Zeca Baleiro: compositor e cantor maranhense vai do funk ao rap, em 'Calma Aí, Coração'

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A primeira faixa soa como um chacoalhão no ouvinte. “Tanta pobreza humilhada / tanto canalha no topo / Você é feliz, ma non tropo / Porque nenhum bem lhe basta”, provocam os ácidos versos de “O Desejo”, um rap que põe os dedos em muitas feridas da sociedade contemporânea. É assim que Zeca Baleiro introduz o álbum “Calma Aí, Coração” (edição da gravadora Som Livre), gravado ao vivo, na casa noturna carioca Viva Rio.

Como grande parte do repertório deste CD foi lançada no anterior “O Disco do Ano” (2012), a versão em DVD oferece vários extras. Além das mesmas 12 faixas do CD, traz clipes das canções “Tatoo”, “Meu Amigo Enock” e “Calma Aí, Coração”, releituras dos sucessos “Babylon” e “Alma Não Tem Cor” (André Abujamra), e ainda entrevistas com parceiros do maranhense, como Frejat, Hyldon e Wado. Um show bem cuidado, em que a verve crítica de Baleiro chega ao clímax no sarcástico “Funk da Lama”, com direito até a uma hilária coreografia.

(Resenha publicada no "Guia Folha - Livros, Discos, Filmes", edição de 26/7/2014)

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