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Bourbon Street Fest: clube paulistano celebra a diversidade musical de New Orleans

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                                                                       O trombonista Corey Henry, líder da banda Tremé Funket  

Após o longo hiato imposto pelo período mais dramático da pandemia, um dos principais e mais simpáticos festivais brasileiros de música reativa o formato que o consagrou. O Bourbon Street Fest estreia na próxima semana sua 18.ª edição, com três shows por noite, de quarta (21/9) a domingo (25/9), no clube homônimo paulistano. Já nas tardes de sábado e domingo (24 e 25/9), essa festa musical se estende até o Parque Burle Marx, a partir das 13h, com entrada franca.

Quem já teve a oportunidade de acompanhar alguma das edições anteriores desse festival sabe o quanto ele é original. Edgard Radesca e Herbert Lucas, produtores do Bourbon Street Music Club, costumam escolher as principais atrações desse evento na eclética cena musical de New Orleans, uma das cidades mais musicais do mundo. Localizada na região da Louisiana, no sul dos Estados Unidos, essa cidade realiza anualmente o New Orleans Jazz & Heritage Festival – um dos maiores festivais de jazz e música negra deste planeta.

Três dos artistas do elenco desta edição do Bourbon Street Fest já são conhecidos pela plateia de São Paulo: o conceituado saxofonista e compositor de jazz moderno Donald Harrison; o trompetista e cantor Leroy Jones, que cultiva o jazz tradicional ao estilo de New Orleans; e o acordeonista e cantor Dwayne Dopsie – expoente do zydeco, tradicional e dançante gênero musical da Louisiana.

Outras vertentes essenciais da música produzida em New Orleans estarão bem representadas por talentosos artistas em ascensão na cena musical dessa cidade: o neo-soul e o R&B da cantora e violonista Bobbi Rae, que terá a companhia do guitarrista brasileiro Igor Prado e sua banda Just Groove; o funk do trombonista Corey Henry, líder da energética banda Treme Funket; e o jovem tecladista e cantor Kevin Gullage, revelação do soul e do blues, com sua banda The Blues Groovers.

Conheça a programação completa do 18.º Bourbon Street Fest neste link:
fest.bourbonstreet.com.br/

Bourbon Street Fest: chuva não compromete shows de Dwayne Dopsie e Bonerama

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                                                                                     Dwayne Dopsie & The Zydeco Hellraisers 

Festivais de música ao ar livre possuem um charme e uma energia especiais – algo que raramente se sente nos shows em clubes ou em teatros. Porém, quando a chuva nos surpreende e grande parte da plateia desiste da festa, fica uma certa tristeza no ar, ao se ver a animação e os esforços dos artistas e dos produtores serem desperdiçados.

Foi essa minha sensação, ontem à tarde, ao ver as atrações do 16.º Bourbon Street Fest (no Parque Ibirapuera, em São Paulo) serem aplaudidas por uma pequena e corajosa plateia, com seus guarda-chuvas e capas de plástico. Uma pena, porque a banda Bonerama, já curtida em 2012 pela plateia paulistana, trouxe neste ano um show excitante: versões de sucessos da banda Led Zeppelin, em inusitados arranjos para seu naipe de trombones.


Outro conhecido dos frequentadores do Bourbon Street Music Club e de seus festivais dedicados à diversidade musical da cidade de New Orleans é o carismático acordeonista Dwayne Dopsie. Esse renovador do zydeco (um tradicional e dançante gênero musical da região da Louisiana, no sul dos EUA) é capaz de contagiar qualquer plateia com suas incendiárias releituras de clássicos do rhythm & blues e do rock & roll.


Batalhadores que divulgam a cultura musical e a gastronomia de New Orleans no Brasil há 25 anos, Edgard Radesca, Herbert Lucas e a equipe do Bourbon Street não mereciam essa decepção. Até pelo fato de que, nestes anos de crise econômica, têm insistido e conseguido realizar o Bourbon Fest, bravamente, sem o apoio de um grande patrocinador.


Por essas e outras, sei que no próximo ano 
 com ou sem patrocínio, faça chuva ou faça sol  já tenho um encontro marcado no 17.º Bourbon Street Fest para aplaudir mais uma vez esses embaixadores informais da música de New Orleans.

Bourbon Street Fest 2015: Little Freddie King traz “blues de verdade” a São Paulo

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Na cena atual do blues são raros os músicos que ainda cultivam, como ele, o tradicional estilo criado no delta do Mississipi quase um século atrás. O guitarrista e cantor Little Freddie King, 75, é uma das principais atrações do 13º Bourbon Street Fest, que começa na tarde deste domingo (23/8), com três shows gratuitos no parque do Ibirapuera, em São Paulo.

“Tem muita gente por aí tocando um blues artificial, eletrônico, que não passa de rock-blues. Graças a deus, sou um dos últimos músicos ainda vivos que tocam blues de verdade”, provoca King. Em sua banda, o veterano bluesman trará “Wacko” Wade Wright (bateria), Anton “Skeet” Anderson (baixo) e Bobby Ditullo (gaita), que o acompanham desde os anos 1990.

King (na foto acima) é um sobrevivente, não apenas por se dedicar ao blues tradicional até hoje. Conta que se não tivesse parado de beber em doses industriais, por volta de 1989, o alcoolismo já o teria matado, provavelmente. Também conseguiu sobreviver a um casamento conflituoso: chegou a ser esfaqueado e baleado pela esposa.

