Discos: samba-jazz nos CDs do trombonista Jorginho Neto e do quinteto No Olho da Rua

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                                                          O trombonista Jorginho Neto / Foto de divulgação

Talvez nem mesmo os músicos ou os apreciadores que acompanhavam as efervescentes “jam sessions” do Beco das Garrafas, no Rio, no início da década de 1960, imaginaram que o samba-jazz seria tão bem sucedido. Hoje, cinco décadas após sua eclosão, essa variante instrumental da bossa nova não só continua a ser cultivada, como exerce um fascínio especial sobre músicos mais jovens.

Isso é evidente em “Samba-jazz” (independente), o álbum de estreia do trombonista paulista Jorginho Neto. Na frenética “Edinho Sapato Branco” (composição do baixista Marcos Paiva), ele esbanja talento e técnica, em um improviso de tirar o fôlego. A envolvente “Pica Pau” (Rubinho Antunes) tem sabor de gafieira. Já na lenta balada “Lia” (de sua autoria), Jorginho combina lirismo e sensibilidade. Seu álbum justifica os elogios de Raul de Souza, mestre do trombone e do samba-jazz, incluídos no encarte.

Popular entre os frequentadores do calçadão da praia de Ipanema, onde costuma se apresentar aos domingos, o quinteto No Olho da Rua gravou, em seu álbum “Samba-jazz 40º” (selo Rob Digital), repertório selecionado pelo “expert” Ruy Castro, que destaca “Os Grilos” (de Marcos & Paulo Sérgio Valle), “Quintessência” (J.T. Meirelles) e “Eu e a Brisa” (Johnny Alf). Pena que nem todos os instrumentistas do quinteto demonstram ter recursos musicais suficientes para interpretar esses clássicos do samba-jazz e da bossa como eles mereceriam.


(Resenha publicada no "Guia Folha - Livros, Discos, Filmes", edição de 31/5/2014)
 

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