Um dos melhores discos de música brasileira da safra 2014 ganha, enfim, um show de lançamento à sua altura. O bandolinista e compositor Ronen Altman exibe o repertório de “Som do Bando”, seu álbum de estreia, hoje (26/7), no Auditório Ibirapuera, em São Paulo.
Entre os mais de 30 músicos e arranjadores que participaram desse disco, o pianista e maestro Laercio de Freitas, o multi-instrumentista Arismar do Espírito Santo e o acordeonista Lulinha Alencar estarão presentes no show, assim como um quinteto de sopros e a “cozinha” que acompanhou Altman nas gravações.
“Foi bem difícil”, admite o mineiro radicado em São Paulo, explicando que a agenda desses músicos foi o que mais complicou a realização do espetáculo, que pretende ser fiel ao disco. “Tive que substituir três músicos, mas o resto do bando estará comigo”, festeja.
O desejo de contar com tantos músicos nas gravações não tem nada a ver com mania de grandeza. O instrumentista e compositor quis homenagear os colegas que o estimularam a se dedicar mais intensamente à música. Aliás, o termo “bando”, no título do álbum, possui duplo sentido: Altman refere-se tanto a seu instrumento, como aos colegas que dividem com ele a mesma paixão.
No repertório do show estarão composições de Altman, como a valsante “Nanai” (parceria com Celso Viáfora, arranjada por Nailor Proveta), a lírica “Cristalina” (arranjo de Tiago Costa) e a encantatória “Deserto” (arranjada por Claudio Leal Ferreira).
Há também canções conhecidas entre fãs da MPB, como a romântica “Fim do Ano” (de Zé Miguel Wisnik e Swami Jr., co-produtor do álbum), que foi arranjada por Gilson Peranzzetta, ou ainda “Obsession” e “Rio Amazonas”, belas composições de Dori Caymmi, que ele mesmo arranjou.
Altman se diverte ao lembrar que chegou a ser gozado por Arismar do Espírito Santo, anos atrás, ao prometer que um dia gravaria uma composição do amigo (“Turma Toda”), só que em ritmo mais lento para destacar a beleza da melodia.
A promessa foi cumprida, em “Som do Bando”, por meio de um saboroso arranjo de Laércio de Freitas. “O Arismar morreu de rir da minha cara, mas se ferrou. Teve de aceitar a gravação mais lenta e ainda participou do disco, tocando o baixo”, conta Altman, sorrindo.
No palco do Auditório Ibirapuera, o bandolinista estará acompanhado por Swami Jr. (violão), Daniel Grajew (piano), Ricardo Mosca (bateria) e Pedro Gadelha (baixo), além do quinteto de sopros formado por Sarah Hornsby (flauta), Ricardo Barbosa (oboé), Ovanir Buosi (clarinete), Alexandre Silverio (fagote) e Luiz Garcia (trompa).
Quem gosta de música instrumental brasileira, com harmonias sofisticadas e belas melodias tocadas com emoção, precisa conhecer esse trabalho.
(Texto publicado parcialmente na "Folha de S. Paulo", em 26/7/2015)
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