
Banda Mantiqueira - “Com Alma” (Sesc) – A big band paulista festeja 25 anos em grande estilo. Revisita composições próprias, homenageia os mestres Moacir Santos, Tom Jobim, João Bosco e Dizzy Gillespie. E conta com participações especiais do trompetista Wynton Marsalis e do violonista Romero Lubambo.
Benjamim Taubkin, Itamar Doari e João Taubkin - “O Pequeno Milagre de Cada Dia” (Núcleo Contemporâneo) – Quem já assistiu ao belo documentário “O Piano que Conversa” (de Marcelo Machado) vai reconhecer algumas destas sensíveis conversas musicais do pianista com a percussão do israelense Doari e o baixo de João.
Breno Ruiz - “Cantilenas Brasileiras” (independente) – Revelação na área da canção, o pianista e cantor de Sorocaba (SP) estreia com uma sólida coleção de composições. Entre choros e valsas, há até lundus e modinhas de sabor moderno, com letras assinadas por ninguém menos que Paulo César Pinheiro.
Carlos Ezequiel - “Circular” (independente/Tratore) – Jazz contemporâneo e música instrumental brasileira da melhor qualidade, no álbum desse baterista e compositor alagoano, que vive em São Paulo. O quinteto de Ezequiel destaca o saxofonista norte-americano David Binney e o guitarrista norueguês Lage Lund.
Chico Buarque - “Caravanas” (Biscoito Fino) – A espera de seis anos valeu. Em composições como a contagiante “Massarandupió” (parceria com o neto Chico Brown) e a impactante “As Caravanas”, que não deve nada às suas obras-primas, Chico Buarque mostrou a fãs e desafetos que continua a ser um craque da canção.
Cibele Codonho - “Afinidade” (Eldorado). A cantora paulistana, ex-integrante do grupo vocal A Três, interpreta com classe conhecidas canções de João Bosco, Milton Nascimento, Dori Caymmi e Ivan Lins, entre outros. Participações do violonista Filó Machado e do cantor Mark Kibble (do grupo vocal Take 6).
Cleber Almeida Septeto - “Música de Baterista” (independente) – Não se iluda pelo título. A música desse inventivo baterista, integrante do Trio Curupira, valoriza bastante melodias e harmonias, além dos ritmos. É o que revelam seus belos arranjos e composições como “Livre”, “Subjetiva” e “Vó Landa Vó Cema”.
David Feldman - “Horizonte” (independente) – Participações de Raul de Souza (trombone) e Toninho Horta (violão e voz) valorizam a arte desse pianista carioca. Faixas como a sensível “Navegar”, a balada “Tetê” e a bossa “Sliding Ways” provam que o talento de Feldman também se estende à área da composição.

Deangelo Silva - “Downriver” (independente) – Mais uma revelação recente da fértil cena musical de Belo Horizonte (MG). Vencedor do prêmio BDMG Instrumental 2017, o pianista estreia em disco com repertório autoral, marcado por sofisticadas referências jazzísticas e admirável habilidade nos improvisos.
Edu Lobo, Romero Lubambo e Mauro Senise - “Dos Navegantes” (Biscoito Fino) – Belezas de Edu, como “Valsa Brasileira” e “O Circo Místico” (parcerias com Chico Buarque), entre outras, ganham aqui versões despojadas, com o próprio autor e dois craques da música instrumental: Lubambo (violão) e Senise (flauta).
Fabiana Cozza - “Ay Amor!” (Biscoito Fino) – Ao gravar este tributo ao carismático “cantautor” cubano Bola de Nieve (1911-1971), a cantora paulista dá, literalmente, um show de interpretação. Difícil não se emocionar ao ouvir suas versões das pungentes canções “Vete de Mi” ou “Be Careful, It’s My Heart”.
Fábio Torres - “De Cara pro Sol” (independente) – Pianista do premiado Trio Corrente, Fábio reúne 11 composições em seu segundo álbum autoral. Aqui explora formações camerísticas e solos de piano. A balada “Caroline” e a valsante “Pra Esquecer das Coisas Úteis” são apenas algumas das belezas desse projeto.
Grooveria - “Moto Contínuo” (independente/Tratore) – O samba e a black music se misturam no terceiro álbum desse coletivo paulista. Em meio a contagiantes composições próprias, as releituras de “Jorge Maravilha” (Chico Buarque) e “Berimbau” (Baden e Vinicius) já fazem sucesso há anos nos shows da Grooveria.
Guinga + Quarteto Carlos Gomes - “Avenida Atlântica” (Sesc) – As cordas do Quarteto Carlos Gomes emprestam sonoridades clássicas a novos arranjos de composições de Guinga, como “Saci” e “Odalisca”. Reforçam também o tom emotivo de canções mais recentes, como a instrumental “Tom e Vinícius” e a belíssima “Meu Pai”.
Gustavo Bombonato - “Novos Horizontes Apontam” (independente) – Uma boa surpresa a estreia deste pianista de Votuporanga (SP). Tocando composições próprias, como as jazzísticas “Cone de Fogo” e “Mr. Spaik”, ele traz a seu lado músicos de alto quilate, como Nenê (bateria) e Alberto Luccas (contrabaixo).

