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eFestival 2022: Inscrições para concurso de novos talentos vão até 7/5

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                  Carlinhos Brown (à esq.) e o duo Irmãos Woiski, vencedores do eFestival 2021/Divulgação
 

Alô, músicos independentes e estudantes de música, tanto instrumentistas como cantores de todo o país. As inscrições para a edição 2022 do eFestival terminam neste sábado, dia 7 de maio, em seu site oficial. Esse concurso musical, pioneiro na utilização da internet entre competições do gênero, vem contribuindo há duas décadas para revelar e incentivar as carreiras de novos talentos da música brasileira.

Artistas conceituados de diversas regiões do país, como o duo vocal Renato Motha & Patrícia Lobato (de Minas Gerais), o cantor e compositor Lula Barbosa (São Paulo), a violinista e compositora Carol Panesi (Rio de Janeiro), o contrabaixista Guto Wirtti (Rio Grande do Sul) ou o tecladista e compositor Gabriel Nóbrega (Pernambuco) e sua banda Silibrina são alguns dos finalistas que já se destacaram em edições do eFestival.

Na edição de 2021, o cantor e compositor John Bianchi (do Rio de Janeiro), e o duo instrumental Irmãos Woiski (de São Paulo) brilharam entre os seis vencedores. Eleitos pelo público via internet, eles gravaram singles acompanhados pela banda Titãs ou pelo percussionista Carlinhos Brown, além de receberem prêmios em dinheiro.

As inscrições são feitas online, acessando o site do eFestival (www.efestival.com.br). Você pode se inscrever nas categorias Instrumental ou Canção. Depois de escolher uma delas, também deve selecionar uma das três subcategorias: Público Geral (para estudantes de música, amadores ou músicos profissionais independentes); Profissionais de Saúde ou Corretores de Seguros (nestas duas últimas, ao se inscrever, é preciso inserir o número do Registro Ativo de sua atividade profissional). O público vai eleger os três vencedores na categoria Instrumental e os três vencedores na categoria Canção.

Além de preencher uma ficha de inscrição, que inclui dados pessoais, o concorrente precisa incluir o link de sua música no YouTube (um registro em vídeo no qual o compositor e/ou intérprete aparecer cantando ou tocando seu instrumento), sua página web ou redes sociais nas quais está inscrito, sua minibiografia e sua foto. Para facilitar o processo de inscrição, o site oferece vídeos nos quais Carlinhos Brown e Tony Bellotto (dos Titãs) ensinam o passo-a-passo de como se inscrever.

Produzido e idealizado pela Dançar Marketing, o eFestival tem como parceiros a empresa SulAmérica e o Ministério do Turismo, através da Secretaria Especial da Cultura, além de “media partners”, como a Kiss FM, a Play FM, a Mix FM (Rio) e SulAmérica Paradiso FM.

Como na edição de 2021, tenho o prazer de dividir a curadoria musical dessa competição com o pianista, arranjador e maestro Ruriá Duprat. Na comissão julgadora, vamos contar mais uma vez com as participações do multiinstrumentista e compositor Tuco Marcondes e do jornalista e crítico musical Mauro Ferreira – profissionais de prestígio e reconhecida competência em suas áreas.

Ficou animado com a oportunidade de se tornar um dos seis vencedores do eFestival 2022? Inscreva-se o quanto antes, até 7 de maio, neste link: www.efestival.com.br

Assista nos links abaixo os shows com Carlinhos Brown, Titãs e os vencedores de 2021:
Categoria Instrumental: https://www.youtube.com/watch?v=bON7fwpf1ig&t=41s


eFestival 2021: você já pode incentivar talentos da música brasileira

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Já estão disponíveis, no site oficial do eFestival, as listas dos músicos finalistas desse concurso, que tem revelado e apoiado talentos musicais há duas décadas. Quem vai definir os vencedores dessa competição é o público, incluindo você, que também pode votar nos seus favoritos.

Tive o prazer de participar da comissão que selecionou esses finalistas, ao lado do maestro e produtor Ruriá Duprat, do multi-instrumentista e compositor Tuco Marcondes e do jornalista e crítico musical Mauro Ferreira – profissionais de prestígio e reconhecida competência em suas áreas.

Ao avaliar os candidatos e candidatas, seguimos critérios objetivos, como originalidade, criatividade, interpretação e performance musical, entre outros, assim como a qualidade técnica dos vídeos. Além disso, tentamos contemplar a diversidade racial e de gêneros das candidatas e candidatos, assim como as diferentes regiões geográficas do país nas quais eles vivem.

Preocupada em balancear todos esses critérios, infelizmente, a comissão de curadores se frustrou ao ver alguns de seus indicados falharem em quesitos técnicos ou infringirem algum item do regulamento do concurso, que os levou a serem desclassificados. Gostaríamos de ver mais mulheres na seleção de finalistas, assim como mais candidatos do Norte e do Nordeste do país, sem que fôssemos obrigados a deixar os critérios musicais em segundo plano.

