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Debora Gurgel: pianista paulista revela maturidade e elegância em CD solo

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                                                                               Photo by Dani Gurgel/Divulgação
Atuante na cena da música instrumental de São Paulo, a pianista e arranjadora Debora Gurgel lança seu primeiro álbum solo (distribuido pela Tratore), com dez composições próprias. O trio com o baixista Sidiel Vieira e o baterista Thiago “Big” Rabello é reforçado, em algumas faixas, por outros músicos talentosos, como o trompetista Daniel D’Alcântara e o saxofonista Vitor Alcântara.

O jazzístico choro “Pros Mestres”, dedicado pela pianista a Amilton Godoy (Zimbo Trio), César Camargo Mariano, Chick Corea e Pixinguinha, já revela suas influências. O lirismo de “Reencontro”, colorida por um naipe de sopros, o contagiante sotaque latino de “Das Américas” e o inusitado maracatu “Clara da Luna”, com citações de “Clair de Lune” (Debussy), chamam atenção de cara.


Debora ainda inclui no repertório a canção “Despedida” e o samba “Encrenca”, parcerias com Dani Gurgel, sua filha, que também contribui com os vocais. Um álbum elegante e maduro, que só poderia ter nascido com a experiência e a evidente paixão pela música. 

(resenha publicada no "Guia Folha - Livros, Discos, Filmes", edição de 30/6/2012)

Fred Hersch: dez canções de Tom Jobim em releituras bem livres e pessoais

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Apesar de até já ter se apresentado no Brasil, o pianista Fred Hersch, hoje com 55 anos, ainda é, estranhamente, pouco conhecido por aqui, talvez pelo fato de seus mais de trinta discos não terem recebido edições nacionais. Esse ineditismo é enfim rompido com este belo álbum dedicado à obra de Tom Jobim (lançamento Biscoito Fino), cujas canções freqüentam o repertório desse músico norte-americano desde a década de 1970.

Como jazzista criativo e original que é, Hersch passa longe da obviedade. Optou por releituras bem livres para piano solo de dez canções de Jobim, imprimindo nelas sua própria personalidade sem trair a essência musical do autor. Recria clássicos da bossa nova, como “Desafinado” e “Meditação”, sugerindo imaginários contrapontos e encadeamentos harmônicos. Já as versões de “Por Toda a Minha Vida” e “Luiza” revelam um Jobim mais próximo ainda do impressionismo de Debussy (1862-1918). Fãs do lírico pianista Bill Evans (1929-1980), a quem Hersch também já dedicou um tributo, certamente vão gostar. 


(texto publicado no "Guia Folha - Livros, Discos e Filmes", em 26/11/2010) 



 

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