Sesc Jazz: novo festival mantém a diversidade e a alta qualidade do Jazz na Fábrica

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                                                              O pianista cubano Omar Sosa, atração do festival Sesc Jazz 

Dois dos melhores festivais brasileiros dedicados ao jazz e à música instrumental se uniram. O Sesc Jazz estreia em agosto, somando a experiência de sete edições do festival paulistano Jazz na Fábrica com os seis anos do Sesc Jazz & Blues, realizado em várias cidades do interior paulista. Quem já se acostumou a frequentar esses eventos anuais pode ficar tranquilo, pois a linha da curadoria é a mesma: diversidade e alta qualidade musical, em uma programação com 22 atrações internacionais e nacionais.

Os shows do Sesc Jazz serão realizados durante três semanas (de 14/8 a 2/9), em oito unidades do Sesc paulista: Pompeia (na capital, que vai receber o maior número de atrações), além das unidades interioranas de Araraquara, Birigui, Campinas, Jundiaí, Piracicaba, Ribeirão Preto e Sorocaba. A programação já está disponível no portal do Sesc (www.sescsp.org.br/programacao/161482_SESC+JAZZ+2018#/content=programacao). A venda de ingressos começa no dia 26/7, pelo portal, e no dia seguinte também nas bilheterias das unidades do Sesc SP.

Quem abre essa maratona musical, no Sesc Pompeia (dias 14 e 15/8), é o veterano guitarrista norte-americano James “Blood” Ulmer e sua eletrizante fusão de jazz de vanguarda, funk e blues. Além de trazer a Memphis Blood Blues Band, Ulmer também terá a companhia de outro gigante da guitarra: Vernon Reid (líder da banda de funk-metal Living Colour), em participação especial.

Vários estilos de jazz estão representados no cardápio desse festival: o hard bop do trompetista norte-americano Charles Tolliver; o jazz mainstream da pianista canadense Renee Rosnes; as fusões eletrificadas do tecladista nova-iorquino Jason Lindner; o free jazz do saxofonista norte-americano Archie Shepp (na foto baixo), que fará um tributo a seu mentor John Coltrane (1926-1967). E para quem gosta de jazz de vanguarda e/ou experimental, há ainda três craques dessa vertente: o pianista Vijay Iyer (norte-americano de ascendência indiana), o saxofonista Henry Threadgill e o guitarrista (inglês) Fred 
Frith.

Outras atrações comprovam que, ao ser cultivado nos mais diversos cantos do mundo, o jazz se se tornou uma linguagem universal. Isso é evidente na música do pianista Isfar Sarabski (da pequena República do Azerbaijão, entre a Ásia e a Europa), que funde a música folclórica de seu país com elementos do jazz moderno. Já o pianista italiano Stefano Bollani, além de ser um dos mais criativos jazzistas de seu país, cultiva uma íntima relação com a música popular brasileira, exibida em vários de seus discos. 

Diversos gêneros musicais convivem no repertório da cantora espanhola Buika, cujas referências vão do flamenco ao jazz, passando pelo blues, pelo soul e pelo bolero. Multifacetada também é a música do pianista cubano Omar Sosa, que combina a linguagem do jazz com os ritmos afro-cubanos, em meio a influencias da música clássica ou mesmo da música pop.

O Brasil também está muito bem representado nesse festival. A começar pelo brilhante quarteto formado por Tutty Moreno (bateria), Rodolfo Stroeter (contrabaixo), Nailor Proveta (saxofone e clarinete) e André Mehmari (piano), que recria populares canções do mestre baiano Dorival Caymmi.

Outro destaque é o sexteto do pianista e compositor Dom Salvador, paulista radicado há mais de 40 anos em Nova York. Expoente do samba-jazz, ele volta ao país para comemorar seus 80 anos. O elenco nacional inclui ainda o septeto do baixista Itiberê Zwarg (que vai lançar um novo disco pelo Selo Sesc), o pianista paraibano Salomão Soares e o guitarrista paulistano Lourenço Rebetez.


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