O produtor Thiago Monteiro (3º da esq. para dir.) com músicos do selo Blaxtream
O produtor, pianista e engenheiro de som Thiago Monteiro já contribuiu para o sucesso de gravações de conceituados artistas da música brasileira, como Chico César, Ivan Lins, Arismar do Espírito Santo, Léa Freire e Trio Curupira, entre outros. Nesta sexta-feira (30/6), no clube JazznosFundos, em São Paulo, ele lança um projeto inovador ao qual tem se dedicado intensamente: o selo Blaxtream, focado no jazz e na música instrumental brasileira.
“Há dois anos tenho investido todo o meu tempo e energia no antigo sonho de criar um selo com um formato diferente: além de oferecer livre acesso a todo o conteúdo do selo, também apostamos em um intercâmbio de musicalidades”, conta Monteiro, destacando o fato de ter conseguido o apoio de patrocinadores que viabilizaram o projeto sem recorrer a leis de incentivo.
O lançamento oficial dos quatro primeiros álbuns do selo Blaxtream vai reunir, em uma única noite, 18 jovens craques da música instrumental brasileira. A festa começa com o show do quinteto do guitarrista e violonista Vinícius Gomes, que inclui Edu Ribeiro (bateria), Bruno Migotto (contrabaixo), Gustavo Bugni (piano) e Rodrigo Ursaia (sax e flauta). Eles tocam faixas de “Resiliência”, álbum com composições do líder.
A atração seguinte será o quarteto do baterista Paulo Almeida, que destaca os sopros de Jota P (também integrante do grupo de Hermeto Pascoal), o piano de Salomão Soares e o contrabaixo de Bruno Migotto. No repertório, composições do álbum “Parceria”, o terceiro lançado por Almeida.
O quinteto do guitarrista, violonista e compositor Fabio Gouvea, outra atração da noite, vai tocar material do inédito “Método do Acaso”, seu quarto álbum. Cléber Almeida (bateria), Felipe Brisola (baixo), Beto Corrêa (piano) e Dô de Carvalho (sax e flauta) completam o grupo.
Finalmente, o quarteto Ludere –- formado por Philippe Baden Powell (piano), Rubinho Antunes (trompete), Bruno Barbosa (contrabaixo) e Daniel de Paula (bateria) -– interpreta faixas do álbum “Retratos”, o segundo do grupo.
Durante a noite de lançamento, no clube JazznosFundos, será exibido um vídeo, resultado do projeto de intercâmbio musical que também vai gerar um álbum. “Nesse vídeo, músicos de diferentes lugares do mundo tocam um mesmo tema. Quinzenalmente, lançaremos um novo vídeo. O mote será revelado no dia do lançamento”, avisa Thiago Monteiro, que criou o selo em parceria com Thalita Magalhães, a produtora executiva.
Um detalhe que pode interessar bastante a estudantes de música ou mesmo a ouvintes mais jovens que não têm o hábito de comprar discos: os álbuns e todo o material didático (videoaulas e partituras) produzido pelo selo Blaxtream serão disponibilizados, gratuitamente, para download.
Ao comentar o caráter coletivo do projeto do selo, que busca levar a música instrumental da nova geração a um público mais amplo, o guitarrista Vinicius Gomes se diverte: “Tem que ser todo mundo louco: tanto eu, como outros músicos que topam fazer isso, e o Thiago, que é o mais louco de todos”.
Tive a oportunidade de ouvir algumas faixas dos quatro primeiros discos do selo e posso dizer que o material é de primeira linha. Se há mesmo algo de louco (ou de não comercial, aparentemente) no projeto, fico na torcida para que venham outras "loucuras" como essa. A cena cultural brasileira só tem a ganhar com música de alto quilate.
Mais informações no site do clube JazznosFundos. No sábado (1º/7), outro show de lançamento do selo será realizado na fábrica da Cervejaria Colorado, em Ribeirão Preto (SP).