44º New Orleans Jazz Fest: Trombone Shorty torna-se astro e vem para o Bourbon Street Fest

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A 44.a edição do New Orleans Jazz & Heritage Festival, que terminou no último domingo, na capital cultural da Louisiana, entra como um marco de renovação na história desse evento. Depois de décadas sendo encerrado com shows da veterana banda local The Neville Brothers, o Jazz Fest consagrou o jovem instrumentista e cantor Trombone Shorty (na foto ao lado) como símbolo de uma nova fase.

“O futuro é agora. A música está em boas mãos”, sintetizou Quint Davis, produtor do festival, logo após a festejada exibição de Shorty, 27, que fez questão de descer do palco principal do evento para cantar e dançar com a multidão predominantemente jovem que o ovacionou, no hipódromo local.

Paulistas e cariocas também terão a chance de conferir, ao vivo, a evolução desse talentoso trombonista e compositor. Na plateia do Jazz Fest, o produtor Edgard Radesca confirmou a presença de Shorty no elenco do próximo Bourbon Street Fest, em agosto, que também incluirá a cantora Wanda Rouzan (na foto abaixo), o guitarrista Leo Nocentelli e as bandas Soul Rebels e Bonerama.

Antes ainda outros dois destaques do festival de Nova Orleans -- a cantora de jazz Germaine Bazzle e a banda Big Sam’s Funky Nation -- virão ao Brasil para a quinta edição do Bourbon Street Paraty (RJ), de 24 a 26 deste mês.



Simbólica também foi a escolha do trompetista Irvin Mayfield, 35, e sua jovem New Orleans Jazz Orchestra, para encerrar o festival de Nova Orleans, no palco dedicado ao jazz moderno. Contando com o carisma da cantora Dee Dee Bridgewater, em releituras de canções do repertório de Billie Holiday (1915-1959), Mayfield promoveu um saboroso encontro de duas gerações musicais.

Algo semelhante foi visto no sábado, quando o cantor e compositor Frank Ocean (na foto abaixo), outro talento nascido em Nova Orleans, atraiu não só uma multidão de teens, que berravam seu nome, mas também quarentões e cinquentões interessados em conferir suas canções, que misturam R&B, soul e hip hop.


Estabelecida como novo polo cinematográfico, além de ter sido redescoberta pela mídia norte-americana, que agora a trata como uma cidade “cool”, Nova Orleans parece enfim ter dado a volta por cima da tragédia deflagrada pelo furacão Katrina, em 2005. 



Quem teve a sorte de acompanhar shows como os de Trombone Shorty, Glen David Andrews, Sasha Masakowski, Mia Borders, Amanda Shaw, The Boutté Family, Ivan Neville’s Dumpstaphunk, Jesse McBride e Fleur Debris, entre dezenas de atrações do New Orleans Jazz Fest, tem motivos de sobra para esperar que essa cidade tão musical brilhe mais ainda no futuro.

(reportagem publicada na "Folha de S. Paulo", em 7/5/2013; viagem realizada a convite do New Orleans Convention & Visitors Bureau e do Bourbon Street Music Club)

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