Sambop Brass: grupo precursor da Banda Mantiqueira ressurge no bar JazznosFundos

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                                                 O Sambop Brass, em um reencontro eventual, na década passada 

Apreciadores da música instrumental brasileira, em especial os fãs da Banda Mantiqueira, não podem perder essa oportunidade rara. O bar e casa de shows paulistana JazznosFundos festeja seu 9.º aniversário, nesta quarta-feira (11/11), com uma apresentação do Sambop Brass –- septeto instrumental de carreira breve, que antecipou a formação da big band dirigida pelo arranjador e clarinetista Nailor Proveta.

Músicos de estúdio, o trompetista Walmir Gil e o trombonista François de Lima tiveram a ideia em 1990, época em que também participavam de shows do grupo de pagode Arte Final. Antes de um ensaio, os dois aquecíam seus os instrumentos tocando temas de bebop em ritmo de samba, quando perceberam que a brincadeira poderia virar coisa séria.

Em novembro do mesmo ano nascia o Sambop Brass, já com Proveta como arranjador e saxofonista. A formação soava inusitada para os padrões musicais da época. Deixando de lado instrumentos harmônicos, como guitarra ou teclados, a “cozinha” do grupo era essencialmente rítmica, com pandeiro, timba e repinique. Identificado em seu próprio nome, o conceito musical do Sambop Brass também era inovador: uma fusão de samba e bebop, com bastante espaço para os improvisos.


“O nosso grande impulso veio através do espírito livre do jazz”, comenta hoje Proveta, observando que, na época, ele e seus parceiros já tinham consciência de que assumir a influência do jazz não significava abandonar a identidade brasileira. “A gente sabia que precisava achar um caminho próprio”, relembra.

No programa do show, no JazznosFundos, estarão os arranjos que deliciaram quem teve a oportunidade (como eu) de ouvir o Sambop Brass, duas décadas atrás: releituras de clássicos do jazz, como “Giant Steps” (de John Coltrane), “Tenor Madness” (Sonny Rollins), “Donna Lee” e “ Ornithology” (Charlie Parker)”, em ritmo de samba; assim como os arranjos de Proveta para o choro “Fogo na Roupa” (Altamiro Carrilho) e o samba “Cerrado” (Djavan), que já preconizavam o repertório da futura Banda Mantiqueira.

A atual formação do Sambop Brass inclui François de Lima (trombone), Walmir Gil (trompete), Nailor Proveta (sax alto e clarinete), Cássio Ferreira (sax tenor), Carlos Roberto (piano), Pedro Ivo Lunardi (baixo) e Celso de Almeida (bateria).

Nesta semana, a programação comemorativa do JazznosFundos destaca também apresentações do Projeto B (dia 12/11), do Pepe Cisneros Quinteto (13/11) e do Gabriel Grossi Quarteto (14/11). 


Mais detalhes no site do JazznosFundos
 

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