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Zerró Santos: baixista comanda 'Tarde de Jazz', com shows gratuitos em São Paulo

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                                                               O contrabaixista Zerró Santos e o trombonista Bocato 

Uma dica para os fãs do jazz e da música instrumental, que vivem na cidade de São Paulo. Zérró Santos, contrabaixista e arranjador paraense que já dividiu palcos e gravações com grandes músicos brasileiros (de Johnny Alf a Paulo Moura), está à frente do recém-lançado projeto "Tarde de Jazz no Javari StrEat Park".

Ontem, no segundo show dessa série mensal, Zerró trouxe como convidado especial o trombonista Bocato, craque da cena instrumental paulistana, além dos jovens Fernando Amaro (bateria) e Igor Bollos (guitarra). No repertório desse quarteto, pérolas do jazz moderno, como “Footprints” (Wayne Shorter), “Maiden Voyage” (Herbie Hancock) e “Tenor Madness” (Sonny Rollins), em releituras que, em alguns momentos, ganharam intensidade e levadas típicas do rock.

O Javari StrEat Park 
 um descontraído espaço de 850m², que fica em frente ao estádio do Clube Atlético Juventus, no bairro paulistano da Moóca — define-se como uma “balada de família”. Sem cobrança de ingresso, nem couvert artístico, oferece música ao vivo de graça, bar com cardápio de cervejas e drinques, além de foodtrucks que servem pizzas e hamburgers.

O próximo show da série Tarde de Jazz está agendado para o último sábado de março (28/3), das 17h às 21h. Segundo Zerró Santos, o convidado especial será o conceituado baterista e compositor Duda Neves. Ouvir músicos desse quilate, de graça, é um privilégio.

Mais informações sobre o Javari Streat Park: 
facebook.com/javaripark/


Funarte Musical: programação especial comemora 40 anos da Sala Guiomar Novaes

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                                                 A banda paulistana Isca de Polícia abre série de shows na Funarte SP

Quem acompanhou a cena musical de São Paulo durante os anos 1980 e 1990 sabe que a Sala Guiomar Novaes desempenhou um importante papel de apoio às novas tendências musicais. Foi nesse palco do complexo cultural da Funarte que artistas da geração conhecida como “vanguarda paulista” – Arrigo Barnabé, Itamar Assumpção e os grupos Rumo, Premê e Língua de Trapo, entre outros – consolidaram suas carreiras musicais.

Comemorando 40 anos de atividades em 2017, a Funarte paulista vai exibir durante este semestre uma série especial de shows de música popular e concertos de música erudita, sempre aos sábados. Entre as atrações programadas estarão artistas que fazem parte da história da Sala Guiomar Novaes e destaques de gerações mais recentes.

A série Funarte Musical 2017 começa no dia 26/8, com o show da Isca de Polícia. A banda paulistana que acompanhava o compositor Itamar Assumpção (1949-2003) acaba de retornar aos palcos para lançar “Isca - Volume 1”, primeiro disco sem a presença de seu inspirador. O projeto inclui no repertório canções de Tom Zé, Zeca Baleiro e Arnaldo Antunes.

O mês de setembro trará uma programação bem eclética. Ex-integrante da banda de Arrigo Barnabé, o trombonista e compositor Bocato exibe fusões de jazz e música brasileira com seu grupo (em 2/9). Na semana seguinte (9/9), o quinteto de clarinetes Sujeito a Guincho mostra que não acredita em fronteiras musicais, misturando choros, sambas e peças da tradição clássica.

A cantora Ná Ozzetti e o compositor e violonista Luiz Tatit relembram divertidas pérolas do repertório do grupo Rumo (em 16/9), além de mostrar canções de fases mais recentes de suas carreiras. No sábado seguinte (23/9), o acordeonista Toninho Ferragutti, que acaba de ser eleito melhor instrumentista do ano pelo Prêmio da Música Brasileira, toca clássicos da música caipira, em duo com o violeiro Neymar Dias.

