dos grupos Rumo e Premeditando o Breque, entre outros.

Esta compilação de textos escritos para as revistas “Caros Amigos” e “piauí”, na década passada, reúne breves ensaios e perfis de expoentes da música popular brasileira, de Chiquinha Gonzaga e Pixinguinha a Dorival Caymmi e Dominguinhos, passando por outros grandes nomes do samba, da Bossa Nova, da Tropicália e da canção brasileira.

No ensaio “Falar de Música”, Eliete conta uma reveladora experiência pessoal, que a estimulou a escrever sobre compositores e intérpretes que aprecia. Estava se apresentando em cidades do interior paulista, com seu show “Canção brasileira, a nossa bela alma”, quando uma menina emocionada cantarolou alguns versos de “Feitio de Oração” (de Noel Rosa e Vadico) e lhe perguntou se aquela linda canção era de sua autoria.

Surpresa com a ingênua ignorância da garota, Eliete refletiu sobre o que acabara de vivenciar. “As pessoas que estão me ouvindo não fazem ideia do que significam essas canções que estou cantando. Sentem, mas desconhecem as canções, os compositores, toda essa parte tão vital, bela e gostosa de nossa cultura. Não temos memória musical e um mundo pode se perder no esquecimento”, lamentou.

Com esse relato, a ensaísta traça uma alegoria do evidente descaso que existe hoje, em diversas esferas do país, na relação com a nossa cultura. Ao tratar a música popular brasileira com todo o carinho e a sensibilidade que ela merece, Eliete Negreiros faz a sua parte, brilhantemente, nas páginas deste livro.




Homenagem a Aldir Blanc: João Bosco, Guinga e Banda Mantiqueira em encontro histórico

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                                                        João Bosco, Nailor Proveta e Guinga, no show dedicado a Aldir Blanc 
 

Quem teve a sorte de assistir a algum dos quatro shows dedicados ao grande letrista e escritor Aldir Blanc (1946-2020), com a Banda Mantiqueira, João Bosco e Guinga, neste final de semana, sabe que presenciou um encontro histórico. A última dessas disputadas apresentações, com ingressos já esgotados, será hoje, no teatro do Sesc 24 de Maio, em São Paulo, como parte da programação da Virada Cultural.

“Obrigado, nós somos brasileiros por causa de vocês”, agradeceu emocionado Nailor Proveta, clarinetista e diretor musical da Mantiqueira, falando também em nome dos fãs desses três gigantes da música popular brasileira, no show de sexta-feira (27/5).

É bem provável que a homenagem teria agradado ao irreverente Aldir. Em vez de discursos solenes, o bom humor prevaleceu em vários momentos, especialmente nos divertidos causos contados por seus parceiros. João Bosco relembrou que, no primeiro encontro oficial do então cirurgião-dentista Guinga com o letrista e ex-psiquiatra Aldir, este perguntou se iriam dividir um consultório ou iniciar uma parceria musical.

Guinga não deixou por menos. Bastante emocionado também, disse que não aceita a ideia da morte de Aldir, porque sua obra grandiosa ficará para sempre. E depois de afirmar que não gosta de ir a enterros, confessou que vai tentar fugir de seu próprio funeral.

Foram duas horas de muita emoção, risos e canções sublimes, como “Baião de Lacan”, “Chá de Panela” e “Catavento e Girassol” (parcerias de Aldir com Guinga), assim como “Dois Pra Lá, Dois Pra Cá”, “Nação” e “Da África à Sapucaí” (parcerias de Aldir com João Bosco). Sem falar nos sensacionais arranjos da Mantiqueira – que está festejando seus 30 anos – para clássicos como “Incompatibilidade de Gênios” ou “Bala com Bala”.

Uma noite inesquecível. Viva Aldir, João Bosco, Guinga e a Banda Mantiqueira!






eFestival 2021: você já pode incentivar talentos da música brasileira

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Já estão disponíveis, no site oficial do eFestival, as listas dos músicos finalistas desse concurso, que tem revelado e apoiado talentos musicais há duas décadas. Quem vai definir os vencedores dessa competição é o público, incluindo você, que também pode votar nos seus favoritos.

