Tony Bennett, quem diria, babando por Lady Gaga
Depois que as performances bizarras de Lady Gaga deixaram de causar impacto, a cantora pop ítalo-americana segue fazendo o que pode para chamar atenção. A nova tentativa está em “Cheek to Cheek” (lançamento Columbia/Universal), álbum jazzístico que ela gravou em duo com ninguém menos que o veterano Tony Bennett.
Basta ouvir a primeira faixa -- “Anything Goes”, de Cole Porter, em arranjo orquestral –- para se perceber que o grau de empatia musical da dupla se aproxima de zero. A obviedade dos arranjos e do repertório, com conhecidas canções de musicais assinadas por Irving Berlin, Rodgers & Hart e os irmãos Gershwin, entre outras, só perde para as interpretações de Gaga.
Artificial e afetada, ela parece uma corista em teste para papel de protagonista, na medíocre versão de “Lush Life” (Billy Strayhorn). Aliás, todas as versões do álbum não acrescentam nada às gravações de Ella Fitzgerald, Billie Holiday, Johnny Hartman ou outros grandes cantores de jazz para essas mesmas canções. Um artista do quilate de Tony Bennett –- única razão para se ouvir esse disco –- não precisava passar por isso.
(resenha publicada no "Guia Folha - Livros, Discos, Filmes", edição de 25.10.2014)
Tony Bennett & Lady Gaga: um encontro artificial, com 'selfies', caras e bocas
Marcadores: billie holiday, Ella Fitzgerald, gershwin, irving berlin, jazz, johnny hartman, lady gaga, rodgers& hart, Tony Bennett | author: Carlos CaladoPosts Relacionados:
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