Yusef Lateef: jazzista norte-americano estréia em palcos brasileiros aos 90 anos

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                                                                                                                                  Foto: Tom Beetz / Divulgação

Pela primeira vez no Brasil, o saxofonista, compositor e educador Yusef Lateef vai se apresentar dias 12 e 13/2 (sábado e domingo), no teatro do Sesc Pompéia, em São Paulo. Aos 90 anos, esse brilhante músico norte-americano é um dos últimos remanescentes das gerações do bebop e do hard bop, que renovaram a cena do jazz, em meados do século 20.

Avesso ao rótulo “jazz”, Lateef tem desafiado categorizações ao longo de sua carreira, iniciada na década de 1940. Antes de começar a liderar seus grupos, acompanhou Hot Lips Page, Roy Eldridge e Dizzy Gillespie. Já na década seguinte, tocou com Charles Mingus, Cannonball Adderley e Grant Green. Ao converter-se ao Islamismo, trocou seu primeiro nome artístico (William Evans) pelo atual.

Seu primeiro instrumento foi o sax tenor, ao qual adicionou o sax alto, vários tipos de flauta e outros instrumentos de sopro menos comuns no universo jazzístico, como o oboé, o fagote, o argol (espécie de clarinete duplo de origem árabe) e o shanai (um parente do oboé de origem indiana).

Considerado um precursor da “world music”, muito antes de esse termo ter se popularizado, Lateef declarou seu interesse pela música oriental, no álbum “Other Sounds”, de 1957. Quatro anos depois gravou “Eastern Sounds”, um de seus álbuns mais admirados (relançado no Brasil pela BMG, em 2003, por incrível que pareça), no qual explorou escalas orientais e politonalidades.

Em sua estréia brasileira, Lateef terá a seu lado um grupo formado por músicos de diversas gerações e nacionalidades: os norte-americanos William Parker (cultuado baixista da cena do jazz de vanguarda), Rob Mazurek (trompetista da banda Chicago Underground , que hoje vive em São Paulo) e Jason Adasiewicz (vibrafone); o suíço Thomas Rohrer (rabeca) e o paulistano Mauricio Takara (baterista da banda Hurtmold). Formação que promete um concerto nada convencional, regido por improvisações livres. 


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