3º Jazz na Fábrica: festival oferece abrangente painel do 'world jazz' em São Paulo

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Anote em sua agenda: os ingressos para a terceira edição do festival Jazz na Fábrica, no SESC Pompéia, em São Paulo, começam a ser vendidos nesta quinta-feira (25/7), a partir das 14h. Com uma programação recheada de músicos conceituados e revelações do jazz, como os pianistas McCoy Tyner e Edsel Gomez, as cantoras Cassandra Wilson (na foto abaixo) e Macy Gray, o organista Dr. Lonnie Smith (na foto à esq.), o baixista Richard Bona, o trompetista Ibrahim Maalouf e os saxofonistas David Murray e Roscoe Mitchell, entre outros, os ingressos para os shows mais disputados devem acabar em poucas horas. Até porque os preços – que variam de R$ 50 (inteira) a R$ 4 (trabalhadores no comércio), dependendo do show – são bem razoáveis frente à altíssima média praticada na programação musical paulista.

Realizado em um mês diferente a cada ano, desta vez o Jazz na Fábrica vai acontecer de 1° de agosto a 1º de setembro, no Teatro, na Choperia e em outros espaços da unidade do Sesc Pompéia. Com mais de 30 atrações, a programação cobre diversas correntes do jazz moderno e contemporâneo no mundo, abrindo espaço também para a música instrumental do Brasil e da América Latina.


“O jazz, um fenômeno que ao longo do século XX influenciou as mais diversas culturas musicais mundo afora, recebeu e continua recebendo influências diversas”, comenta Thiago Freire, técnico do SESC e integrante da curadoria do evento. “O jazz é, para nós, um palco de encontro entre essas múltiplas referências. Estamos olhando especialmente para as ‘periferias’ e trazendo, ao lado de grandes nomes tradicionais do jazz americano e brasileiro, artistas importantes da América Latina e da África, bem como nomes que ousam experimentos sonoros”.

O festival já começa com uma atração musical de peso, que será exibida da nos dias 1º, 2 e 4 de agosto: o inventivo pianista e compositor norte-americano McCoy Tyner (na foto abaixo). Não bastasse ter participado de um dos quartetos de jazz mais influentes na história do jazz, o John Coltrane Quartet, Tyner desenvolveu um estilo absolutamente original ao piano, em sua longa carreira de solista e compositor.



Como nas edições anteriores, o jazz mais experimental, também conhecido como “free jazz”, está bem representado no elenco, Além do veterano Roscoe Mitchel, integrante do lendário Art Ensemble of Chicago, ou do saxofonista Ivo Perelman, brasileiro radicado nos EUA, esse segmento inclui também o trio Sun Rooms, que destaca o vibrafone furioso de Jason Adasiewicz.

Os fãs que sentiram a falta de vocalistas, no festival do ano passado, não podem reclamar. Desta vez, além do vozeirão de Cassandra Wilson, umas das grandes cantoras de jazz da atualidade, o Jazz na Fábrica trará ainda Macy Gray, estrela do R&B e do soul, que vem como convidada da big band do saxofonista David Murray. Também com um pé no R&B e no funk, o organista Dr. Lonnie Smith (na foto à esquerda) já tem um grande fã clube paulistano, depois de se tornar a sensação do Chivas Jazz Festival, em 2008.

O elenco nacional destaca Eliane Elias, ótima pianista paulista radicada há décadas nos EUA que tem investido mais em sua faceta de cantora, o piano de João Donato, um dos pioneiros da bossa nova, além de nomes de alto calibre na cena brasileira da música instrumental e do jazz, como o trombonista carioca Raul de Souza, o Duo Nazário, o pianista paulista Benjamim Taubkin, o quinteto do saxofonista baiano Letieris Leite e o guitarrista gaúcho Alegre Corrêa.


Uma boa sacada desta edição é a série de shows intitulada Café com Leite, que destaca revelações das cenas instrumentais de São Paulo e Minas Gerais, como o baixista Frederico Heliodoro, o baterista Felipe Continentino e o trombonista Jorginho Neto. Também acompanhado por brasileiros, o criativo pianista porto-riquenho Edsel Gomez (na foto ao lado), morou por alguns anos em São Paulo, na década de 1990. Representando a cena jazzística latino-americana, vêm ainda o flautista boliviano Álvaro Montenegro e o baixista chileno Christian Galvez.

Compondo um panorama do que se chama hoje de “world jazz”, o elenco inclui ainda a cantora Angolana Afrikkanittha, o baixista e cantor camaronense Richard Bona, o trompetista franco-libanês Ibrahim Maalouf, o guitarrista austríaco Wolfgang Muthspiel, a banda suíça No Square e a francesa Et Hop. Um painel tão abrangente e diversificado como raramente se viu em festivais do gênero em nosso país.

Mais informações sobre o evento, no site do Sesc São Paulo.

4 comentários:

Pedrita disse...

deverá ser bacana. sempre lembro do seu livro sobre jazz que li, aquele da editora perspectiva. beijos, pedrita

Carlos Calado disse...

Obrigado pelos comentários que você tem feito, Pedrita. Beijo!

Pedrita disse...

oi carlos, eu que agradeço o seu blog. sou uma blogueira viciada, há 11 anos tenho o meu blog.

Carlos Calado disse...

Então deixe aqui o link do seu blog, Pedrita, que eu quero conhecer.

 

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