Jericó: trompetista da Banda Mantiqueira lança seu primeiro disco aos 80 anos

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                                      O trompetista Odésio Jericó, em show na Casa de Francisca, em São Paulo 

A plateia que esteve ontem na Casa de Francisca, em São Paulo, saiu de lá mais leve e animada. Não bastasse a música instrumental brasileira de alto quilate que se ouviu durante duas horas, a admiração e o carinho que os músicos demonstraram no palco por Odésio Jericó conceituado trompetista pernambucano radicado em São Paulo, que está lançando seu primeiro disco aos 80 anos  foi praticamente uma aula de fraternidade ministrada por nove instrumentistas de diversas gerações. 

Projeto idealizado e dirigido pelo trompetista Nahor Gomes (colega de Jericó na Banda Mantiqueira), o CD “Disco do Jericó -
Um músico imensamente brasileiro” é um saboroso panorama musical da carreira desse veterano instrumentista. Em 65 anos de carreira, Jericó emprestou as belas sonoridades de seu trompete e de seu flugelhorn a famosas orquestras, como as de Silvio Mazzucca, Carlos Piper e Osmar Milani. Também tocou e gravou com grandes artistas de diversos gêneros musicais, como Elza Soares, Nelson Gonçalves, Arrigo Barnabé e Trio Mocotó. 

Com uma trajetória tão extensa não deve ter sido fácil escolher as nove faixas do álbum, que combina clássicos do samba, da MPB e da bossa nova, como “Sem Compromisso” (de Nelson Trigueiro e Geraldo Pereira), “Estrada do Sol” (Dolores Duran e Tom Jobim), “O Que É Amar” (Johnny Alf) e “Influência do Jazz” (Carlos Lyra). E ainda o divertido “Garapa”, choro com sabor de gafieira, assinado pelo próprio Jericó.

Nailor Proveta, Edson Alves, João Lenhari, Rubinho Antunes, Mauricio “Laws” de Souza e Thiago Alves, que assinam os arranjos do álbum, assim como Cássio Ferreira e Ubaldo Versolato (saxofones), Nahor Gomes e João Lenhari (trompetes), Jorginho Neto (trombone), Beto Salvador (piano), Marinho Andreotti (contrabaixo) e Rodrigo Marinonio (bateria), que participaram do show, estão entre os 79 músicos, produtores, técnicos, artistas gráficos e outros parceiros e amigos que ajudaram a viabilizar o álbum de Jericó. Uma prova carinhosa e muito musical de que nem tudo está perdido ainda no Brasil.







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