Trio da Paz: três brilhantes embaixadores da música instrumental brasileira nos EUA

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                                                           O Trio da Paz, em show no Sesc Consolação, em São Paulo

Talvez o fato de o Brasil ser um país tão diversificado e rico musicalmente possa justificar em parte que o Trio da Paz -- sensacional grupo de música instrumental brasileira e jazz, que Romero Lubambo (violão e guitarra), Duduka da Fonseca (bateria) e Nilson Matta (contrabaixo) criaram 32 anos atrás em Nova York, ondem vivem –- só tenha se apresentado três vezes até hoje, em nosso país.

A plateia que foi ouvi-lo ontem, no teatro do Sesc Consolação, em São Paulo, certamente se sentiu privilegiada. E acompanhou com animação os inventivos improvisos desse trio formado por craques em seus instrumentos, que tocam com intensidade sonora e um admirável senso de conjunto. Os três parecem praticar uma espécie de telepatia musical, uma capacidade de antever ideias dos parceiros, dominada apenas por instrumentistas que tocam juntos há muito tempo.

O repertório do show incluiu composições próprias e clássicos da música brasileira que apontam algumas referências do trio, como a bossa “Wave” e uma eletrizante versão de “Insensatez” (ambas de Tom Jobim), “Vera Cruz” (de Milton Nascimento) e “Baden”, composição de Nilson Matta dedicada ao grande violonista Baden Powell. Não faltou também uma dose de humor, especialmente quando Duduka explicou que sua encrencada composição “Alana”, repleta de mudanças de andamento, foi inspirada no temperamento inconstante de sua filha.

Fosse o Brasil um país sério, capaz de valorizar mais os seus grandes artistas, o Trio da Paz (cujo talento já foi reconhecido nos Estados Unidos, com uma indicação ao prêmio Grammy, por seu álbum “30”), já teria lugar garantido, todos os anos, em nossa agenda cultural.





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