Burt Bacharach: de volta ao Brasil, aos 80 anos

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Quase uma unanimidade no mundo musical há mais de meio século, ele tem deixado sua marca nos discos e shows de artistas bem diversos, como a diva do soul Aretha Franklin, a dupla pop The Carpenters, o jazzista McCoy Tyner, a cantora e atriz Marlene Dietrich, o pianista da bossa nova Sérgio Mendes, o cantor e guitarrista de rock Elvis Costello, até os Beatles.

O autor dessa façanha é o compositor, pianista, arranjador, produtor e eventual cantor Burt Bacharach, 80, que toca hoje e amanhã, em São Paulo, no HSBC Brasil, depois de dez anos sem apresentar no país. No sábado (dia 18), ele encerra a turnê, tocando para o público carioca, no Vivo Rio.

Embora não tenha lotado o teatro do Sesi, em Porto Alegre, anteontem, o show do músico norte-americano levou às lagrimas parte da platéia, ao relembrar canções que freqüentaram as rádios e telas do cinema nas décadas de 60 e 70, como “Close to You”, “I Say a Little Prayer”, “What the World Needs Now Is Love” e “Alfie”.

Poucos compositores podem ostentar o título de hitmaker como ele. Setenta de suas canções entraram nas paradas de sucessos dos Estados Unidos entre as 40 mais tocadas nas rádios. Na Inglaterra, mais de 50 canções de Bacharach também conseguiram esse feito.

Com tantos hits no repertório, para não decepcionar os fãs que esperam ouvi-los nos shows, Bacharach costuma reuni-los em medleys, como fez em “Live at the Sydney Opera House” (Universal, 2008), seu CD mais recente, já lançado aqui.

O mais curioso é que, diferentemente do que se vê hoje no mercado musical, o autor de “Walk on By” e “The Look of Love” não tentava repetir o sucesso fazendo cópias disfarçadas de suas composições anteriores, nem seguia fórmulas estabelecidas por outros autores.

“Quando estávamos escrevendo, Burt e eu sempre tentávamos achar algo original. Não víamos graça em ser como os outros”, disse Hal David, seu letrista mais constante, à revista “Mojo”, em 1996. Quem já prestou atenção nas melodias assobiáveis, nas mudanças rítmicas e nas orquestrações criativas de Bacharach sabe que seu parceiro não estava dourando as pérolas que criaram.

(publicada na "Folha de S. Paulo", em 15/04/2009)


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