Joshua Redman: músico retorna ao BMW Jazz Fest no coletivo James Farm

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             Joshua Redman, em show na recente edição do New Orleans Jazz & Heritage Fest, nos EUA

Dois anos atrás, o saxofonista e compositor norte-americano Joshua Redman protagonizou um shows mais aplaudidos da primeira edição do BMW Jazz Festival. Nesta semana, ele voltará a tocar nesse evento (dia 7, em São Paulo; dia 8, no Rio), desta vez como membro do quarteto James Farm.

“Toda experiência musical já é por si só diferente, mas James Farm é, sem dúvida, uma das bandas mais inspiradoras da qual já fiz parte”, disse o jazzista à "Folha de S. Paulo", por telefone dos EUA, destacando o fato de esse quarteto, que também destaca os talentosos Aaron Parks (piano), Matt Penman (baixo) e Eric Harland (bateria), funcionar como um coletivo – sem líder.


Segundo Redman, o caráter desse quarteto já era evidente quando estreou, em 2009. “Cada um dos integrantes dessa banda tem uma visão musical muito pessoal, assim como uma voz bem distinta como compositor, o que é muito importante. Por isso ela já nasceu como um coletivo”, argumenta.


“A música que tocamos com o James Farm é bem diversa da música que costumo tocar com meus outros grupos. Não se trata de dizer que ela seja melhor ou pior. É apenas diferente”, reflete, referindo-se ao fato de a estética musical do quarteto exibir marcantes influências das fusões do jazz com o rock, na década de 1970, ou do rock alternativo mais recente.


Redman aponta como um “estranho paradoxo no universo do jazz” o fato de muitos grupos ainda serem liderados por um determinado músico. “O jazz já nasceu como música de essência cooperativa. Sua natureza é mais democrática e coletiva. Talvez tenha sido o mundo dos negócios que criou a figura do músico líder e seus acompanhantes”. 


“Na história do jazz há grupos notáveis, como o Modern Jazz Quartet ou o Weather Report, que funcionavam como coletivos. Hoje, por exemplo, também há o Bad Plus, grupo que se organiza de modo coletivo há uns 10 anos”, aponta, mencionando o trio com o qual também tem se apresentado, eventualmente.


Já como solista, Redman lançou, em maio, o álbum “Walking Shadows” (selo Nonesuch), ainda inédito no Brasil. No repertório há baladas conhecidas pelos fãs do jazz e do pop, como “Stardust” (de Carmichael e Parish), “Lush Life” (Billy Strayhorn), “Let it Be” (Lennon e McCartney) e “Tears in Heaven” (Eric Clapton).


Para produzir esse álbum, que inclui arranjos de cordas em algumas faixas, Redman convidou o pianista Brad Mehldau, seu parceiro desde a década de 1990, que também vai se apresentar no BMW Jazz Festival.


“Nos últimos três anos, eu e Brad temos tocado bastante em duo. O álbum ‘Walking Shadows’ representa, de certo modo, a finalização desse período. Acho o máximo ter a chance de voltarmos a tocar juntos e não posso imaginar como seria fazer esse álbum sem ele. Brad foi uma voz muito importante no processo de realização desse disco”, reconhece o saxofonista. 


Agora uma péssima notícia para quem quer ouvir Joshua Redman e o James Farm, no BMW Jazz Festival, mas ainda não garantiu seus ingressos: já estão esgotados. 

(texto publicado originalmente na "Folha de S. Paulo", em 1/06/2013)




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