Festivais em 2013: os principais eventos de jazz, blues e música instrumental no país

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Este é um roteiro com as atrações dos principais festivais brasileiros em 2013, ampliado e atualizado regularmente, para que os fãs do jazz, do blues e da música instrumental brasileira possam se planejar com antecedência.

                                                       

                                                     O trompetista Terence Blanchard, atração do 5º Choro Jazz

5° Festival Choro Jazz
Quando e onde: de 28 a 30/11, em Fortaleza; de 3 a 8/12, em Jericoacoara (CE)
Atrações: Terence Blanchard, João Bosco, Gilson Peranzzetta e Mauro Senise, Gianluca Littera Quarteto, Trio Curupira, Nonato Luiz e Túlio Mourão, Laércio de Freitas Trio, Luciana Rabello Quarteto, Renato Borghetti, Alegre Correa, Zé da Velha e Silvério Pontes, entre outros 
www.chorojazz.com

10º Chorando Sem Parar
Quando e onde: de 2 a 8/12, em São Carlos (SP)
Atrações: "Homenagem a Nazareth", com César Camargo Mariano e Romero Rubambo; Arthur Moreira Lima; Izaias e Seus Chorões com Dimos Goudaroulis e Tibô Delor; Marcos Nimrichter e Toninho Ferraguti; Michèle Drees Trio, Libertango,Trio Lanzelotte, Saçurá, Choro & Cia e outros



2014

15º Festival Jazz & Blues
Quando e onde: de 28/2 a 4/3/14, em Guaramiranga e Fortaleza (CE)
Atrações: não divulgadas
www.jazzeblues.com.br

7º Garanhuns Jazz Festival
Quando e onde: em março de 2014, em Guaranhuns (PE)
Atrações: não divulgadas
www.garanhunsjazz.com.br/





Os festivais abaixo já aconteceram, mas devem voltar em 2014, em datas ainda não divulgadas:


5º Bourbon Festival Paraty
Quando e onde: de 24 a 26/5/2013, em Paraty (RJ)
Atrações: Stanley Clarke, Incognito, Big Sam's Funky Nation, Germaine Bazzle, Raul de Souza, Céu, Mart'nália, Carlos Barbosa Lima, Jefferson Gonçalves e Big Joe Manfra, Serial Funkers e Ed Motta, entre outros
www.bourbonfestivalparaty.com.br

11º Rio das Ostras Jazz & Blues
Quando e onde: 29/5 a 3/6/2013, em Rio das Ostras (RJ)
Atrações:
Stanley Clarke, Lucky Peterson, Victor Wooten, Christian Scott, John Primer, Scott Henderson, Vernon Reid, Will Calhoun & Donald Donald Harrison, Diego Figueiredo, Léo Gandelman & Charlie Hunter, Arthur Maia e Tributo a Celso Blues Boy, com Big Joe Manfra, Jefferson Gonçalves e Ivo Pessoa, entre outros
www.riodasostrasjazzeblues.com

3º BMW Jazz Festival
Quando e onde: de 6 a 9/6, em São Paulo (SP) e de 8 a 10/6, no Rio de Janeiro (RJ)
Atrações: Pat Metheny & Unity Band, James Farm (com Joshua Redman), Esperanza Spalding Radio Music Society, Egberto Gismonti e Orquestra Corações Futuristas, Brad Mehldau Trio, Johnathan Blake Quintet, Joe Lovano & Dave Douglas Quintet
www.bmwjazzfestival.com

Best of Blues Festival
Quando e onde: de 11 a 13/6, em São Paulo (SP)
Atrações: Buddy Guy, Taj Mahal, John Mayall, Dr. John, Shemekia Copeland, Chris Cornell e Nuno Mindelis
www. dancarmarketing.com.br
                                    

