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New Orleans Jazz & Heritage Festival 2016: artistas homenagearam Prince

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                                 A cantora Sharon Jones e sua banda The Dap-Kings, no New Orleans Jazz Fest

A repercussão da morte do cantor Prince marcou o primeiro final de semana do 47.º Jazz & Heritage Festival, em Nova Orleans. Bem ao estilo dessa cosmopolita cidade norte-americana, conhecida pelos funerais animados por bandas de rua, fãs homenagearam seu ídolo sem lágrimas, dançando e cantando sua música.

Foi assim na tarde do último sábado, durante os minutos que antecederam a apresentação do soulman Maxwell, no palco dedicado a atrações da black music. Um DJ tocou sucessos de Prince, como “Kiss” e “When Doves Cry”, festejados por boa parte da plateia.

Sharon Jones e Janelle Monáe, cantoras que chegaram a trabalhar com Prince, também o homenagearam durante seus shows no festival. Até mesmo músicos locais de outros gêneros, como o trompetista Kermit Ruffins e a banda de rock Gov`t Mule, renderam tributos ao cantor.



Diferentemente do ano passado, quando temporais alagaram o hipódromo onde é realizado o Jazz Fest, o sol brilhou durante todo o final de semana – tempo perfeito para um evento ao ar livre, com shows simultâneos em 12 palcos, que chegam a receber até 100 mil pessoas por dia.

Atração principal da sexta-feira no palco dedicado à música pop, a veterana banda Steely Dan conquistou uma multidão de fãs de várias gerações com uma seleção de hits, como “Aja”, “Pretzel Logic” e “Black Friday”, todos com arranjos sofisticados e pinceladas jazzísticas.

Mas nem esses clássicos da dupla Donald Fagen & Walter Becker, nem os dançantes covers de James Brown e Jackson Five interpretados por Janelle Monáe, chegaram perto do impacto causado pelo show da carismática Sharon Jones, na Tenda Blues.

Lutando contra um câncer desde 2013, ela fez uma apresentação furiosa, cantando e dançando como se estivesse fazendo o último show de sua vida. Já ao se despedir, demonstrou confiança: “Tchau, Nova Orleans. Daqui a alguns anos a gente se vê de novo”.



Mais uma vez com uma programação repetitiva, a Tenda Jazz apresentou ao menos um ótimo concerto por dia. Na sexta, a pianista Geri Allen releu composições de Errol Garner, com o brilhante guitarrista Russell Malone a seu lado

No sábado, o baterista Jack DeJohnnette (na foto acima) exibiu seu novo trio com o saxofonista Ravi Coltrane e o baixista Matt Garrison, filhos de lendários jazzistas. Finalmente, o pianista Herbie Hancock e o saxofonista Wayne Shorter hipnotizaram a superlotada plateia com seus solos viajandões, no domingo.

Anunciado só na véspera para encerrar os shows de domingo, na Tenda Blues, o britânico John Mayall (na foto à direita) surpreendeu muitos que ainda não o conheciam. Aos 82 anos, esse influente blueseiro ainda canta e toca guitarra, gaita e piano com uma vitalidade impressionante.

(Viajei a convite do New Orleans Convention and Visitors Bureau, da Copa Airlines e do Bourbon Street Music Club)

Chuck Berry & Bo Diddley: show de 1985 promove saboroso encontro de dois pais do rock

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Chuck Berry e Bo Diddley, reconhecidos pais do rock, encabeçam o saboroso documentário “Rock‘n’Roll All Star Jam” (lançamento The Store for Music/ST2), filmado por ocasião de um concerto na Califórnia, em 1985. Não bastasse o prestígio desses veteranos astros do rhythm & blues, a banda de apoio formada por famosos roqueiros e blueseiros é capaz de excitar qualquer fã do gênero. Os guitarristas Ron Wood (Rolling Stones) e Carl Wilson (Beach Boys), o tecladista John Mayall e o gaitista John Hammond estão entre os “acompanhantes”.

Apesar do destaque que recebe na capa deste DVD, Berry é só um convidado. Sua participação se resume a três números: seu hit “My Ding-a-Ling”, o blues “Destination” e o clássico “Rock ‘n’ Roll Music”, de Diddley, o verdadeiro dono da festa.


Além de desfilar vários sucessos, como “I’m a Man”, “Who do You Love” e “Hey Bo Diddley”, o bem humorado bluesman do Mississipi oferece uma lição de sociologia musical, ao explicar que a suposta divisão entre o rock ‘n’ roll e o rhythm & blues tem origem racista: foi criada nos EUA, nos anos 50, quando brancos e negros ainda viviam separados. “Não há diferença entre eles”, afirma o pai do rock.

(resenha publicada no “Guia Folha – Livros, Discos, Filmes, em 26/11/2010)




 

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