China Moses: cantora e atriz exibe seu DNA musical pela primeira vez no Brasil

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China Moses teve sorte. Cantora e atriz norte-americana radicada na França, ela herdou não só a beleza e o carisma, mas também muito do talento musical de sua mãe, Dee Dee Bridgewater, uma das grandes intérpretes do jazz.

“Como toda adolescente, eu também não queria ser parecida com meus pais, não queria ser cantora. Foi minha mãe que percebeu essa fagulha artística em mim, foi ela que me empurrou para a música. Não me arrependo”, diz, rindo, em entrevista à "Folha de S. Paulo", por telefone.

Nesta terça (9/8), no clube Bourbon Street, em São Paulo, China vai se apresentar pela primeira vez no país. Em seguida fará três shows pelo festival Sesc Jazz & Blues, em cidades do interior paulista: em Piracicaba, na quinta; Jundiaí, na sexta; e em Bauru, no sábado.

Segundo ela, o repertório dessa turnê inclui canções do recém-lançado “Whatever”, seu sexto disco, gravado em Londres com produção do britânico Anthony Marshall.

“São composições de minha autoria, que ficam em algum lugar entre o jazz, o soul e o blues. Espero que as pessoas gostem. É sempre um pouco assustador cantar sua música para quem ainda não a conhece”, comenta.

Esse material autoral abre uma nova fase na carreira de China, que estreou aos 18 anos, em 1996, também interpretando canções próprias. De lá para cá, além de atuar como atriz, também já apresentou programas de TV e de rádio, na França.

Nos últimos anos, a repercussão de seus álbuns “This One’s for Dinah” (um tributo à cantora Dinah Washington, lançado em 2009), e “Crazy Blues” (2012), centrados em clássicos do jazz e do blues, já a levaram a se apresentar em vários continentes.

“Nunca me considerei uma cantora de jazz, mesmo quando só cantava ‘standards’ do jazz. Se alguém me disser exatamente o que é uma cantora de jazz, talvez eu mude de ideia. O que é jazz? O que é blues? O que é rock? São apenas direções diferentes que você pode tomar”, diz ela, ressaltando sua afinidade com vários gêneros da música negra.

Aos 38 anos, China não aceita que digam que o jazz e o blues já não atraem o público mais jovem, como em outras épocas.


“Música não tem idade, jamais terá. Qualquer pessoa que ama o jazz, como eu, sabe que não há idade para se apreciar essa música. Claro que o jazz sofre por ter sua imagem associada a pessoas mais intelectuais, mais sérias, mas isso é um lugar-comum. Eu não me considero velha”, afirma a cantora.


(Texto que escrevi para a "Folha de S. Paulo", publicado em 8/8/2016)







 

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