Fread Eugene Martin (seu nome verdadeiro) nasceu em McComb, no Mississipi, a poucos metros da casa de Bo Diddley, o guitarrista e pioneiro do rock’n’roll. Ser filho do bluesman Jessie James Martin não facilitou a vida do garoto, quando decidiu seguir a mesma carreira. Sem dinheiro, fez sua primeira guitarra com uma caixa de charutos e cordas de crina de cavalo.

“Meu pai me ensinou os três acordes básicos, mas disse que eu tinha que aprender sozinho mesmo”, relembra. Aos 17 anos, mudou-se para Nova Orleans. Até começar a ganhar algum dinheiro com a música encarou vários bicos: carregou bananas no porto, reparou telhados de casas, consertou televisões e motores. 
 

Embora seu estilo lembre mais o de seu primo Lightnin’ Hopkins (uma de suas maiores influências musicais, ao lado de John Lee Hooker e Muddy Waters), já nos anos 1960 assumiu o pseudônimo que se refere ao bluesman texano Freddie King (1934-1976). Os dois chegaram a tocar juntos algumas vezes. 

 
“As pessoas diziam que o meu som era parecido com o dele. Não me incomodei quando começaram a me chamar de Little Freddie King (Pequeno Freddie King)”, diz o veterano guitarrista. 

 
Hoje ele conta, com orgulho, que já se apresentou 45 vezes no Jazz & Heritage Festival de Nova Orleans, um dos maiores eventos do gênero no mundo. E neste ano também foi homenageado pelo French Quarter Festival, outro grande evento musical da cidade, que usou a imagem de King para ilustrar seu pôster oficial. 

 
“Adoro tocar em festivais. Fico feliz ao ver tanta gente reunida para ouvir blues. Os jovens gostam de blues porque sabem que essa é uma música que sai direto do coração”, conclui o veterano bluesman. 
 

DESTAQUES DO FESTIVAL

Outras quatro atrações se destacam na 13ª edição do Bourbon Street Fest. Ainda inédita em palcos brasileiros, a cultuada banda Galactic tem 21 anos de estrada e costuma atrair multidões aos festivais que frequenta. Seu funk mistura influências de jazz, soul, rock e hip hop. Vocalista atual da banda, Erica Falls (na foto abaixo) já é conhecida há anos entre os frequentadores do Bourbon Street Music Club, em São Paulo.

 
Revelação da cena musical de Nova Orleans, o trompetista e cantor Leon “Kid Chocolate” Brown tem mostrado seu talento tocando jazz moderno e tradicional. Aqui vai homenagear o mestre Louis Armstrong, um dos grandes pioneiros do jazz.

Especialista em zydeco (gênero musical da Louisiana, centrado no acordeom, que lembra o nosso forró), o cantor e sanfoneiro Dwayne Dopsie faz suas plateias dançarem com uma música energética, recheada de R&B, reggae, funk e pop. 
 

Já a banda Lost Bayou Ramblers cultiva a tradicional música cajun da Louisiana, que é cantada em francês e tocada com instrumentos acústicos, como a rabeca, o acordeom e o contrabaixo. Com o tempo assimilou também influências do rockabilly e do rock. 
 

Além dos shows gratuitos no parque do Ibirapuera (dias 23 e 30/8), durante a semana o Bourbon Street Fest também oferece apresentações de todos esses artistas no Bourbon Street Music Club, de 25 a 29/8.

 
Mais informações no site do evento: www.bourbonstreetfest.com.br


(Texto publicado parcialmente na "Folha de S. Paulo", em 22/8/2015)

 

Rio das Ostras Jazz & Blues 2015: festival fluminense resiste à crise econômica

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Quem acompanhou a edição de 2014 do Rio das Ostras Jazz & Blues, um dos grandes festivais do gênero na América Latina, vai notar a diferença. Em vez da extensa programação durante dois finais de semana, o evento que agita anualmente a cidade litorânea fluminense retornará de 20 a 23 de agosto com um programa mais compacto.
 

Entre as atrações principais do evento (prejudicado pelo recente cancelamento do show do trompetista Roy Hargrove, por motivo de saúde) estão o eclético percussionista nova-iorquino Omar Hakim (na foto acima), a banda britânica de funk-jazz Incognito (na foto abaixo, o líder e guitarrista Jean-Paul “Bluey” Maunick) e o guitarrista e bluesman californiano Robben Ford.  

O blues também estará representado por outros três guitarristas: a norte-americana Carolyn Wonderland, o britânico Matt Schofield e o cearense Artur Menezes. De New Orleans vem o acordeonista Dwayne Dopsie, especialista em zydeco (dançante gênero musical da Louisiana). Entre os brasileiros destacam-se ainda o gaitista Gabriel Grossi e a Orquestra Kuarup.   

 
O produtor Stenio Mattos revela que foi difícil realizar o festival neste ano. “Encaramos uma luta árdua, tentando buscar novas alternativas à dependência do petróleo”, diz o diretor do evento, referindo-se às dificuldades econômicas enfrentadas pela região, voltada à produção petrolífera.  

“Temos que continuar mostrando que se pode fazer cultura de alto nível, sem cobrança de ingressos, e ainda trazer benefícios econômicos para a região com o uso correto de leis de incentivo”, afirma o produtor. 


Mais que lamentar a redução do número de atrações do evento, em função da grave crise econômica que tem abatido todo o país, os frequentadores do Rio das Ostras Jazz & Blues podem comemorar o fato de, apesar das adversidades, o festival vai realizar sua 13ª edição sem abrir mão da qualidade musical.  


 

 

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