A programação de setembro termina com o show da banda Quartabê (30/9). Revelação recente da música instrumental brasileira, esse quinteto já gravou dois discos com releituras da obra do maestro e compositor pernambucano Moacir Santos (1926-2006). 



Os shows na Sala Guiomar Novaes incluem também, até dezembro, outros destaques do cenário musical paulistano, como a cantora Fabiana Cozza (28/10), o multi-instrumentista Arismar do Espírito Santo (4/11), a dupla Os Mulheres Negras (18/11; à esquerda, André Abujamra e Maurício Pereira, em foto de Gal Oppido) e a cantora Anelis Assumpção (2/12), além de um espetáculo especial para o público infantil com o grupo Manuí (7/10).

Os apreciadores da música clássica não foram esquecidos na programação do Funarte Musical, que inclui concertos do oboísta Alexandre Ficarelli com o violoncelista Raiff Dantas Barreto (14/10), da pianista Luciana Sayuri (21/10), do trio do pianista Gilberto Tinetti com o clarinetista Luis Montanha e o violoncelista Robert Suetholz (11/11). E ainda um concerto de percussão comandado pelo maestro Ricardo Bologna (25/11).

Feita em parceria com a equipe da Funarte SP, a curadoria da série Funarte Musical 2017 leva as assinaturas do
músico e professor Robert Suetholz e deste jornalista musical, que desde os anos 1980 frequentou bastante a plateia da Sala Guiomar Novaes.

Onde: Sala Guiomar Novaes, na Funarte (Al. Nothmann, 1058, tel. 3662-5177, Campos Elíseos, São Paulo)
Ingressos: R$ 20,00 e R$ 10,00 











Jazz na Fábrica 2014: festival do Sesc SP explora os limites desse gênero musical

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Quais são os limites do jazz? Até que ponto esse gênero musical pode se aproximar da tradição clássica, do experimentalismo, da música étnica ou mesmo da música pop sem perder sua essência ou deixar de inovar? Questões como estas, que vêm acompanhando as transformações desse gênero musical há décadas, inspiraram a quarta edição do Jazz na Fábrica.

O festival produzido pela equipe de programação do Sesc Pompéia vai trazer à capital paulista, de 6 a 31 de agosto, dezenas de músicos e grupos de diversos estilos jazzísticos e nacionalidades. E com um diferencial importante, numa cidade com custo de vida tão alto como São Paulo: os preços dos ingressos são acessíveis, variando de R$ 12 a R$ 60.

Entre os maiores destaques desta edição está o multi-instrumentista de sopros e compositor norte-americano Anthony Braxton, 64, criativo expoente do jazz de vanguarda de Chicago, que vai se apresentar pela primeira vez no país (dias 7 e 8/8). Seu quarteto, o Diamond Curtain Wall inclui Mary Halvorson (guitarra), Ingrid Laudbrock (sax tenor) e Taylor Ho Bynum (trompete, flugelhorn e trombone).

Quem inicia a programação (de 6 a 8/8) é o pianista nova-iorquino Randy Weston, 88, brilhante discípulo de Thelonious Monk (1917-1982), que já nos anos 1960 abriu seu jazz moderno aos ritmos da África e do Caribe. Weston virá acompanhado pelo septeto African Rhythm, que reúne Talib Kibwe (sax alto e flauta), Bill Saxton (sax tenor), Robert Trowers (trompete), Alex Blake (baixo), Neil Clarke (percussão) e Lewis Nash (bateria).


Outros pianistas de primeira linha estão no elenco desse festival. A japonesa Hiromi Uehara, 35, tem conquistado as plateias com muita energia e um repertório que mistura elementos do rock, da música clássica e da jazz-fusion. Pela primeira vez no Brasil (dias 16 e 17/8), ela trará o trio que destaca também o baixista Anthony Jackson e o baterista Simon Philips.

De Cuba vem Harold López-Nussa, 31, pianista-revelação e compositor que já tocou com astros da música cubana, como Omara Portuondo e Chucho Valdés, além de integrar grupos de destaque na cena do jazz internacional, como o Ninety Miles e o Monterey Latin Jazz All-Stars. Vai tocar nos dias 30 e 31/8.

