Mônica Salmaso: cantora oferece em "Alma Lírica Brasileira" um retrato de nossa sensibilidade

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Nada como ouvir uma intérprete que sabe o que quer cantar, que não adere a modismos, porque tem personalidade musical de sobra. Se você aprecia os primeiros discos de Mônica Salmaso, vai se sentir em casa ao ouvir “Alma Lírica Brasileira” (lançamento Biscoito Fino). No fundo, ela faz neste álbum o que tem feito desde o original “Trampolim” (1998): interpreta canções que juntas compõem um retrato particular de nossa sensibilidade. 

Delicada e minimalista, a marcha “Carnavalzinho” (de Lisa Ono e Mario Adnet) já encanta de cara o ouvinte. Mônica foi buscar outras belezas em diversas fontes: na seresta (“Lábios que Beijei”, de Cascata e Azevedo), no samba (“Meu Rádio e Meu Mulato”, de Herivelto Martins), na música caipira (“Cuitelinho”, de Vanzolini e Chandó), em Villa-Lobos (“Melodia Sentimental”). Fala-se por aí que o formato do álbum pode acabar em breve, mas um disco como este prova que perderíamos muito sem ele. 

(resenha publicada no "Guia Folha - Livros, Discos, Filmes", em 29/04/2011)

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