Caixa Cubo: trio paulista prova que jovens tambem gostam de música instrumental

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Quem ainda acredita na falácia de que os jovens não se interessam por musica instrumental precisa conhecer o Caixa Cubo Trio. Depois de se apresentarem em festivais de jazz pela Europa, o pianista Henrique Gomide, o baterista João Fideles e o contrabaixista Noa Stroeter vão lançar “Misturada”, quarto disco do grupo, com show no Sesc Pompeia, em São Paulo, nesta segunda-feira, dia 6.

“Vamos tocar boa parte dos temas que gravamos no álbum ‘Misturada’”, diz Gomide, que criou o Caixa Cubo em 2007, ainda tocando em duo com Fideles, quando estudavam na Universidade de São Paulo.

Uma das características que mais chamam atenção na trajetória desse grupo é o fato de seus quatro discos gravados serem bem diferentes entre si. “Temos a preocupação de nunca estacionar, de constantemente formar novas parcerias, achar novas maneiras de tocar, de ouvir”, afirma o pianista.

Graças ao interesse dos integrantes do Caixa Cubo por diversos gêneros, como o jazz, a música eletrônica, a música clássica e a música instrumental brasileira, o trio tem explorado em suas gravações e shows um repertório bem eclético.

“Acho que o fato de os nossos álbuns serem bem diferentes entre si mostra um pouco dessa nossa vontade de estar sempre renovando e atualizando o projeto”, considera o pianista e compositor.

Desde que o Caixa Cubo assumiu o formato de um trio (com o ingresso do contrabaixista Noa Stroeter, três anos atrás), seu repertório cresceu. Atualmente, segundo Gomide, inclui mais de 200 musicas.

“O plano agora é continuar destrinchando as possibilidades do trio, com enfoque no novo repertório de músicas autorais, mas sempre trazendo ao palco diferentes convidados para contribuir com novas vozes e idéias para a roda”, comenta o pianista. Como convidados, no show desta segunda, estarão os saxofonistas Teco Cardoso e Vinicius Dorin.

O trio vai exibir suas releituras de alguns clássicos da música instrumental brasileira, como “Amphibious” (de Moacir Santos) e “Pirambeira” (de Laércio de Freitas), assim como versões instrumentais das canções “Maricotinha” (Dorival Caymmi) e “Ponteio” (Edú Lobo).

“Vamos aproveitar a oportunidade para tocar arranjos inéditos, como o que fizemos para um tema do grande Nenê baterista. Pode-se dizer que uma parte do repertório do show já indica algumas das direções para o nosso próximo álbum”, comenta Gomide.


Boa chance para se ouvir ao vivo um dos grupos mais promissores da nova geração da música instrumental brasileira. 

(texto originalmente publicado na versão online da "Folha de S. Paulo", em 6.4.2015)

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