As fusões do jazz moderno com ritmos latinos também estão representadas pelo quarteto colombiano liderado pelo saxofonista Antonio Arnedo com o pianista Juancho Valencia (9 e 10/8). Os improvisos do grupo são calcados em ritmos locais, como a cumbia e o passillo.


Conhecido integrante das bandas de James Brown e George Clinton, essenciais no soul e no funk dos anos 1960 e 1970, o trombonista Fred Wesley, 71, vai mostrar sua faceta mais jazzística. Terá a seu lado o organista Leonardo Corradi e o baterista Tony March, parceiros no trio Generations (23 e 24/8). 


Um dos músicos africanos mais populares desde a década de 1970, na cena internacional, o saxofonista e vibrafonista Manu Dibango (da República de Camarões), hoje com 80 anos, já fez diversas gerações dançarem com suas fusões de funk, soul, jazz, reggae, afrobeat e outros ritmos da África Ocidental. Ele encerra a programação do festival, dias 30 e 31/8, na Choperia do Sesc Pompéia. 

O jazz europeu também está representado nesta edição. Dia 15/8 toca o experiente trompetista francês Stéphane Belmondo, 47, que já gravou com astros do jazz norte-americano, assim como tocou com Milton Nascimento. O saxofonista finlandês Timo Lassy, 40, cultiva a dançante fusão do jazz com a soul music (22/8). Já a banda norueguesa Jaga Jazzist traz seu jazz experimental com influências do rock progressivo e do afro-beat (16 e 17/8).

Experimentação também é uma constante na obra do trompetista e compositor norte-americano Wadada Leo Smith, 72, que poderá ser ouvido em um inédito encontro com HPrizm (também conhecido como High Priest), um dos fundadores do grupo de hip hop alternativo Antipop Consortium, e o baixista Henri Grimes (dias 9 e 10/8).

 
Ainda na linha mais experimental, o Jazz na Fábrica programou também uma série dedicada à improvisação livre. Os shows destacam: o quinteto do trompetista norte-americano Nate Wooley (28/8); o trio Kock-Rohrer-Gianfratti com o baixista inglês John Edwards (14/8); o duo Flac (o baterista Flávio Lazzarin e o saxofonista André Calixto) com o guitarrista Luiz Galvão e o saxofonista Marcelo Coelho (15/8); e o grupo Rumores (21/8).

Outras atrações nacionais completam o elenco do festival: o sexteto do trombonista Bocato (29/8); o quinteto do saxofonista Felipe Salles (23/8); o grupo do baixista Itiberê Zwarg (29/8); o grupo Meretrio (22/8); e o quinteto Jazz Brothers (dos irmãos Wilson, saxofonista, e Cuca Teixeira, baterista), que terão como convidada a cantora Sarah Chrétien (28/8).

Desta vez 40% dos ingressos para os shows do Jazz na Fábrica serão vendidos online, a partir de 31/7 (quinta-feira), às 17h30, com a limitação de dois ingressos por pessoa/espetáculo. Já nas bilheterias das unidades do Sesc, a venda de ingressos começará no dia seguinte: 1º/8 (sexta-feira), às 17h30. 


Mais detalhes sobre os shows e venda de ingressos no site do Sesc SP:   http://www.sescsp.org.br/programacao/39950_JAZZ+NA+FABRICA#/content=programacao













Jazz.br: Hermeto Pascoal abre projeto de música instrumental no Bourbon Street

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                                                                                                            Photo by Carlos Calado

O genial multi-instrumentista e compositor Hermeto Pascoal, um dos músicos brasileiros mais cultuados no mundo, será a primeira atração do projeto Jazz.br, que vai levar nomes de prestígio e revelações da música instrumental brasileira, semanalmente, ao Bourbon Street Music Club, em São Paulo.

A estreia será em 28/3 (quarta-feira), quando terei o prazer de apresentar e conversar com Hermeto durante os intervalos do show. Na banda do “bruxo” estarão grandes músicos que já o acompanham há muito tempo: Itiberê Zwarg (baixo), Marcio Bahia (bateria), André Marques (piano), Vinicius Dorin (sopros) e Fabio Pascoal (percussão), além de Aline Morena (vocais).