Heloísa Fernandes - “Faces” (Borandá) – A talentosa pianista paulista criou o material desse álbum e o gravou depois de enfrentar risco de morte. Assim nasceram composições como “Mergulho” e “As Três Graças”, que revelam a sensibilidade e a habilidade de Heloísa para improvisar, com emoção à flor da pele.
Hermeto Pascoal & Big Band - “Natureza Universal” (Natura Musical) – Ausente dos estúdios havia 15 anos, o genial bruxo de Lagoa da Canoa (AL) lançou dois álbuns em 2017. Aqui sua “música universal” é traduzida para o formato orquestral. A imagem de seu discípulo Jovino Neto é perfeita: uma cachoeira de sons.
Hermeto Pascoal & Grupo - “No Mundo dos Sons” (Sesc) – Neste álbum duplo, Hermeto toca com os ótimos músicos de seu sexteto. Entre as 18 faixas há homenagens a Miles Davis, Tom Jobim, Ron Carter, Chick Corea e Astor Piazzolla. Depois de um longo hiato sem discos do bruxo, nada como ouvi-lo em dose dupla.
Igor Willcox - “#1” (independente) – O jazz de fusão dos anos 1970 e 1980 é a referência para várias das faixas do primeiro álbum do baterista e compositor paulista. Com participação especial do trombonista Bocato e o órgão de Vini Morales, o jazz-soul “Julie’s Blues” é uma das faixas mais contagiantes.
Isca de Polícia - “Isca - Volume 1” (Elo/Tratore) – A banda do incrível Itamar Assumpção (1949-2003) lança o primeiro disco sem ele. Fiel ao espírito musical de seu mentor, mas sem saudosismo, a Isca segue em frente com canções próprias e parcerias com Arrigo Barnabé, Arnaldo Antunes e Zeca Baleiro.
Jaques Morelenbaum, Marcos Suzano, Benjamim Taubkin e outros - “Música na Serrinha” (Nucleo Contemporâneo) – Músicos de diversos países criando coletivamente durante o Festival de Artes da Serrinha (2015). Inclui DVD com documentário de Marcelo Machado, que registrou essa vivência artística.

Jovino Santos Neto e André Mehmari - “Guris” (Adventure Music) – A ideia é inusitada: dois grandes pianistas celebram em duo a música de Hermeto Pascoal. No repertório, clássicos do bruxo, como “Aquela Valsa” e “Igrejinha”, além de composições de Jovino e André. O próprio homenageado surge em três faixas.
Lilian Carmona, “The First” (Sesc) – Primeiro álbum da experiente baterista paulista. Os saborosos arranjos de Débora Gurgel, Julinho Figueiredo, Pablo Zumarán e Bruno Alves para o bem escolhido repertório, assim como as feras que integram a banda, explicam a vontade de se ouvir este disco outras vezes.
Makiko Yoneda - “Brasileirismo” (independente) – Japonesa radicada em São Paulo, a pianista e compositora confirma sua afinidade com a música instrumental brasileira. Acompanhada por Jamil Joanes (baixo) e Marcio Bahia (bateria), craques do gênero, ela mistura ritmos brasileiros e referências clássicas com sensibilidade.
Mani Padme Trio - “Vô o” (Baticum) - Cubano que escolheu São Paulo para viver, o pianista Yaniel Matos integra esse inventivo trio com o baixista Sidiel Vieira e o baterista Ricardo Mosca. Com sentimento e bastante liberdade, eles releem canções de Milton Nascimento e Dorival Caymmi, assim como tocam material autoral.
Mário Adnet - Saudade Maravilhosa” (Sesc) – Uns dos grandes arranjadores brasileiros, Adnet exibe neste álbum belas composições de sua autoria, acompanhado por músicos cariocas do primeiro time. Completando o repertório, arranjos de “Viver de Amor” (Toninho Horta e Ronaldo Bastos) e “Caravan” (Ellington).
Marcus Santurys, Luiz Bueno e Alexandre Lora - “Gangha Indian Groove” (Fine Music). A instrumentação, com cítara e tablas, é típica da música indiana tradicional, mas o repertório é inusitado. “Raga Blues” e “Samba da Áurea” estão entre as surpresas oferecidas por esse trio adepto de fusões contemporâneas.