2º Santos Jazz Festival
Quando e onde: de 18 a 23/6, em Santos e Cubatão (SP)
Atrações: Egberto Gismonti, Leny Andrade & Romero Lubambo, Banda Mantiqueira, Robertinho Silva, Yaniel Matos & Max de Castro, Stafford Hunter, Proveta e Banda Marcial Cubatão, entre outros
www.santosjazzfestival.com.br

6º Poços de Caldas Jazz & Blues Festival
Quando e onde: de 4 a 7/7, em Poços de Caldas (MG)
Atrações: Henry Gray, Bob Corritore, Tail Dragger e outros não divulgados
www.jazzbluespocosdecaldas.com.br 
                                           
11º Savassi Festival
Quando e onde: 10 a 21/7, em Belo Horizonte (MG)
Atrações: Jakob Bro Trio, Anderson Noise, Mikkel Plough, Cliff Korman, Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, Fabiano Castro, Bernardo Fabris Quinteto, além de outros a serem anunciados

www.savassifestival.com.br
                                      
Petra Jazz Ilhabela
Quando e onde: 18 a 20/7, em Ilhabela (SP)
Atrações: Paquito D'Rivera & Trio Corrente, Playing for Change, Rosa Passos, Spok Frevo Orquestra, Hamilton de Holanda Trio, Bamboo Quarteto, Eduardo Neves Quarteto, Edu Negrão e outros
http://petrajazzilhabela.com.br

8° Festival Amazonas Jazz
Quando e onde: 23 a 28/7, em Manaus (AM)
Atrações: Bob Mintzer, Bennie Maupin, Mário Laginha, Rosa Passos, Chico Pinheiro e outros a confirmar
https://www.facebook.com/events/477699022258305/?ref=nf

8º Ilha Blues Festival Internacional
Quando e onde: 25 a 28/7, em Ilha Comprida (SP)
Atrações: James Cotton, Lurrie Bell, Eddie Taylor Jr., Nuno Mindelis, Michael Dotson, Ari Borger, Artur Menezes, Jefferson Gonçalves, Big Chico, Fulvio Oliveira e General Blues  
www.facebook.com/IlhaBluesFestival


Festival Moacir Santos
Quando e onde: 2 e 3/8, no Teatro Santa Isabel, Recife (PE)
Atrações: The Clare Fisher Big Band, Mark Levine & The Latin Tinge, Banda Ouro Negro, Quarteto Coisas 
www.festivalmoacirsantos.art.br

5º Lençóis Jazz e Blues Festival
Quando e onde: de 2 a 4/8, em Barreirinhas (MA), e de 9 a 10/8, em São Luís (MA) 
Atrações: Stanley Jordan, Yamandu Costa, Igor Prado, Delicatessen, J.J. Jackson, Rio Jazz orchestra, Ari Borger e outros
www.lençoisjazzeblues.com

1º Festival Internacional de Música em Goiás
Quando e onde: 14 a 16/8, em Goiânia; 17 e 18/8, em Pirenópolis (GO)
Atrações: The Soul Rebels, LeRoy Jones & Topsy Chapman, Hamilton de Holanda, Wagner Tiso, Victor Biglione, Bororó, Gilson Peranzzetta, Blues Etílicos, Orquestra de Sopros e Percussão de Goiânia e outras


                                                                        

11º Bourbon Street Fest
Quando e onde: de 18 a 25/8, em São Paulo (SP)
Atrações: Trombone Shorty & Orleans Avenue, The Soul Rebels, Wanda Rouzan, Leo Nocentelli, Leroy Jones & Topsy Chapman, Honey Island Swamp Band e outros
www.bourbonstreetfest.com.br

                                                        
4º Fest Bossa & Jazz
Quando e onde: de 22 a 25/8, em Praia da Pipa (RN)
Atrações: Ivan Lins,Stanley Jordan, Peter 'Madcat' Ruth, Babi Mendes e outras 
http://festbossajazz.com.br


