
Se você ainda não assistiu
“Intocáveis” (Intouchables, 2011),
delicioso filme francês dirigido por Olivier Nakache e Eric Toledano, vá correndo. Fenômeno de bilheteria em alguns países, este é um daqueles filmes, cada vez mais raros nos cinemas, que nos
fazem sair da sala pensando que, talvez, a espécie humana ainda tenha alguma saída.
A sensível trilha
sonora composta pelo pianista italiano Ludovico Einaudi, reforçada por alguns clássicos
da música negra norte-americana dos anos 1970, contribui para
conquistar o espectador logo nas primeiras cenas do fime, assim
como as ótimas interpretações dos protagonistas Omar Sy e François
Cluzet (lembra-se do fotógrafo que adota o saxofonista Dexter Gordon, no
delicado "Round Midnight", de Bertrand Tavernier?). A festiva “September”, da banda Earth,
Wind and Fire; a hipnótica “The Guetto”, com George Benson; e “Feeling Good”, com a sempre emotiva Nina
Simone, foram muito bem escolhidas.
Mas o que mais chama
atenção, em “Intocáveis” (nada a ver com a antiga série policial de TV ou com o
filme homônimo de Brian de Palma), é mesmo a maneira bem humorada e atrevida
com a qual esse filme aborda temas problemáticos, como a desigualdade social,
a violência urbana, o racismo e outras modalidades de preconceito, sem aderir à
comodidade das posições “politicamente corretas”.
Nada como poder voltar a rir um pouco das relações entre seres humanos, com suas limitações, preconceitos, desejos e sonhos. Ou seja, nada como rir de nós mesmos. Quem ainda aguenta ver tantos heróis violentos e autocentrados, ou mesmo esses adolescentes debilóides, que a cada ano infestam mais e mais o cinema mainstream norte-americano?
Nada como poder voltar a rir um pouco das relações entre seres humanos, com suas limitações, preconceitos, desejos e sonhos. Ou seja, nada como rir de nós mesmos. Quem ainda aguenta ver tantos heróis violentos e autocentrados, ou mesmo esses adolescentes debilóides, que a cada ano infestam mais e mais o cinema mainstream norte-americano?
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