Tive o prazer de participar da comissão que selecionou esses finalistas, ao lado do maestro e produtor Ruriá Duprat, do multi-instrumentista e compositor Tuco Marcondes e do jornalista e crítico musical Mauro Ferreira – profissionais de prestígio e reconhecida competência em suas áreas.

Ao avaliar os candidatos e candidatas, seguimos critérios objetivos, como originalidade, criatividade, interpretação e performance musical, entre outros, assim como a qualidade técnica dos vídeos. Além disso, tentamos contemplar a diversidade racial e de gêneros das candidatas e candidatos, assim como as diferentes regiões geográficas do país nas quais eles vivem.

Preocupada em balancear todos esses critérios, infelizmente, a comissão de curadores se frustrou ao ver alguns de seus indicados falharem em quesitos técnicos ou infringirem algum item do regulamento do concurso, que os levou a serem desclassificados. Gostaríamos de ver mais mulheres na seleção de finalistas, assim como mais candidatos do Norte e do Nordeste do país, sem que fôssemos obrigados a deixar os critérios musicais em segundo plano.

Esperamos que todos os candidatos não-selecionados voltem a se inscrever, em 2022, na próxima edição do eFestival. E que as candidatas e os candidatos inscritos dediquem um pouco mais de tempo à análise do regulamento do concurso, para não serem desclassificados por motivos extramusicais.

Agora é com você. Vote em seus favoritos e ajude a eleger os vencedores do eFestival 2021, neste link: www.efestival.com.br

 

Borandá: gravadora festeja 10 anos investindo em música de alta qualidade

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                                                         A cantora Sandra Fidalgo e o acordeonista Toninho Ferragutti

Os felizardos que lotaram ontem as mesas do Bona, em São Paulo, para ver o show comemorativo dos 10 anos da gravadora Borandá, já sabiam que a noite seria especial. Com oito craques da música instrumental e duas cantoras de alto quilate se revezando no pequeno palco, ninguém poderia esperar por menos.

Responsável pela produção e distribuição de dezenas de discos de música brasileira contemporânea, tanto instrumental como vocal, a Borandá manteve durante sua primeira década de vida um padrão de alta qualidade. Com seu catálogo recheado de ótimos discos, não deve ter sido fácil escolher o elenco de ontem.

Num show com mais de duas horas de duração, com tantas belezas musicais e demonstrações de virtuosismo instrumental, só vou destacar algumas surpresas. Como o clássico fado “Estranha Forma de Vida” (de Amália Rodrigues e Alfredo Duarte), interpretado com muita emoção pela cantora portuguesa Sandra Fidalgo e um inusitado toque de tango adicionado pelo acordeonista Toninho Ferragutti. Aliás, essa dupla acaba de lançar, pela Borandá, o CD “Paisagem Verde”. 


Intensa também foi a versão de “Corsário” (de João Bosco), que confirmou o conhecido talento da cantora Verônica Ferriani, muito bem acompanhada pelos violões de Marco Pereira (ambos na foto ao lado) e Swami Jr. Finalmente, encerrando o show, a suíte com quatro composições de Baden Powell, que o acordeonista Bebê Kramer e Marco Pereira tocaram juntos, foi simplesmente sensacional.

Parabéns a Gisella Gonçalves e Fernando Grecco, diretores da Borandá, assim como à sua talentosa equipe. Que essa pequena e corajosa gravadora continue apostando em música brasileira feita com coração e requinte instrumental. 