Monica Salmaso - “Caipira” (Biscoito Fino) – A cantora paulista garimpou mais uma coleção de pérolas. Canções que remetem ao universo caipira, assinadas por Cartola, Passoca, Gilberto Gil e Roque Ferreira, entre outros, ganham brilho especial graças aos arranjados despojados e ao canto sublime de Monica.
Nelson Ayres e Ricardo Herz - “Duo” (independente) – Um inspirado encontro de duas gerações da música instrumental brasileira. O pianista e o violinista (cujo trio também lançou neste ano o ótimo álbum “Torcendo a Terra”) tocam composições próprias, como a lírica “Céu de Outono” (Ayres) e a “Valsa Tímida” (Herz).
Neymar Dias - “Feels Bach” (Estúdio Monteverdi/ Tratore) – Depois de interpretar canções dos Beatles com sua viola caipira, o virtuoso violeiro e contrabaixista encara o desafio de dedicar um álbum a obras de Bach (1685-1750). E não é que ele consegue que a viola soe barroca sem perder seu sotaque caipira?
Pó de Café - “Terra” (independente) – O grupo instrumental de Ribeirão Preto (SP) tem se superado a cada álbum. Desta vez recria pérolas da canção caipira, usando sonoridades jazzísticas e muita improvisação. A releitura da moda de viola “Rio de Lágrimas” (de Tião Carreiro, Piraci e Santos) é uma delícia.
Prettos - “Essência da Origem” (independente) – Craques do samba paulista, Magnu Sousá e Maurilio de Oliveira comandavam o Quinteto em Branco e Preto. Agora em dupla, eles celebram a diversidade desse gênero musical, em composições que vão do partido alto ao sambalanço, incluindo até influências da black music.
Rafa Castro - “Fronteira” (independente) – “Casulo”, a primeira faixa, já estimula a atenção do ouvinte com sua atmosfera de sonho. Participações especiais de Monica Salmaso (voz) e Teco Cardoso (sax soprano) referendam a música inventiva desse compositor e vocalista mineiro, que traz Milton Nascimento entre suas influências.
Rafael Martini - “Suíte Onírica” (independente) – Este projeto do talentoso compositor mineiro é ambicioso, no melhor sentido do termo: uma suíte em cinco movimentos, que se referem aos estágios do sono. Martini conta com um coral e a Orquestra Sinfônica da Venezuela. O (delirante) texto é assinado por Makely Ka.
Renato Borghetti e Yamandu Costa - “Borghetti Yamandu” (Natura Musical) – Encontro de dois brilhantes instrumentistas gaúchos. O gaiteiro e o violonista mergulham com virtuosismo na tradição musical dos pampas, tocando rancheiras e temas folclóricos, como “Prenda Minha”, além de composições de Borghetti.
Theo de Barros - “Tatanaguê” (independente) – Autor da clássica “Disparada” (com Geraldo Vandré), o compositor carioca mostra outras belas canções – 13 delas letradas por Paulo César Pinheiro. A escolha do cantor Renato Braz para interpretar quase todas soa perfeita, assim como a participação de Monica Salmaso.

Tulio Araujo - “Monduland” (independente) – Na música cosmopolita desse percussionista mineiro, o pandeiro é protagonista. Clássicos choros de Pixinguinha (“Um a Zero”) e Garoto (“Lamentos do Morro”) dividem o repertório do álbum com composições de Araújo, cujos arranjos revelam influências jazzísticas.
Tutty Moreno, Rodolfo Stroeter, André Mehmari e Nailor Proveta - “Dorival” (Pau Brasil) – Esses craques da música instrumental recriam com muita liberdade clássicos de Dorival Caymmi, como “Dora” e Só Louco”. Vale lembrar que, duas décadas atrás, esse mesmo quarteto gravou o cultuado álbum “Forças D’Alma”.
Vento em Madeira - “Arraial” (Maritaca) – A sensação de prazer ao tocar, que esse quinteto paulista transmite em suas apresentações, também está estampada em seu terceiro álbum. Faixas como “Samba do Lana” e “Pintou Um Grilo” (composições da flautista Lea Freire”) revelam alegria pura em forma de música.
Vinícius Gomes - “Resiliência” (Blaxtream) – À frente de seu quinteto formado por outros craques da cena instrumental paulistana, o talentoso guitarrista e violonista assina as 10 faixas de seu primeiro álbum autoral. Emoções garantidas ao se ouvir a nervosa “Êxodo” (com Fernando Amaro) e a lírica “Ano Novo”.
Xenia França - “Xenia” (Natura Musical) – Baiana radicada em São Paulo, ela ainda é mais conhecida como vocalista da banda Aláfia. Neste estimulante álbum solo, recheado de referências da black music, da percussão afro-baiana e até do jazz, Xênia aborda com leveza temas como racismo e emancipação feminina.
Zélia Duncan e Jaques Morelenbaum - “Invento +” (Biscoito Fino) – Não leve o título do álbum à risca. A cantora e o violoncelista interpretam 14 canções de Milton Nascimento, num projeto marcado pela simplicidade. Ainda assim as despojadas releituras da dupla realçam belezas menos evidentes desse precioso repertório.