Ainda pouco conhecido no Brasil, o pianista Kenny Werner,
59, é um caso típico do que se costuma chamar de “músico dos músicos”. Mas o
fato de ser elogiado por colegas do alto escalão do jazz e da música
instrumental, como o megaprodutor Quincy Jones e o gaitista Toots Thielemans, não
significa que sua música seja hermética ou cerebral.
Werner – atração de hoje (26/7), na Casa do Núcleo, em São Paulo – é, literalmente, um especialista em criatividade e improvisação. Seu livro “Effortless Mastery” (maestria sem esforço), publicado em 1996, costuma ser recomendado por conceituadas universidades de vários países, não só em cursos de música.
Em entrevista à "Folha de S. Paulo", por telefone, músico o norte-americano revelou que suas investigações no campo da criatividade passaram pelo Brasil. No início da década de 1970, ao cursar a Berklee School of Music, em Boston, fez amizade com o lendário saxofonista Victor Assis Brasil (1945-1981), que o convidou a visitar o Rio de Janeiro. Assim conheceu o pianista João Carlos Assis Brasil, irmão gêmeo de Victor que marcou sua concepção musical.
“Naquela época eu ainda tocava de forma muito tensa. João já tinha desenvolvido uma abordagem mais pessoal, uma maneira quase zen, muito relaxada de tocar. Ele ajudou a mudar meu toque ao piano, corrigindo o modo como eu estudava”, relembra.
Foi nessa viagem também que Werner se aproximou da música brasileira. “Ela é o meu grande amor. A música que faço costuma ser original, não tem a ver com um repertório estabelecido. Mesmo assim toco com muita alegria a música de Tom Jobim ou a de Chico Buarque. Ao tocar música brasileira, não sinto desejo de inovar. Toco apenas para apreciar os acordes e as belas harmonias”.
Premiada com uma bolsa da Fundação Guggenheim, a composição “No Beginning, No End” (lançada em CD pela Half Note, em 2010) é considerada a obra mais ambiciosa de Werner. Escrita para quarteto de cordas, grupo de sopros e coro, num total de 70 músicos participantes, essa peça nasceu a partir de uma tragédia pessoal vivida pelo músico: a morte da filha de 16 anos, Katheryn, em acidente de carro, em 2006.
Após o concerto de ontem (25/), no 10º Savassi Festival, em Belo Horizonte (MG), onde tocou ao lado da Sinfônica de Minas Gerais, Werner traz a São Paulo seu inventivo trio, que destaca o baterista Ari Hoenig e o baixista Johannes Weidenmueller, músicos mais jovens com os quais toca há mais de uma década.
Werner mostra-se bem otimista, ao se referir à cena atual do jazz. “Este é o momento mais criativo que presenciei em toda minha vida. Os músicos jovens que estão aparecendo são deslumbrantes, não só porque tocam muito bem, mas porque são muito criativos. Não dá para comparar com o que aconteceu no jazz dos anos 40, 50 e 60, porque este é outro momento, mas de alguma maneira a música de hoje soa mais avançada. Isso me estimula muito”, conclui o pianista.
Werner – atração de hoje (26/7), na Casa do Núcleo, em São Paulo – é, literalmente, um especialista em criatividade e improvisação. Seu livro “Effortless Mastery” (maestria sem esforço), publicado em 1996, costuma ser recomendado por conceituadas universidades de vários países, não só em cursos de música.
Em entrevista à "Folha de S. Paulo", por telefone, músico o norte-americano revelou que suas investigações no campo da criatividade passaram pelo Brasil. No início da década de 1970, ao cursar a Berklee School of Music, em Boston, fez amizade com o lendário saxofonista Victor Assis Brasil (1945-1981), que o convidou a visitar o Rio de Janeiro. Assim conheceu o pianista João Carlos Assis Brasil, irmão gêmeo de Victor que marcou sua concepção musical.
“Naquela época eu ainda tocava de forma muito tensa. João já tinha desenvolvido uma abordagem mais pessoal, uma maneira quase zen, muito relaxada de tocar. Ele ajudou a mudar meu toque ao piano, corrigindo o modo como eu estudava”, relembra.
Foi nessa viagem também que Werner se aproximou da música brasileira. “Ela é o meu grande amor. A música que faço costuma ser original, não tem a ver com um repertório estabelecido. Mesmo assim toco com muita alegria a música de Tom Jobim ou a de Chico Buarque. Ao tocar música brasileira, não sinto desejo de inovar. Toco apenas para apreciar os acordes e as belas harmonias”.
Premiada com uma bolsa da Fundação Guggenheim, a composição “No Beginning, No End” (lançada em CD pela Half Note, em 2010) é considerada a obra mais ambiciosa de Werner. Escrita para quarteto de cordas, grupo de sopros e coro, num total de 70 músicos participantes, essa peça nasceu a partir de uma tragédia pessoal vivida pelo músico: a morte da filha de 16 anos, Katheryn, em acidente de carro, em 2006.
Após o concerto de ontem (25/), no 10º Savassi Festival, em Belo Horizonte (MG), onde tocou ao lado da Sinfônica de Minas Gerais, Werner traz a São Paulo seu inventivo trio, que destaca o baterista Ari Hoenig e o baixista Johannes Weidenmueller, músicos mais jovens com os quais toca há mais de uma década.
Werner mostra-se bem otimista, ao se referir à cena atual do jazz. “Este é o momento mais criativo que presenciei em toda minha vida. Os músicos jovens que estão aparecendo são deslumbrantes, não só porque tocam muito bem, mas porque são muito criativos. Não dá para comparar com o que aconteceu no jazz dos anos 40, 50 e 60, porque este é outro momento, mas de alguma maneira a música de hoje soa mais avançada. Isso me estimula muito”, conclui o pianista.
(texto publicado na "Folha de S. Paulo", em 26/7/2012)
0 comentários:
Postar um comentário