Gravação do show dos 10 anos da gravadora Borandá, no site da Boxcast TV

Naná Vasconcelos, Zeca Baleiro e Paulo Lepetit: trio se diverte com a diversidade brasileira

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                                              Ilustração para encarte do CD, baseada em fotos de Matthieu Rougé

Fruto da inédita parceria do percussionista pernambucano Naná Vasconcelos com o cantor maranhense Zeca Baleiro e o baixista paulista Paulo Lepetit, artistas que já deixaram suas marcas em diferentes gêneros da música popular brasileira, o álbum “Café no Bule” (lançamento do Selo Sesc) logo envolve o ouvinte com sua descontração. O samba de terreiro “Batuque na Panela” antecipa o tom bem-humorado de outras faixas, como o coco-de-roda “Mosca de Bolo” ou o “Xote do Tarzan”.

Também chama atenção a diversidade rítmica do repertório, quase todo assinado pelos três parceiros, que vai de uma dançante ciranda (“Ciranda da Meia-noite”) a um maracatu com tiradas filosóficas (“Loa”), passando pelo afoxé “A Dama do Chama-Maré”, que ganhou tempero de reggae e um naipe de metais. Um disco que não nasceu da pretensão de criar canções rebuscadas, mas sim do prazer proporcionado por esse encontro musical. Prazer que também se estende ao ouvinte. 


(Resenha publicada no "Guia Folha - Livros, Discos, Filmes", em 27/03/2016)

Gal Costa: caixa "Gal Total" reúne 15 primeiros discos da cantora e 28 gravações raras

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Já está nas lojas “Gal Total”, caixa que reúne os 15 primeiros álbuns da carreira de Gal Costa. Do bossa-novista “Domingo” (1967), que ela gravou em parceria com Caetano Veloso, ao popular “Baby Gal” (1983), disco que marcou o final de seu contrato com a gravadora Philips (hoje Universal), essa edição resgata, por meio da voz privilegiada dessa intérprete, um dos períodos mais criativos da música popular brasileira, com destaque para a fase tropicalista.

Além dos 15 álbuns, essa caixa também inclui um CD duplo com 28 gravações raras, extraídas de compactos, de discos de festivais ou de projetos especiais. Muitas dessas faixas estavam inéditas até hoje em CD, como “Dadá Maria” (que Gal gravou em duo com o compositor Renato Teixeira) e “Bom Dia” (de Gilberto Gil e Nana Caymmi), ambas produzidas para o LP “3º Festival da Música Popular Brasileira”, lançado em 1967.

A seguir, uma entrevista com a cantora, que fala de sua paixão pela bossa de João Gilberto e relembra o episódio da canção “Divino Maravilhoso” (veja o video abaixo), marco de uma nova atitude em sua carreira, estimulada pelas inovações da Tropicália. Finalmente, Gal anuncia para 2011 a gravação de seu novo álbum com repertório inédito assinado por Caetano Veloso.

Como foi a sensação de ver as duas primeiras décadas de sua obra musical sintetizadas em “Gal Total”?
Gal Costa - Fiquei muito feliz, porque muitos dos meus discos estavam fora de catálogo. É importante que uma obra tão rica como essa seja registrada, inclusive para os jovens de hoje que se interessam tanto por minha história como pela história do Tropicalismo.

No encarte da caixa, você comenta que resistiu muito à idéia de cantar iê-iê-iê (o rock dos anos 60), apesar da insistência de seu produtor, Guilherme Araújo. Por quê?
Gal - Como eu era totalmente apaixonada por João Gilberto, tinha uma tendência a não gostar de quase mais nada. Eu até gostava de Roberto Carlos, mas não me via cantando aquilo. Era uma questão de postura. Para mim, João Gilberto era um deus e a bossa nova era a maior música que existia no mundo.

O que a fez mudar de atitude?
Gal - Convivendo com Caetano Veloso e Gilberto Gil, fui absorvendo toda aquela discussão do Tropicalismo. Ouvia Jimi Hendrix e Janis Joplin com Gil e aquilo começou a entrar em mim. Quando fui cantar “Divino Maravilhoso” (no Festival de MPB da TV Record, em 1968), Gil perguntou como eu queria fazer. Então disse a ele que queria cantar de uma maneira bem diferente, com um arranjo extrovertido, para fora. Eu queria o oposto do que eu era. Até Caetano, que não participou do ensaio, tomou um susto quando me viu cantar (risos).

