Quinteto Violado: show, exposição e livro comemoram os 40 anos do grupo

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Um dos grupos mais originais e longevos na história da música popular brasileira, o Quinteto Violado encerra neste fim de semana, na Caixa Cultural, em São Paulo, a temporada de espetáculos gratuitos em comemoração a seus 40 anos de carreira. Uma exposição multimídia sobre a obra do grupo integra o evento, que já percorreu outras quatro capitais do país.

A trajetória do Quinteto Violado pode ser apreciada também na recém-lançada biografia “Lá Vêm os Violados” (Edições Bagaço), do jornalista e crítico musical paraibano José Teles, autor de “Do Frevo ao Manguebeat” (Editora 34, 2000), entre outros livros sobre a música de Pernambuco.

Apoiando-se em entrevistas e vasto material de arquivo, Teles aborda em sua narrativa os 39 discos (muitos ainda não editados em CD), os espetáculos musicais e as turnês desse grupo pernambucano, que hoje conta com apenas um remanescente da formação original: o violonista e também paraibano Marcelo Melo.

Influenciado pelo seminal Quarteto Novo (de Hermeto Pascoal, Heraldo do Monte, Théo de Barros e Airto Moreira), ao qual foi muitas vezes comparado, o Quinteto Violado estreou em disco, em 1972, já em meio a grande expectativa, graças a elogios do tropicalista Gilberto Gil amplificados pela mídia nacional.

“Mas o que é que o Quinteto Violado trazia em seu matulão para atrair tamanha atenção? A música da região nordestina, mais a pernambucana, com um tempero pop, palatável. Somente em Pernambuco poderia ter surgido um conjunto assim”, afirma o autor, destacando que um dos méritos do grupo foi ter divulgado, fora de seu Estado, ritmos pouco conhecidos, como o maracatu, a ciranda ou mesmo o frevo.

Teles também observa ao longo do livro que a música do grupo nem sempre foi bem compreendida pela imprensa do eixo Rio-São Paulo. Eram frequentes, por exemplo, as errôneas associações do Quarteto Violado ao Movimento Armorial, liderado pelo escritor e “guru” Ariano Suassuna. “Com exceção da utilização de elementos da cultura popular, nada convergia para a semelhança estética ou ideológica do QV com os Armoriais”, afirma o jornalista.

De sensação na cena musical brasileira dos anos 1970, o grupo pernambucano se viu relegado à produção independente, nas décadas seguintes, com menor exposição nacional, mas não desistiu. Já nos anos 1990, seu álbum “Quinteto Canta Vandré” (1997) voltou a atrair grande interesse no resto do país.

Bem recebido também foi o CD “Farinha do Mesmo Saco” (1999), no qual o grupo interpretou repertório de compositores da nova cena musical pernambucana, como Chico Science, Jorge Du Peixe, Fred 04, Ortinho e Lenine. Como já fazia desde 1972, o Quinteto Violado misturou mais uma vez, nessas gravações, tradição e contemporaneidade, imprimindo sua estética sonora. Não é à toa que continua a ser uma referência na música popular brasileira.


(texto publicado parcialmente na Folha de S. Paulo, edição de 7/04/2012)

 

2 comentários:

euGenius disse...

Bom dia Carlos,

primeiramente desculpe-me por fazer contato pelo comentário de seu post, mas não encontrei outra forma de fazê-lo.

Me chamo Eugênio Telles e integro a equipe de produção do FBI - Festival de Bandas Independentes. Este festival, a ser realizado de julho a novembro deste ano, cuja divulgação e promoção já começaram, visa promover integração cultural entre os artistas independentes do gênero musical Rock, em todas as suas vertentes, da cidade do Rio de Janeiro.

No projeto em link a seguir, apresentamos a justificativa do evento, cronogramas, estratégias e contrapartidas aos patrocinadores/parceiros/apoiadores do evento. http://www.fbi.mus.br/projeto-cultural-FBI2012-Os-poetas-estao-vivos-divulgacao.pdf

O evento tem como responsabilidade social a valorização do artista independente da cidade, oferecendo oportunidade profissional de mostrarem seus trabalhos. Também nos comprometemos com a cultura, resgatando a memória de grandes artistas do gênero, suas obras e seus exemplos, levando-a a todas as pessoas que se relacionarem com o evento.

Desta maneira, acreditamos que seria de grande valia estabelecer uma parceria contigo, pela sua história de compromisso com a cultura, com a música e com o rock.

Desde já agradeço à atenção dada a este contato e à proposta. Acreditamos muito no potencial deste projeto. Já temos confirmados no apoio do evento nomes como Dicastro (Sangue da Cidade), Cicero Pestana (Dr. Silvana), Geovane Bento (empresario do Da Ghama, ex-Cidade Negra e de bandas como LS Jack, Jota Quest, Biquini Cavadão e Douglas Malharo - produtor artistico do Lapa 40º e já tocou com Rappa, Cassia Eller e outros grandes nomes do Rock Nacional), Da Ghama (ex-Cidade Negra), Tchello (Baixista e produtor do Detonautas) dentre outros nomes de produtores de peso da cena cultural carioca.

Coloco-me à disposição para conversar sobre o projeto e esclarecer quaisquer dúvidas.

Muito obrigado.

Atenciosamente,
Eugênio Telles - Gerente de Comunicação FBI
www.fbi.mus.br
www.facebook.com/ospoetasestaovivos
www.twitter.com/fbirock
(21)9277-9856

Carlos Calado disse...

Olá, Eugênio,
Agradeço seu interesse, mas, apesar de já ter escrito um livro sobre os Mutantes, nos últimos anos tenho me dedicado a outras vertentes musicais, como você pode ver neste blog.
De todo modo, desejo boa sorte ao seu projeto. Abraço!

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