3º Jazz na Fábrica
Quando e onde: de 1/8 a 1/9, no Sesc Pompéia, em São Paulo (SP)
Atrações: McCoy Tyner, Cassandra Wilson, David Murray & Macy Gray, Edsel Gomez, Dr. Lonnie Smith, Richard Bona, Roscoe Mitchell, Ivo Perelman, Ibrahim Maalouf, Sun Rooms, Eliane Elias, João Donato, Raul de Souza, Duo Nazário e outros 
www.sescsp.org.br

10º Mimo
Quando e onde: de 23 a 25/8, em Paraty (RJ); de 29/8 a 1/9, em Ouro Preto; de 2 a 8/9, em Olinda (PE)
Atrações: Stefano Bollani & Hamilton de Holanda, Richard Galliano, Jards Macalé, Herbie Hancock, Stephan Micus, João Bosco, Madredeus, Ibrahim Maalouf, Guillaume Perret & Electric Epic, Rum Tareq Al Nasser, Mandolinman, Gilberto Gil & Orquestra de Sopros da Pro Arte, BNegão e outras
www.mimo.art.br

  
6º Vijazz & Blues  Festival
Quando e onde: de 29/08 a 9/09, em Viçosa, Ponte Nova, Araxá e Juiz de Fora (MG)
Atrações: Peter Madcat Ruth, Flavio Guimarães, Luciano Soares e outros
www.vijazz.com.br

3º Ipiabas Blues Jazz Festival
Quando e onde: de 30/8 a 1/9, em Barra do Piraí (RJ)
Atrações: Stanley Jordan Trio, Peter "Madcat" Ruth, Azymuth e Hélio Delmiro, Kenny Brown, Derico e Chiquinho Jazz Quinteto 
https://www.facebook.com/Ipiabasbluesjazzfestival


3º Petrópolis Jazz & Blues Festival
Quando e onde: de 10 a 12/10, em Petrópolis (RJ)
Atrações: Larry Coryell, Sax Gordon, Peter Fessler, Rodica Weitzman, Vasti Jackson, Taryn Szpilman, Igor Prado Band, Pepe Cisneros, Monte Alegre Hot Jazz Band e outras
www.petropolisjazzeblues.com.br


6º CopaFest
Quando e onde: de 31/10 a 2/11, no Rio de Janeiro (RJ)
Atrações:Wagner Tiso & Som Imaginário, Tomás Improta, Raul de Souza, Max de Castro e Duo Elo
www.copafest.com.br


5º Back2Black Festival                         
Quando e onde: 15 a 17/11, no Rio de Janeiro e em São Paulo
Atrações: Bobby Womack, Femi Kuti & The Positive Force, Keziah Jones, Concha Buika, Mayra Andrade, Orquestra Baobab, The Blind Boys of Alabama, Milton Nascimento, Pee Wee Ellis & Banda Black Rio, Baloji, Keziah Jones, Criolo & Tony Allen www.back2blackfestival.com.br/    

3º Canoas Jazz                              
Quando e onde: 13 a 24/11, em Canoas (RS)
Atrações: Ravi Coltrane, Egberto Gismonti, Sandro Albert, Joyce Moreno, À Deriva, Alegre Correa, Kiko Freitas, Luizinho Santos, Paulinho Cardoso e outros
http://www.canoas.rs.gov.br/~canoasrs/canoasjazz/canoas_jazz.htm
                               

New Orleans Jazz Fest 2013: da música negra ao pop, evento anuncia suas atrações

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Photos by Carlos Calado

O New Orleans Jazz & Heritage Festival, um dos maiores eventos do gênero no mundo, anunciou hoje suas atrações para a sua edição de 2013. De 26/4 a 5/5, cerca de 500 mil pessoas devem passar pelas bilheterias do hipódromo de New Orleans, sem falar nos clubes locais, para se divertir com centenas de shows de diversos gêneros musicais. Ou também para experimentar os saborosos pratos típicos da culinária da Louisiana. 
 