Esperamos que todos os candidatos não-selecionados voltem a se inscrever, em 2022, na próxima edição do eFestival. E que as candidatas e os candidatos inscritos dediquem um pouco mais de tempo à análise do regulamento do concurso, para não serem desclassificados por motivos extramusicais.

Agora é com você. Vote em seus favoritos e ajude a eleger os vencedores do eFestival 2021, neste link: www.efestival.com.br

 

Bourbon Street: clube paulistano reabre com Nuno Mindelis, em tributo a B.B. King

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                                                                                                        O guitarrista e bluesman Nuno Mindelis 

Uma notícia animadora para os paulistanos apreciadores do blues, do jazz e da black music, que já estavam com saudades de um bom show ao vivo, depois de tantos meses trancafiados por causa da quarentena. O Bourbon Street Music Club, uma das melhores casas do gênero na América Latina, reabre nesta quinta-feira (dia 15/10), de cara nova.

A charmosa casa noturna, que já existe há quase 27 anos, no bairro de Moema (zona sul de São Paulo), ganhou um novo espaço: o Bourbon Street Jazz Café, que vai funcionar também durante o dia. Com um ambiente mais claro e arejado por quatro janelões, esse café será integrado à calçada da rua dos Chanés, que já sediou várias edições do Bourbon Street Fest.

A atração da noite de reinauguração será o guitarrista e bluesman angolano Nuno Mindelis, que vai apresentar uma homenagem ao grande B.B. King (1925-2015), com participação do guitarrista Tuco Marcondes. A escolha tem tudo a ver com a história da casa: além das várias temporadas de shows que liderou no Bourbon Street, o lendário “rei do blues” também a inaugurou, em 1993.

Entre as atrações deste mês, no Bourbon Street, destacam-se: o cantor Tony Gordon (16/10); o cantor e violonista Toquinho (com Camila Faustino e Nailor Proveta, dia 17/10); André Frateschi & Miranda Kassin (18/10); o trombonista Joabe Reis (22/10); a banda Serial Funkers (24/10); e “Elis e Eu”, talk show de João Marcelo Bôscoli (25/10).

Reservas pelo tel. (11) 5095-6100

Swami Jr.: violonista une elegância e virtuosismo em arranjos encantadores

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Quando recebeu o convite para participar de uma gravação da cantora cubana Omara Portuondo, em 2003, Swami Jr. nem poderia imaginar que estava prestes a iniciar uma longa e intensa viagem musical. Nos sete anos seguintes, acompanhou a mundialmente conhecida diva da trupe Buena Vista Social Club por diversos países, como diretor musical e violonista. Durante essas turnês, as horas solitárias nos quartos de hotéis o estimularam a criar composições e arranjos que surgem agora no álbum “Mundos e Fundos” (lançamento Borandá), trabalho que o consolida como um dos instrumentistas mais versáteis e criativos na cena musical de hoje. (ouça duas faixas nos videos abaixo)

“Anos atrás, li uma frase do escritor francês Balzac que ficou em minha cabeça: ‘Uma obra de arte deve conter vários mundos’. Por volta de 2008, quando notei que já tinha várias composições nascidas em diversos lugares, durante as turnês que fiz com a Omara, pensei que elas poderiam resultar em um disco interessante”, comenta o músico, que decidiu intitulá-lo com uma expressão popular. “Mundos e fundos quer dizer ‘tudo’, ‘muito’. Acho esse título poético. E tem a ver com a ideia de a arte conter vários mundos”, explica.


Quem acompanha a carreira desse brilhante violonista, baixista, arranjador e produtor, nascido em São Paulo, sabe que mundos musicais aparentemente separados, como o do choro, o da MPB ou o do jazz, convivem há muito tempo em sua obra. Em três décadas de carreira profissional, Swami já tocou choro com a banda Xoro Roxo; forró, samba e outros ritmos dançantes brasileiros com a banda Mexe com Tudo. Acompanhou cantores e compositores de MPB, como Ná Ozzetti, Virgínia Rosa, Chico César e Zé Miguel Wisnik. Tocou jazz e releituras de clássicos da música brasileira com a cantora Luciana Souza e com os guitarristas Chico Pinheiro e Anthony Wilson.


“Viver na França durante quatro anos foi uma experiência que abriu minha cabeça”, ele conta, referindo-se ao período em que morou em Paris, no início da década de 1980, quando era integrante do Xoro Roxo. “No início, só tocávamos choro, mas, com o tempo, abrimos o repertório com Hermeto Pascoal, Egberto Gismonti, Dominguinhos. O choro foi uma escola muito importante para mim, uma viagem profunda, mas eu não queria ficar apenas ali. Fui ouvir jazz, música africana, muitas orquestras. Ao voltar ao Brasil, fiz trabalhos que refletiram as experiências que vivi na Europa”.


Nada mais natural, portanto, que Swami abra o álbum “Mundos e Fundos” com uma composição que fez em Paris, dedicada a um de seus mestres chorões: o violonista carioca Dino Sete Cordas. “Aprendi muito viajando e tocando com ele, nos camarins. O Dino foi um músico da maior importância”. Mas não se trata de uma homenagem convencional. “Paladino” é um choro vibrante e contemporâneo, cujas baixarias (as frases que o violão de sete cordas costuma exibir nesse gênero) revelam influências jazzísticas. A formação do quinteto que Swami articulou para essa faixa também está longe de soar tradicional, graças ao berimbau e aos efeitos do percussionista Guilherme Kastrup.