Seus fãs mais saudosistas ainda cobram que você mantenha aquela atitude transgressiva dos tempos da Tropicália?
Gal - Essa cobrança já foi feita por muito tempo, mas eu acho que hoje ninguém mais cairia no ridículo de cobrar que eu mantenha aquela postura revolucionária, que eu seja hoje o que eu era na época do Tropicalismo. Se essa cobrança ainda acontecer um dia, vou dar muita gargalhada.

Você sente saudade dos anos 60 ou 70?
Gal – Não sou uma pessoa saudosista. Posso ter saudade da época em que minha mãe era viva, mas não sinto que aquele tempo é melhor do que este. Estou num momento maravilhoso, continuo cantando muito pelo mundo todo. Minha voz está ótima, perfeita. Não perdi nada, só ganhei.

No encarte, você relembra que gravava os vocais de seus discos muitas vezes, no início da carreira. Esse perfeccionismo também tinha a ver com a admiração por João Gilberto?
Gal – Totalmente, tinha tudo a ver com João Gilberto. Não me lembro mais qual, mas sei que cheguei a gravar mais de 25 vezes uma mesma canção para o disco “Domingo”. No final, quando ouvimos, a primeira era a melhor. Com o tempo isso foi se dissipando, esse perfeccionismo exagerado acabou. Hoje, eu gravo a canção quatro ou cinco vezes e escolho a que mais gosto. Às vezes sai direto, logo na primeira vez.

Qual será seu próximo projeto? Vai mesmo gravar em 2011 o disco que Caetano Veloso prometeu produzir?
Gal - Sim, e o grande barato desse projeto é que Caetano está compondo todas as canções. Seis já estão prontas, até já tirei o tom. As músicas são lindas. Considero esse projeto uma homenagem, um presente muito especial de Caetano para mim. Ele é um irmão, temos uma grande identidade musical. Foi João Gilberto que nos uniu.

(Entrevista publicada parcialmente no “Guia da Folha – Livros, Discos e Filmes”, em 29/10/2010)


Pablo Milanés e Maria Rita: até quando o Brasil vai esnobar a música cubana?

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                                                                              Foto de Marcos Hermes/Telefônica Sonidos
 
Pablo Milanés, 67, expoente da moderna canção cubana, já estava sentado no palco do Jockey Club paulistano, prestes a iniciar seu show pelo festival Telefônica Sonidos, quando uma garota de vinte e poucos anos se virou para perguntar: “Sabe de que país ele é?” Como outros jovens da platéia, ela estava ali para ver Maria Rita, a convidada do compositor e cantor cubano.

Essa ignorância é justificável. Nas últimas décadas, com raras exceções, as gravadoras e rádios brasileiras simplesmente ignoraram a riqueza e a diversidade da música produzida em Cuba. E o isolado fenômeno Buena Vista Social Club, no final dos anos 90, só veio confirmar esse descaso.

Mostrando que não se aferra ao passado, Milanés já abriu a noite avisando que faria um apanhado de sua obra mais recente. Para isso escolheu canções que gravou na última década, como as líricas “Los Dias de Gloria” e “Nostalgias”, ou a romântica “Soñando”. Talvez tenha decepcionado um pouco os fãs da velha guarda, que preferem suas canções de temática social.

Discreta, Maria Rita entrou no palco com a devida reverência. Cantou o sucesso “Samba Meu”, com seu anfitrião, gentilmente, tentando acompanhá-la em português. Mais feliz foi a versão em duo de “Yolanda”, clássico da obra de Milanés, que a platéia identificou de cara e voltou a aplaudir durante o solo de violino.

“Viva Cuba!”, festejou Maria Rita antes de sair de cena. Para terminar a apresentação, no mesmo tom intimista de antes, Milanés recordou ainda duas canções mais antigas: a dançante “Son para Despertar una Negrita” (dedicada à sua filha) e a nostálgica “Años”.