B.B. King, Earth Wind & Fire, George Benson, Roy Ayers, Frank Ocean, Jill Scott, Dianne Reeves, Wayne Shorter, Stanley Clarke/George Duke Project, Charles Bradley, Joshua Redman, Frank Beverly & Maze, Taj Mahal e Eddie Palmieri são algumas das atrações do evento, que costuma dedicar a maior parte de seus palcos ao jazz, ao blues, ao R&B, ao funk, ao gospel e outros gêneros da música negra norte-americana.

 
Se você quer conhecer “in loco” a rica diversidade musical dessa cidade, essa é a melhor época do ano. Todos os grandes nomes da cena local, praticamente, têm lugar garantido nos palcos do Jazz Fest: Terence Blanchard (na foto acima), Irma Thomas (abaixo), Ellis Marsalis, Dr. John, Allen Toussaint, John Boutté, Irvin Mayfield, Nicholas Payton, George Porter, Walter “Wolfman” Washington, Galactic, Tab Benoit, Davel Crawford, Henry Butler, John Mooney, Los Hombres Calientes e Glen David Andrews são apenas alguns, entre centenas de artistas e bandas de alta qualidade.

Neste ano, mais até do que em 2012, o Jazz Fest volta a dedicar um espaço bastante considerável para a música pop e o rock de outras regiões dos EUA, numa tentativa de ampliar suas plateias diárias. The Black Keys, John Mayer, Patti Smith, Billy Joel, Maroon 5, Dave Matthews Band, Fleetwood Mac, Hall & Oatts, Ben Harper, Los Lobos e Widespread Panic são algumas das bandas e popstars que vão se apresentar nos maiores palcos do FairGrounds, todos instalados ao ar livre.

Mais informações sobre a programação, venda antecipada de ingressos, hospedagem na cidade e outros detalhes, você encontra no site oficial do New Orleans Jazz Fest.


 

Claude Nobs (1936-2013): criador do Festival de Montreux promoveu a música brasileira

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                                        Claude Nobs - Photo by by Lionel Flusin - Montreux Jazz Festival Foundation

A cena dos festivais internacionais de música perdeu um de seus líderes mais carismáticos e influentes. Morreu anteontem, na Suíça, o produtor Claude Nobs, 76, que criou o Montreux Jazz Festival, em 1967, e o comandou até seus últimos dias.

Nobs estava internado, em coma, desde a noite de Natal, quando sofreu um acidente ao esquiar perto do vilarejo de Caux, onde vivia. Em seu chalé, guardava o precioso arquivo com os registros sonoros e visuais de concertos do festival.

Só o fato de ter conseguido que muitos medalhões da música internacional, como Miles Davis, B.B. King, Ray Charles, Keith Jarrett ou Carlos Santana, participassem com frequência do evento já demonstra sua influência nos meios musicais. A pequena cidade de Montreux praticamente entrou no mapa graças ao festival.

Nobs imprimiu sua imagem ao Montreux Jazz: fazia questão de apresentar pessoalmente quase todas as atrações do evento à plateia. Sem falar nas eventuais “canjas”, soprando sua gaita ao lado de vários convidados, com bom humor e competência musical.

“Ele comandou o festival até o final, mas tinha ‘fairplay’. Costumava dizer que entre dez ideias loucas que sugeria só uma era aprovada”, relembra a brasileira Marcia Corban, que trabalhou ao lado de Nobs durante 25 anos, como “backstage manager”.

Noites brasileiras
  
Em 1978, ao criar as noites brasileiras, em parceria com o produtor carioca Marco Mazzola, Nobs contribuiu ativamente para divulgar a música brasileira na Europa. Gilberto Gil, João Gilberto, Elis Regina, Hermeto Pascoal e Pepeu Gomes foram alguns dos brasileiros que lançaram discos com registros de suas apresentações no festival.

