Choraço 2023: Paulo Bellinati lidera homenagem a Garoto, mestre do violão moderno

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                                        Daniel Murray (da esq. para dir.), Paulo Bellinati e Swami Jr., no tributo a Garoto 

Quase sete décadas após a morte do grande violonista e compositor Aníbal Augusto Sardinha (1915-1955), mais conhecido como Garoto, o Brasil ainda tem uma dívida com ele. Considerado um fundador do moderno violão brasileiro e precursor da bossa nova, esse “gênio das cordas”, como chegou a ser chamado, jamais foi reconhecido pelo grande público de nosso país na medida em que sua obra musical mereceria.

É provável que ao menos algumas pessoas que foram anteontem (o feriado de 1.º de maio) ao show “Tributo a Garoto” tenham saído do Sesc 24 de Maio, em São Paulo, surpreendidas pela modernidade de sambas como “Lamentos do Morro” e “Sinal dos Tempos” ou pela beleza de choros e valsas, como “Quanto Dói Uma Saudade”, “Tristezas de Um Violão” e “Naqueles Velhos Tempos”, que revelam a maestria desse compositor paulistano.

Incluída na programação do projeto Choraço, essa homenagem não poderia estar em melhores mãos. A começar por Paulo Bellinati, grande violonista e profundo conhecedor da obra de Garoto, que lançou em 1986 um disco integralmente dedicado às composições do mestre (aliás, intitulado “Garoto”, esse álbum foi remasterizado e relançado pelo Selo Sesc, em 2019).

Ao lado de Bellinati estavam outros dois craques das cordas: Swami Jr. (violão de sete cordas) e Daniel Murray (violão), que se alternaram com ele em diferentes formações. A noite contou ainda com a participação especial de Cainã Cavalcante, outra grande revelação do violão brasileiro neste século.

Pena que Garoto, morto precocemente aos 39 anos, não tenha tido o prazer de ouvir suas composições nas interpretações desses brilhantes discípulos de gerações posteriores. Graças a eles, sua música continua encantando plateias.

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