Festival Jazz & Blues de Guaramiranga: quinteto Vento em Madeira abre evento cearense

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O quinteto instrumental paulistano Vento e Madeira abre amanhã (1º/3) a 15ª edição do Festival Jazz & Blues, que será realizada nas cidades de Guaramiranga e Fortaleza, no estado do Ceará. Baseado na criativa parceria que a flautista Léa Freire e o saxofonista e flautista Teco Cardoso desenvolvem desde a década de 1970, o grupo destaca também o pianista Tiago Costa, o baixista Fernando Demarco e o baterista Edu Ribeiro.

Depois de promover um ensaio aberto, às 17h, na Cidade Jazz & Blues, o Vento em Madeira vai se apresentar às 21h30, com participação especial da cantora Mônica Salmaso, presente também em “Brasiliana” (2013), o segundo álbum do quinteto. Quem abre a noite é o grupo local Marimbanda.

O festival prossegue até dia 4/3 (terça), em Guaramiranga, com as apresentações de Edu Lobo, do guitarrista Robertinho de Recife, de Francis e Olivia Hime, da violinista e cantora cubana Yilian Cañizares, de Itiberê Zwarg e Grupo, do harpista colombiano Edmar Castañeda e do guitarrista Artur Menezes, entre outras atrações.

A programação em Fortaleza, nos dias 6 e 7/3, é mais reduzida: inclui shows de Robertinho de Recife, Big Band Unifor, Lidia Maria, Edmar Castañeda e Andrea Tierra. Um dos maiores eventos do gênero no Brasil, o festival cearense também oferece atividades didáticas nas áreas de música e gastronomia.

Mais informações no site do Festival Jazz & Blues

Gravadora Kuarup: mais um pacote de CDs com preciosidades fora de catálogo

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Descontinuada em 2009, depois de investir por três décadas em um catálogo musical de alta qualidade (choro, samba, ritmos do Nordeste, até música caipira), a gravadora Kuarup voltou a distribuir suas gravações no mercado em 2011.

Seu novo pacote de reedições é precioso, especialmente para fãs da música instrumental. “Raphael Rabello & Dino 7 Cordas” (1991) reúne dois expoentes do violão brasileiro, em criativas releituras de choros e sambas de João Pernambuco, Pixinguinha e Garoto, entre outros. Repertório semelhante ao que Baden Powell, outro gigante desse instrumento, dedilha com garra, em “Ao Vivo no Rio Jazz Club” (1990).

Mestre da sanfona, o paraibano Sivuca reencontrou, em 2004, as cordas do Quinteto Uirapuru. Com lirismo e sensibilidade, toca suas parcerias com Glória Gadelha, além de homenagear Astor Piazzolla e Tom Jobim.

Gravado em 1978, em São Paulo, “Cartola ao Vivo” registra o último show do sambista carioca. Ao lado do Regional do Evandro, ele revisita, com a voz ainda em boa forma, alguns de seus sambas mais populares, como “Acontece” e “O Mundo É um Moinho”.


Em “Cida Moreyra Canta Chico Buarque” (1993), a intérprete paulista empresta sua bagagem teatral a 18 canções e sambas do compositor carioca, como “Gota d’Água” e “Geni e o Zepelin”, com arranjos de Gil Reyes.

Finalmente, em “Viola Caipira” (2002), o violeiro mineiro Chico Lobo interpreta modas e toadas de sua autoria. Também rende homenagens às suas influências, abrindo espaço para grupos regionais de catira e folias de reis. Pérolas da diversidade brasileira.

Resenha publicada originalmente no "Guia Folha - Livros, Discos, Filmes", em 22/2/2014

Carlos Careqa: compositor diverte e incomoda com canções infantis feitas para adultos

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Melhor tirar as crianças da sala, assim como os adultos mais pudicos ou conservadores. Os títulos de algumas faixas deste álbum – “Exame de Fezes”, “Meleca”, “Autofelacio” – já sugerem que o irreverente Carlos Careqa não é um desses autores de canções infantis, que marmanjos de 30 ou 40 anos idolatram sem o menor pudor. Hilário nos vocais, Careqa aborda temas incômodos, como sexo, masturbação e velhice, com humor e escancaradas doses de sacanagem e escatologia.

Os arranjos criados por Mario Manga e Marcio Nigro, que também tocam diversos instrumentos, são bem divertidos: como o do “Rap do Peido”, que utiliza sons de flatulências, ou o de “Meleca”, com um naipe de violoncelos daqueles que grudam no ouvido. Em meio à atual ditadura do “politicamente correto”, Careqa faz lembrar que as crianças são bem mais espertas do que mostram, na TV, os comerciais de biscoitos. 

Resenha publicada originalmente no "Guia Folha - Livros, Discos, Filmes", em 22/2/2014

Péricles Cavalcanti: cantor e compositor convida ouvinte a dançar e sorrir

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Esqueça aqueles discos convencionais, com uma dúzia de canções parecidas, o mesmo intérprete e os mesmos instrumentos em todas as faixas. Compositor da geração de Caetano Veloso e Gilberto Gil (tornaram-se amigos em Londres, nos anos 1970), Péricles Cavalcanti reúne um extenso elenco de convidados, usa combinações sonoras incomuns e mistura ritmos e gêneros, nas 18 faixas e vinhetas de “Frevox” (lançamento do selo DeleDela).

Cantada por Karina Buhr, “Pregão Pop” sintetiza na letra a diversidade de referências do compositor (“eu vendo rock /baião e xote /quem quer um tango /olha o fricote”), que combina sanfona, guitarra, percussões e um inusitado serrote, no arranjo. “Sex-Maxixe”, com vocais de Arrigo Barnabé, é uma divertida paródia do popular funk “Sex Machine”, de James Brown. Artesão bem humorado da canção, Péricles convida seu ouvinte a dançar e sorrir.


 Resenha publicada originalmente no "Guia Folha - Livros, Discos, Filmes", em 22/2/2014

 

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