Entre as décadas de 1970 e 1990, praticamente, todo o primeiro time da música popular brasileira – de Caetano Veloso, Jorge Benjor e João Bosco a Marisa Monte, Paralamas e Daniela Mercury – se apresentou nas concorridas e festivas noites brasileiras em Montreux. Estas se tornaram pontos de encontro dos “brazucas” radicados no velho continente, mas também atraíam a atenção do público europeu.

A partir de 1993, quando se mudou para as confortáveis instalações do Centro de Convenções do Congresso, o Montreux Jazz Festival passou a dividir suas atrações principais entre os palcos do (mais acústico) Auditorium Stravinsky e do (mais eletrificado) Miles Davis Hall, durante 16 noites consecutivas, além dos shows gratuitos no jardim externo.

A participação do megaprodutor norte-americano Quincy Jones, que a partir de 1991 passou a coordenar algumas noites e eventos especiais, também foi essencial para que o festival contasse anualmente com muitos nomes de ponta da música negra norte-americana e do jazz.

                              Herbie Hancock, Quincy Jones e Nobs - Photo by  Daniel Balmat - MJFF
Ex-chef de cozinha

Antes de criar e assumir a direção do Montreux Jazz, Nobs chegou a trabalhar como chef de cozinha. Em 1990, quando fiz a cobertura desse festival pela primeira vez, para a “Folha de S. Paulo”, perguntei a ele qual era sua receita para o evento.

“O que eu aprendi em todo esse tempo é que você nunca deve ter receio de mostrar boa música a um público, mesmo que ele não a conheça. Você pode contar com a qualidade da apresentação, com a emoção, com a musicalidade e com a atmosfera do show”, explicou.

Para veículos de imprensa de diversos países, que anualmente cobriam o evento, Nobs proporcionava experiências raras. Durante o evento, convidava alguns dos jornalistas para descontraídos almoços que promovia em seu chalé, nas montanhas de Caux, com a presença dos principais artistas do festival.

Foi em eventos como esses, nos anos 1990, que tive a oportunidade de entrevistar Quincy Jones, George Benson e a cantora Nina Simone, além de ter a chance de assistir a trechos de fantásticos concertos do festival, nas décadas de 70 e 80, que Nobs exibia com orgulho, para saciar um pouco da curiosidade dos convidados ao conhecerem seu arquivo.

As reações dos apreciadores mais puristas, que criticavam Nobs por incluir outros gêneros musicais na programação do festival, o levaram diversas vezes a pensar na possibilidade de abandonar o rótulo jazz. Em 1976, o evento chegou a assumir o nome Festival Internacional de Montreux, mas o diretor logo se arrependeu e resgatou a grife original.

“Para mim jazz é improvisação e liberdade. A batida que suinga pode ser rápida ou lenta, dançante ou romântica, saltitante ou suave. Pode expressar todos os sentimentos sem qualquer limitação”, sintetizou Nobbs, quando perguntei a ele sua definição pessoal para essa música.

Parceria São Paulo-Montreux

Em 1978, Nobs foi convidado a se tornar consultor do 1º Festival Internacional de Jazz de São Paulo, que trouxe ao Brasil, em setembro daquele ano, dezenas de astros do jazz e da música negra, de Dizzy Gillespie e Chick Corea a Al Jarreau e Etta James, abrindo espaço também para que uma nova geração de instrumentistas brasileiros se estabelecesse.

A parceria entre esse pioneiro festival paulista e o Montreux Jazz prosseguiu em 1980, com a segunda edição do evento. O elenco mais diversificado ainda, com Dexter Gordon, Betty Carter, B.B. King, Peter Tosh, Champion Jack Duprée, Hermeto Pascoal e Egberto Gismonti, entre outros, confirmou o sucesso da eclética receita sonora de Nobs.

