Scott Feiner: jazzista abre um novo universo musical para o pandeiro

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                                                                                                          O pandeirista Scott Feiner

O músico norte-americano Scott Feiner abriu as portas de um novo universo para o pandeiro – instrumento de percussão muito comum nos círculos do samba e do choro, entre outros gêneros brasileiros. Radicado desde 2001 no Rio de Janeiro, o ex-guitarrista trocou de instrumento, decidido a introduzir o pandeiro nos ritmos e improvisos do jazz.

“A View From Below” (distribuído pela Tratore), seu quarto álbum, mostra que Feiner só evoluiu. Nos primeiros discos, gravou releituras de standards do jazz e de clássicos da música popular brasileira. Hoje, além de ter se tornado um pandeirista versátil, é autor das nove faixas gravadas com seu grupo, o Pandeiro Jazz, que destaca também o piano elétrico de Rafael Vernet e a guitarra de Guilherme Monteiro. A liberdade criativa que esse trio revela ao transitar entre o jazz e a música brasileira é impressionante.

(resenha publicada no "Guia Folha - Livros, Discos, Filmes", edição de 30/11/2013)



Casa do Núcleo: evento discute a improvisação com debates e shows em São Paulo

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A Casa do Núcleo, misto de casa de espetáculos, centro cultural e loja de discos, anuncia mais um evento que pode interessar bastante a músicos, estudantes e apreciadores da música instrumental e do jazz, em São Paulo. Seu primeiro Encontro de Improvisação Livre vai oferecer, de 5 a 7 de dezembro, palestras, debates, oficinas e apresentações musicais.

Na estreia do evento, em 5/12, o violoncelista Dimos Goudaroulis (na foto acima) e o percussionista Eduardo Contrera vão falar sobre o tema “Música de Câmara Improvisada”, às 15h30, e, em seguida, improvisarão juntos. Depois, às 17h30, o pianista Benjamim Taubkin comanda um bate-papo sobre o tema “Criação Espontânea - Envolvendo a Canção” e também se apresenta ao lado de alguns convidados. A programação desse dia inclui ainda uma oficina (“O Processo Criativo”, às 19h30) com o violonista Pedro Osmar, que depois vai se apresentar em duo com o percussionista Loop B.

Nos dias 6 e 7/12, o Encontro de Improvisação Livre destaca mais palestras, apresentações e debates com o contrabaixista Celio Barros, com o violonista Flavio Apro, com a pianista Silvia Góes (na foto à esquerda), com o violonista Fabio Negrone e com os grupos Mefisto e Coletivo Aguaúna.

Mais informações no site da Casa do Núcleo: www.casadonucleo.com.br

Marku Ribas: caixa sintetiza trajetória do precursor da black music no Brasil

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Precursor da black music com sotaque brasileiro, o carismático cantor, compositor, violonista e ator mineiro Marku Ribas morreu em abril de 2013, aos 65 anos, sem todo o reconhecimento que merecia. Idealizada para comemorar seus 50 anos de carreira, com a edição de dois CDs e um DVD inéditos, a caixa “Marku 50” (lançamento do selo Ultra Music) tornou-se assim uma homenagem póstuma. 

“Batuki”, álbum gravado em Paris, em 1970, resgata as experiências do grupo homônimo que Marku formou com o gaúcho Wilson Sá Brito e os angolanos Mario Clington e Manuel Gomes, misturando MPB, ritmos afro-brasileiros e angolanos. O CD “Parda Pele” registra um show de Marku, em 1997, com sete composições próprias que mostram a diversidade de suas influências: funk, soul, jazz, ritmos afros, até rock.

 Já o documentário de Carlos França, “Atavu”, também incluído na caixa, compila depoimentos e entrevistas do compositor com trechos de shows e de suas aparições no cinema. Sintetiza a trajetória do artista, sem saciar toda a curiosidade do espectador. A original obra de Marku Ribas merece chegar completa ao grande público.

(resenha publicada no "Guia Folha - Livros, Discos, Filmes", edição de 26/10/2013)

 

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