Há outras homenagens no disco. A sensível “El Puro”, composta por Swami em Cuba, em 2006, é quase uma canção que dedicou a seu pai. “Ele foi o cara que me colocou na música. A primeira lembrança que eu tenho de criança é meu pai tocando violão”, relembra. Outra composição na qual o violonista mergulha fundo na emoção é a delicada “Helena”, que dedicou à filha pouco após seu nascimento, em 2003. “Você pode fazer uma turnê com uma grande cantora, um trabalho bacana, mas todos os quartos de hotéis, no fundo, são iguais. Nessas horas, há momentos solitários, em que a música brota. As composições deste disco nasceram em momentos como esses. Talvez tenham uma profundidade que vem desses momentos introspectivos”, reflete.


A funkeada “Abraço”, que Swami fez em parceria com o violonista Chico Pinheiro, em 2001, também entra no disco como uma espécie de homenagem ao parceiro e amigo, que participa da gravação. “Praticamente, o Chico subiu pela primeira vez, num palco, comigo e o Zé Miguel Wisnik, em 1993. Ele tinha 18 anos. Hoje é um irmão pra mim, mas é meio filho também. Ele tem um talento absurdo”, comenta Swami, lembrando que já produziu dois discos dele.


Dois compositores brasileiros que Swami também admira muito estão presentes no repertório. A inusitada versão do samba “Saudade da Bahia”, de Dorival Caymmi, já começa num improviso – a melodia só surge bem depois. “É uma brincadeira”, diverte-se o violonista, que tem a seu lado, nessa faixa, o pandeirista Amoy Ribas e o violonista Marco Pereira, outro antigo parceiro, com o qual começou a tocar em 1989. “O Marco é um músico maravilhoso, um mestre”.


Swami também não economiza elogios ao se referir ao grande instrumentista e compositor e Jacob do Bandolim, do qual interpreta o choro “Vibrações” com a maior elegância e total controle do violão de sete cordas. “Acho que o Jacob é um dos maiores compositores brasileiros, mas pouco valorizado. Ele é mais reconhecido como instrumentista. Acho que esse tema está à altura dos maiores standards da música mundial. É espetacular”.


Há ainda mais uma releitura, no álbum, que certamente vai surpreender muitos ouvintes. Mostrando ser um grande intérprete, Swami extrai uma beleza inesperada da marchinha carnavalesca “Cabeleira do Zezé” (de João Roberto Kelly e Roberto Faissal), transformando-a em uma peça cheia de lirismo. “Gosto muito de brincar com melodias mais simples ou, aparentemente, banais. Já fiz arranjo até para o hino do Palmeiras”, revela.


Faixa que se destaca pela influência da música flamenca, “Tenda” foi composta pelo violonista Tuco Marcondes, que a mostrou a Swami já no estúdio. “Trabalhei muito com o Tuco e com o Mário Manga, e queria que eles também estivessem no disco. Quando ouvi essa musica, achei que ela tinha familiaridade com as minhas composições, com os contrapontos do violão, mesmo indo por outro caminho ao incorporar a influência do flamenco”, comenta.


Composta por Swami, em um quarto de hotel de Istambul, por volta de 2003, “Valsa de Areia” mimetiza, de certa forma, a aridez do clima daquela região. “É uma valsa meio desconjuntada, que vai mudando de compasso e, no final, tem uma parte meio atonal. Do ponto de vista violonístico, é uma das mais difíceis do álbum de se executar”, analisa o compositor.


Já o choro “Virou Fumaça”, composto por ele em 2009, em Barcelona, foi feito especialmente para completar o repertório do álbum. “Eu queria um choro diferente, com uma harmonia mais contemporânea e um fraseado jazzístico, mas que mantivesse a raiz desse gênero”, explica Swami, que tem nessa gravação a companhia de Milton Mori (bandolim) e Douglas Alonso (pandeiro).


“Jurupari”, que encerra o álbum, nasceu em Maceió, em janeiro deste ano. Swami a compôs logo depois de ler o romance homônimo, escrito por seu amigo e conceituado violeiro Paulo Freire, que também participa da gravação. A melodia singela confirma uma característica de quase todas as composições de Swami: são cantáveis e fluentes, como se só estivessem à espera de uma letra para assumirem de vez a forma completa de uma canção.


“Acho que tenho esse perfil que o Luiz Tatit define como cancionista. Sempre gostei de canção. Mesmo quando componho uma peça para violão solo, gosto que ela seja quase cantável”, comenta Swami, consciente do papel essencial que a melodia exerce em suas composições. Aliada ao toque elegante e virtuoso de seu violão, essa é uma qualidade que contribui ativamente para que sua música seja tão encantadora.


(texto por ocasião do lançamento do álbum "Mundos e Fundos", que escrevi a pedido da gravadora Borandá)



 

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