Curaçao North Sea Jazz: cantoras dominam programação prévia do festival caribenho

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                                                                                          Photos by Carlos Calado
Espécie de franquia do holandês North Sea Jazz (um dos maiores eventos musicais do mundo, conhecido por seus vários palcos com shows simultâneos), o Curaçao North Sea Jazz Festival repete neste ano a bem sucedida receita musical de sua primeira edição. O elenco combina nomes de prestígio nos universos do jazz e da música latina (Branford Marsalis, Danilo Pérez, Roberto Fonseca, Poncho Sanchez, Chucho Valdés e Ruben Blades) com figurões do pop e da black music (Sting, Sharon Jones, Earth, Wind & Fire, Chic e Dionne Warwick).

A exemplo da edição passada, os organizadores desse festival também promoveram shows durante a semana para esquentar o evento. Essa programação preliminar foi iniciada na última segunda-feira (29/8) com o som dançante do grupo cubano Los Van Van, que, por coincidência, apresentou-se há poucos dias em São Paulo.

As noites seguintes foram dominadas por cantoras de diferentes países. Na terça (30/8), a holandesa Trijntje Oosterhuis (na foto acima) atraiu centenas de compatriotas ao show que fez ao ar livre, no Avila Hotel. Com um repertório bem pop, que destaca antigos sucessos de Burt Bacharach e Michael Jackson, ela demonstra capacidade técnica, mas ainda é um tanto deficiente no item personalidade.


A lourinha belga Selah Sue (na foto acima) saiu-se bem melhor. No show que lotou a casa noturna Mambo Beach, na quarta-feira (31/8), ela confirmou sua condição de revelação pop, com canções que misturam reggae, soul, hip hop e até pitadas de rock. Não à toa, Selah cita Bob Marley, Erykah Badu e Lauryn Hill entre suas influências. A plateia bem jovem reconheceu na hora “Raggamuffin”, hit que a tornou conhecida graças ao clipe veiculado na internet pelo site MySpace.

Única atração brasileira no elenco do Curaçao North Sea, a pianista e cantora paulista Eliane Elias fez um show irretocável, quinta-feira, na concha acústica do Brakkeput Mei Mei, confirmando o prestígio que desfruta na área do jazz desde a década de 90. Com um repertório centrado em clássicos da bossa nova, ela mostrou seu virtuosismo ao piano, em números como “Chega de Saudade” (Tom Jobim e Vinicius de Moraes) e “Bananeira” (João Donato e Caetano Veloso).

No entanto, além de não permitir, estranhamente, que a imprensa a fotografasse tanto na coletiva de imprensa como em sua apresentação, Eliane ainda correu o risco de soar antipática frente à platéia, ao interromper o show duas vezes para advertir alguns fãs que estavam usando suas câmeras fotográficas. Daí em diante, a platéia reagiu de maneira mais morna.

(Texto publicado no site Folha.com, em 3/09/2011)

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