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Paraty Latino: festival gratuito leva atrações internacionais à cidade histórica
Marcadores: bourbon street, Fernando Ferrer, Havana Brasil, Haydée Milanés, Ibrahim Ferrer, joão donato, Lyra Latina, merengue, Pablo Milanés, parati, paraty, Roberto Fonseca, salsa, samba, tango | author: Carlos CaladoDa salsa ao tango, passando pelo merengue, pelo bolero e pelo cha-cha-chá, sem esquecer o nosso samba. Esse é o saboroso cardápio de ritmos do festival Paraty Latino, que leva várias atrações musicais ao litoral sul fluminense. Com três noites de shows gratuitos, o evento acontece no próximo final de semana (de 3 a 5/12), na praça da Matriz de Paraty.
A delegação cubana reúne talentosos músicos da nova geração, como o pianista Roberto Fonseca, o cantor Fernando Ferrer (sobrinho do “buena vista” Ibrahim Ferrer), a cantora Haydée Milanés (filha do veterano “cantautor” Pablo Milanés) e o pianista Yaniel Matos, que já vive em São Paulo há alguns anos. Da França vem o cantor e pianista de salsa Deldongo. A Argentina está representada pelo electro-tango da banda Otros Aires.
Já o elenco brasileiro conta com a charmosa cantora Marina de La Riva (também descendente de cubanos), a dupla João Donato e Paula Morelenbaum (que acaba de lançar o delicioso álbum “Água”) e as bandas Lyra Latina e Havana Brasil (na foto acima), conhecidas dos freqüentadores do clube paulistano Bourbon Street, que assina a produção do festival.
O Paraty Latino também vai oferecer oficinas gratuitas de dança, nas tardes de sábado e domingo. Mais informações no site do evento: www.paratylatino.com.br
Pablo Milanés e Maria Rita: até quando o Brasil vai esnobar a música cubana?
Marcadores: festival, Maria Rita, milton nascimento, música cubana, música popular brasileira, Pablo Milanés, Telefônica Sonidos | author: Carlos Calado Foto de Marcos Hermes/Telefônica Sonidos
Pablo Milanés, 67, expoente da moderna canção cubana, já estava sentado no palco do Jockey Club paulistano, prestes a iniciar seu show pelo festival Telefônica Sonidos, quando uma garota de vinte e poucos anos se virou para perguntar: “Sabe de que país ele é?” Como outros jovens da platéia, ela estava ali para ver Maria Rita, a convidada do compositor e cantor cubano.
Essa ignorância é justificável. Nas últimas décadas, com raras exceções, as gravadoras e rádios brasileiras simplesmente ignoraram a riqueza e a diversidade da música produzida em Cuba. E o isolado fenômeno Buena Vista Social Club, no final dos anos 90, só veio confirmar esse descaso.
Mostrando que não se aferra ao passado, Milanés já abriu a noite avisando que faria um apanhado de sua obra mais recente. Para isso escolheu canções que gravou na última década, como as líricas “Los Dias de Gloria” e “Nostalgias”, ou a romântica “Soñando”. Talvez tenha decepcionado um pouco os fãs da velha guarda, que preferem suas canções de temática social.
Discreta, Maria Rita entrou no palco com a devida reverência. Cantou o sucesso “Samba Meu”, com seu anfitrião, gentilmente, tentando acompanhá-la em português. Mais feliz foi a versão em duo de “Yolanda”, clássico da obra de Milanés, que a platéia identificou de cara e voltou a aplaudir durante o solo de violino.
“Viva Cuba!”, festejou Maria Rita antes de sair de cena. Para terminar a apresentação, no mesmo tom intimista de antes, Milanés recordou ainda duas canções mais antigas: a dançante “Son para Despertar una Negrita” (dedicada à sua filha) e a nostálgica “Años”.
Mas foi mesmo um verso de “Tristesse”, a bela canção de Milton Nascimento interpretada com emoção por Milanés e Maria Rita, que melhor sintetizou esse encontro da música cubana com a brasileira: “Pára de fingir que não sou parte do seu mundo”. Que venham outros encontros como esse.
(texto publicado na “Folha de S. Paulo”, em 24/09/2010, sobre show realizado em 22/09)
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