Swami Jr, Teco Cardoso e Bebê Kramer: trio inédito se apresenta no Sesc Pompeia

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                                                             Swami Jr, Teco Cardoso e Bebê Kramer / Fotos de divulgação 

Meses atrás, ao ser convidado pelo Sesc Pompeia a participar da série Encontros Instrumentais, o violonista e produtor paulistano Swami Jr. pensou que essa era uma oportunidade pela qual esperava há tempos. Finalmente, poderia se apresentar com dois músicos que admira: o acordeonista Bebê Kramer e o flautista e saxofonista Teco Cardoso.

“Conheço o Teco há uns 30 anos. Vivemos em São Paulo e temos quase a mesma idade, mas ainda não tínhamos tocado juntos”, comenta Swami, referindo-se ao conceituado instrumentista e arranjador, integrante dos grupos Pau Brasil e Vento em Madeira. O convite foi estendido ao gaúcho Bebê, músico e compositor que tem se destacado na cena instrumental, em parcerias com Yamandu Costa, Gabriel Grossi e Arismar do Espírito Santo, entre outros.

Assim que as agendas permitiram a definição das apresentações do inédito trio, por ironia do destino, Swami e Bebê se encontraram no Sesc Pompeia (em setembro). A convite do violonista Marco Pereira, eles participaram do show de lançamento do álbum “Dois Destinos”.

“Esse não valeu porque só tocamos duas músicas juntos”, diz Swami, argumentando que o casual encontro não diminuiu a vontade de tocar com esse trio de formação rara (violão de sete cordas, acordeom e flauta ou saxofone). “Teco e Bebê têm em comum esse traço universal. Eles são muito brasileiros, mas fazem esse diálogo com outros mundos musicais, algo que eu tento fazer também”, comenta o violonista e baixista, que também já trabalhou com cantores de alto quilate, como Omara Portuondo, Luciana Souza e Chico César.

Para Teco, esse encontro oferece um irresistível desafio: a chance de os três saírem de suas zonas de conforto. “Por mais que eu já tenha gravado ou tocado uma composição minha, vou ter que achar outra maneira diferente de tocá-la. Nunca toquei flauta com acordeom e violão de sete cordas antes”, explica.

Referindo-se à afinidade que tem com Swami, Teco acha que as concepções musicais de ambos refletem o caráter cosmopolita da capital paulista. “Pelo fato de São Paulo não cultivar um gênero predominante, como Recife tem o frevo ou o Rio está comprometido com o choro ou o samba, temos um olhar mais democrático. Aqui eu posso colocar uma salsa no meio de um maracatu e ninguém vai pegar no meu pé”.

Por outro lado, nem o fato de Bebê ter nascido na interiorana cidade de Vacaria (RS), nem o de pertencer a uma geração mais jovem, o impedem de se identificar com Swami e Teco. “Acho que a minha cabeça é parecida com a deles. Ouço muita música erudita, muito jazz, muito folclore de todos os lugares do mundo. Se a música é tão grande, por que eu deveria tocar uma coisa só?”, questiona o acordeonista gaúcho.

Entre as composições próprias que os três selecionaram para as duas noites estão o choro “Virou Fumaça” (de Swami), o chamamé “Xamã” (de Bebê) e o maracatu “Theozim na Flauta”, que Teco compôs especialmente para esse encontro. Com tantas afinidades e talentos, como não pensar que esse trio tem um promissor futuro à sua frente? 


(Texto para o programa do show, escrito a convite da equipe de programação do Sesc Pompeia)

1 Comentário:

Belinha disse...

Adoramos este show!! Encantados com tamanha qualidade musical e sintonia em palco!! A MUST!

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