Erykah Badu: cantora mistura psicodelismo com soul e funk que remetem ao seu início

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O fato de Erikah Badu ter apelado para a nudez, no clipe promocional de seu novo álbum, soa sintomático. Não basta mais ser original ou ter uma obra consistente como a dessa cantora e compositora norte-americana. No mercado na música pop, agora é preciso causar escândalo, alguma polêmica ao menos, para se destacar por instantes em meio às notícias sobre celebridades ou tragédias diárias.

Ironicamente, o CD “New Amerykah - Part Two” (lançamento Motown/Universal) é até mais acessível que o politizado álbum homônimo de 2008. Erykah mantém algo da instrumentação eletrônica e do psicodelismo do trabalho anterior, mas a temática amorosa e as faixas que remetem ao funk e ao soul dos anos 70, como “Turn Me Away”, “Gone Baby, Don’t Be Long” ou “Umm Hmm”, aproximam-se mais de “Baduism” (1997), seu primeiro disco.

Mesmo assim, Erykah fecha este álbum com a longa “Out of Mind, Just in Time”, balada romântica que se transforma em uma canção estranha, suspensa no ar. Seria uma dica camuflada para a parte final de uma trilogia? 

(resenha publicada no "Guia da Folha - Livros, Discos e Filmes", em 30/04/2010) 

2 comentários:

ADEMAR AMANCIO disse...

A maioria desses artistas são desconhecidos pra mim,mas leio tudo com muito interesse.

Carlos Calado disse...

Bom saber que o blog está ajudando a ampliar seu conhecimento musical, Ademar. Abraço!

 

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