Nessa série de shows, o Bourbon Street volta a utilizar o formato “Na Roda”, já conhecido por seus frequentadores. O convidado e seus músicos ocupam o centro da pista da casa, com a plateia sentada mais próxima, em volta da banda, como numa espécie de “roda de jazz”.

Entre um número musical e outro, o artista pode comentar algum detalhe da apresentação ou da composição em si, num bate-papo descontraído com o apresentador. A ideia é não só aproximar mais a plateia dos músicos, mas também demonstrar que a linguagem musical é mais simples do que parece. Ninguém precisa ter conhecimento técnico para acompanhar um improviso, muito menos para curtir um show de música instrumental.

O projeto Jazz.br prossegue nas semanas seguintes, sempre às quartas-feiras, com o tecladista Michel Freidenson, o quinteto  Deep Funk Session, o trombonista Bocato, o baixista e band leader Zerró Santos, a dupla de violonistas Duofel, o cantor e violonista Filó Machado e o trombonista Raul de Souza.

Couvert artístico: R$ 35,00. Abertura da casa: R$ 20h; início do show às 21h30.
Outras informações no site do Bourbon Street Music Club.


Bocato: trombonista quer mais experimentalismo na cena instrumental

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Na cena musical paulistana, ao se falar em trombone, o nome desse músico inquieto e criativo é quase sempre o primeiro lembrado. Aos 48 anos, Bocato já acompanhou diversos astros da MPB (de Elis Regina a Arrigo Barnabé e Itamar Assumpção), liderou a Banda Metalurgia e se estabeleceu como um dos melhores instrumentistas do país.

“Gosto de todos os tipos de música, mas valorizo muito a liberdade. O que está faltando na música de hoje é experimentar, arriscar mais”, diz o trombonista e compositor, que lança amanhã, em apresentação no Sesc Avenida Paulista, seu 17º álbum.

Para criar os arranjos e gravar o CD “Hidrogênio” (selo Baratos Afins), Bocato alugou um estúdio. Passou cinco meses tocando quase diariamente com sua banda, que inclui Gileno Furtado (guitarra), Ary Holand (teclado), Crys Galante (percussão),Vitor Cabral (bateria), Rubem Faria (baixo) e Marcio Negri, saxofonista que se destaca nos improvisos.

“Prefiro escrever música a mão, porque sou analfabeto em computação”, brinca o modesto líder, formado em regência e composição. Nesse projeto, Bocato quis resgatar um pouco do saudável amadorismo dos tempos da Banda Metalurgia. “O método que usamos foi basicamente o mesmo”, diz, creditando a participação ativa dos colegas nas gravações.

As cinco composições que integram o álbum são interligadas sob a forma de suíte. A extensa faixa-título remete às experimentações eletrificadas que o jazzista Miles Davis (1926-1991) fez na década de 1970. Mais acústica, “Marina” chega a soar romântica. “Yasmin” destaca um etéreo solo de flauta.

“Alguém tem que fazer o serviço sujo”, alfineta Bocato, dizendo que a música se tornou mais conservadora, nas últimas décadas. “Até a época da bossa nova, em termos de harmonia, a música brasileira acompanhou o nível de criação no jazz, mas, a partir dos anos 70, se concentrou demais no ritmo e nas canções”, critica.

“Hidrogênio” marca a volta de Bocato ao selo independente Baratos Afins, do produtor e lojista Luiz Calanca, pelo qual já gravou seis álbuns – o anterior foi “Ladrão de Trombone” (1990). O novo CD só será vendido na loja ou pelo site www.baratosafins.com.br.

“Como dizia Einstein, não existe experiência que dá errado. Esta que fizemos já mostrou que se pode fazer música sem a preocupação de seguir um estilo ou uma tendência”, conclui o trombonista.

(entrevista publicada na “Folha de S. Paulo, em 12/01/2009)

 

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