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Bourbon Street: clube paulistano reabre com Nuno Mindelis, em tributo a B.B. King

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                                                                                                        O guitarrista e bluesman Nuno Mindelis 

Uma notícia animadora para os paulistanos apreciadores do blues, do jazz e da black music, que já estavam com saudades de um bom show ao vivo, depois de tantos meses trancafiados por causa da quarentena. O Bourbon Street Music Club, uma das melhores casas do gênero na América Latina, reabre nesta quinta-feira (dia 15/10), de cara nova.

A charmosa casa noturna, que já existe há quase 27 anos, no bairro de Moema (zona sul de São Paulo), ganhou um novo espaço: o Bourbon Street Jazz Café, que vai funcionar também durante o dia. Com um ambiente mais claro e arejado por quatro janelões, esse café será integrado à calçada da rua dos Chanés, que já sediou várias edições do Bourbon Street Fest.

A atração da noite de reinauguração será o guitarrista e bluesman angolano Nuno Mindelis, que vai apresentar uma homenagem ao grande B.B. King (1925-2015), com participação do guitarrista Tuco Marcondes. A escolha tem tudo a ver com a história da casa: além das várias temporadas de shows que liderou no Bourbon Street, o lendário “rei do blues” também a inaugurou, em 1993.

Entre as atrações deste mês, no Bourbon Street, destacam-se: o cantor Tony Gordon (16/10); o cantor e violonista Toquinho (com Camila Faustino e Nailor Proveta, dia 17/10); André Frateschi & Miranda Kassin (18/10); o trombonista Joabe Reis (22/10); a banda Serial Funkers (24/10); e “Elis e Eu”, talk show de João Marcelo Bôscoli (25/10).

Reservas pelo tel. (11) 5095-6100

Vinicius de Moraes: caixa reúne o essencial da obra musical do poeta carioca

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Reedições de livros, discos, shows, exposições, até musical na Broadway, estão entre os eventos previstos, neste ano, para comemorar o centenário de nascimento de Vinicius de Moraes. Agora chega “A Benção, Vinicius - A Arca do Poeta” (lançamento da gravadora Universal), caixa com 18 álbuns e duas coletâneas, que reúne grande parte da produção musical do poeta, compositor e dramaturgo carioca.

Quem conhece a caixa “Como Dizia o Poeta”, lançada em 2001, vai sentir falta de alguns discos, como “Vinicius em Portugal” (1969), “Tom, Vinicius, Toquinho e Miúcha” (1977) ou as trilhas sonoras das novelas “O Bem Amado” (1973) e “Fogo Sobre Terra” (1974). Por outro lado, a nova caixa traz gravações remasterizadas, com melhor qualidade sonora, e um livreto escrito pelo crítico Tárik de Souza.

Gravados no período 1956-1980, os 18 álbuns incluem projetos de Vinicius com vários parceiros e trilhas de espetáculos musicais com suas canções. É o caso do musical “Orfeu da Conceição”, que chegou ao palco em 1956, inaugurando a parceria com Tom Jobim. No álbum, canções como “Se Todos Fossem Iguais a Você” e “Eu e Meu Amor” são interpretadas pelo cantor Roberto Paiva, com Luís Bonfá ao violão, e arranjos orquestrais.

Três anos depois, o francês Marcel Camus adaptou essa peça de Vinicius para o cinema. Seu filme “Orfeu Negro” venceu o Festival de Cannes e ganhou o Oscar de melhor obra estrangeira, despertando a atenção mundial para a música brasileira. Agora readaptado para o teatro, “Black Orpheus” deve estrear na Broadway até o final deste ano.

O álbum “Vinicius & Odette Lara” (1963) destaca a elegante atriz paulista, cantando pérolas que Vinicius compôs com Baden Powell, como “Só Por Amor”, “Deixa” e “Samba em Prelúdio”. Pouco depois os dois parceiros gravaram “De Vinicius e Baden Especialmente para Ciro Monteiro” (1965), raro tributo ao cantor e sambista carioca, que não fez parte da caixa de 2001. Não poderia faltar também o álbum “Os Afro Sambas de Baden e Vinicius” (1966), grande clássico da dupla, que reaparece com outra capa por alguma questão relativa a direito autoral.

Outra parceria preciosa está no álbum “Vinicius/Caymmi no Zum Zum” (1965), que inclui sucessos de Dorival Caymmi, como “Saudade da Bahia” e “Das Rosas”, além de participações do Quarteto em Cy e do violonista Oscar Castro-Neves. Mais extensa, a parceria de Vinicius com o violonista Toquinho está representada por quatro álbuns.

Entre as raridades da caixa, incluídas na coletânea “Pela Luz dos Olhos Teus”, destacam-se três gravações do início dos anos 1960. O próprio Vinicius canta seus sambas “Água de Beber” e “Lamento no Morro” (parcerias com Tom Jobim), além da canção “Pela Luz dos Olhos Teus”, também de sua autoria, em arranjo bem diferente da versão valsante, gravada em 1977, por Jobim e Miúcha.

Raras também são as trilhas de dois musicais incluídas na coleção. As canções e sambas de “Deus Lhe Pague” (1976), que Vinicius compôs com Edu Lobo, são interpretados pelos atores Marília Pera, Walmor Chagas e Marco Nanini, entre outros.

Já trilha de “Jesus Cristo Superstar” (1972) – ópera-rock da dupla britânica Lloyd Webber & Tim Rice, cujas canções foram vertidas por Vinicius para uma montagem brasileira – pode até chocar alguns fãs mais conservadores do poeta. Eles jamais imaginariam que o sofisticado diplomata, intelectual e compositor de obras-primas da canção brasileira poderia se aproximar do universo profano do rock. Talvez Vinicius estivesse apenas precisando de dinheiro ou, como fez outras vezes, aproximou-se dos jovens para rejuvenescer. 


(resenha publicada no "Guia Folha - Livros, Discos, Filmes", em 31/8/2013)


 

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