Mas foi mesmo um verso de “Tristesse”, a bela canção de Milton Nascimento interpretada com emoção por Milanés e Maria Rita, que melhor sintetizou esse encontro da música cubana com a brasileira: “Pára de fingir que não sou parte do seu mundo”. Que venham outros encontros como esse.

(texto publicado na “Folha de S. Paulo”, em 24/09/2010, sobre show realizado em 22/09)



            

 

Rogério Botter Maio: "Tudo por um Ocaso" exibe o lirismo do contrabaixista paulista

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Lirismo e uma eclética combinação de influências musicais dão o tom do quarto álbum do talentoso baixista e compositor Rogério Botter Maio, paulista que já alternou temporadas na Europa e nos EUA. Gravado em Barcelona (Espanha), em 2009, o CD (lançado pelo selo Gero, com distribuição da Tratore) reúne sete temas instrumentais e duas canções, todos de autoria do baixista.

A instrumentação pouco convencional (destaque para o clarinete de Carola Ortiz, o cello de Sandrine Robillard, o acordeom e a gaita de Israel Alvarez) reforça a marca pessoal de temas como a doce faixa-título ou a tensa “The Other One”, que remete ao moderno tango de Piazzolla. Mais próxima da rítmica brasileira, “Quiprocó” conta com a colorida percussão de Caito Marcondes. A cada novo álbum de Botter Maio evidencia-se mais sua evolução como compositor


(resenha publicada no "Guia da Folha - Livros, Discos e Filmes", em 26 de fevereiro de 2010)



Dionne Warwick e Gal Costa: o esboço de um show em duo

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O projeto de um show em duo já existe há mais de uma década, mas as carreiras de ambas o impediram de acontecer. Ainda não foi desta vez, mas, ao convidar Gal Costa para fazer uma participação especial em sua turnê por quatro capitais do país, a cantora Dionne Warwick, 68, esboça a parceria.

“Gal tem uma voz maravilhosa. Canta de uma maneira doce e simples, fácil de ouvir”, diz a norte-americana, lembrando que, mesmo depois de conhecer algumas gravações da brasileira, ficou impressionada ao ouvi-la pela primeira vez, ao vivo, em um concerto de Tom Jobim, em Los Angeles (EUA), no final dos anos 1980.

Reconhecida como a maior intérprete das canções de Burt Bacharach e Hal David, Warwick emplacou dezenas de sucessos nas paradas internacionais ao longo da década de 1960, como “Alfie”, “I’ll Never Fall in Love Again” e “The Girl’s in Love With You”, entre outras assinadas pela dupla.

Fã da música brasileira, já chegou a morar no Rio, na década passada. Em 1994, gravou o CD “Aquarela do Brasil”, que destaca canções de Ary Barroso e Tom Jobim. Em 2007, contou com Jorge Ben Jor, Ivan Lins, Milton Nascimento e Gilberto Gil, no show “Dionne Warwick & Amigos”, cuja gravação rendeu material para um DVD, que deve chegar ao mercado até o final do ano.

Como Gal não pôde participar daquele show, Warwick ainda planeja incluir no DVD algum dos números que vai fazer com ela nesta turnê. Mas não adianta perguntar o que vão cantar juntas, nem mesmo qual é o repertório deste show.

“Prefiro que seja surpresa”, diz a norte-americana, esquivando-se. Obviamente, não vão faltar canções de Burt Bacharach, certo? “Sim, vou cantar algumas”, confirma, rindo. Gal respeita a vontade da amiga e mantém o mistério, mas revela que entre as três canções que vai interpretar, na companhia do pianista Cristovão Bastos, há pelo menos uma de Tom Jobim.

Já quando se pergunta a miss Warwick (atual embaixadora de alimentos e agricultura mundial da ONU) o que a desagrada no Brasil, ela vai direto ao ponto. “A pobreza e a desigualdade social, mas esse não é um problema só do Brasil. Isso existe em quase o mundo todo”, afirma a cantora norte-americana.


(publicada na "Folha de S. Paulo", em 9/05/2009)


 

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