Já na década de 2000, o Montreux Jazz perdeu parte de sua relevância artística, atingido também pela crise econômica que abateu a indústria fonográfica. Shows como os de Lana Del Rey, Vanessa Paradis ou É o Tchan, entre outros, mostraram que o evento passou a apostar em modismos, premido pela necessidade de conquistar novas plateias.

Ainda é cedo para saber se o Montreux Jazz Festival conseguirá manter seu prestígio sem o carisma de seu criador. Mas o legado de Claude Nobs, felizmente, está registrado em milhares de horas de filmagens e gravações que permitirão às gerações futuras de fãs desfrutar de seu declarado amor pela música.

(texto publicado parcialmente na edição de hoje da “Folha de S. Paulo”)


Melhores discos de 2012: álbuns e artistas que merecem ser mais ouvidos

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Todo final de ano esse ritual se repete. Assim como o costumeiro peru nas ceias de Natal ou o lançamento do disco anual de Roberto Carlos (quase sempre o mesmo), os jornais, revistas, sites e blogs publicam suas retrospectivas. Para quem escreve sobre musica, como eu, esta época reserva um grande abacaxi a ser descascado: a eleição dos “melhores” discos do ano.

Não bastasse a tarefa improvável de eleger vencedores em uma atividade artística (que não pode ser quantificada ou medida), essa tentativa se torna mais difícil a cada ano, já que a produção musical cresceu muito depois que o mercado fonográfico se pulverizou em centenas de pequenos selos e gravadoras alternativas.

O fato é que aceitei, mais uma vez, o convite do jornal “Valor Econômico” para indicar cinco álbuns brasileiros e cinco estrangeiros lançados em 2012. Outros críticos e jornalistas especializados também participaram dessa enquete: Tárik de Souza, João Marcos Coelho, Lauro Lisboa Garcia e Luciano Buarque de Hollanda.

De cara, já aviso que posso ter cometido injustiças ao deixar de incluir em minha lista nomes como os de Guinga, Quinteto Villa-Lobos, Mario Adnet, Tom Zé, Caetano Veloso, Bocato, Siba, Antonio Loureiro, Frederico Heliodoro, Tord Gustavsen, Robert Glasper, Bobby Womack e Gregory Porter, entre outros, que também lançaram discos de alta qualidade no ano passado. Claro que, ao final das contas, o gosto pessoal acaba definindo a lista de cada um.


A seguir listo os 10 CDs que indiquei para a enquete do "Valor", em ordem alfabética, sem qualquer intenção de estabelecer uma hierarquia entre eles. Na verdade, eu os considero como sugestões de cantores, instrumentistas e compositores brasileiros e estrangeiros que merecem ser mais ouvidos (ou mesmo conhecidos, mesmo que alguns deles já tenham mais de três décadas de carreira). 

André Mehmari, Chico Pinheiro e Sérgio Santos - “Triz” (Buriti)

Antonio Zambujo - “Quinto” (MP,B/Universal)

Esperanza Spalding - “Radio Music Society” (Montuno/Universal)

Frank Ocean - “Channel Orange” (Def/Jam/Universal)

Jan Garbarek, Egberto Gismonti e Charlie Haden - “Carta de Amor” (ECM/Borandá)

Luciana Souza - “The Book of Chet” (Sunnyside/Universal)

Marcos Paiva - “Meu Samba no Prato” (MP6)

Pau Brasil - “Villa-Lobos Superstar” (Pau Brasil)

Rafael Martini - “Motivo” (Núcleo Contemporâneo)

Toninho Ferragutti - “O Sorriso da Manu” (Borandá)

Recomendo também a leitura das listas formuladas por outros críticos e jornalistas especializados que participaram dessa enquete, publicadas no site do "Valor Econômico", neste link. Aliás, para quem gosta de listas de melhores do ano, recomendo ainda a enquete organizada pelo critico Juarez Fonseca, de Porto Alegre, que reuniu 11 críticos e jornalistas de vários estados do país, da qual também participei. Os resultados foram publicados por Juarez, em sua página no Facebook.



 

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