Mostra Tom Jobim EMESP: Gonzalo Rubalcaba toca em evento com feras do jazz mundial

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                                                              O pianista cubano Gonzalo Rubalcaba / Divulgação
 
O formato, com concertos em diversos teatros e auditórios da capital paulista, lembra o dos festivais de jazz de Nova York e Montreal. E o elenco musical, que destaca jazzistas do primeiro time, como o pianista Gonzalo Rubalcaba e a band leader e arranjadora Maria Schneider, é de fazer inveja a muitos eventos do gênero.

Depois dos shows do pianista César Camargo Mariano e da cantora cubana Yusa durante a noite de abertura, a terceira edição da Mostra Tom Jobim Emesp (Escola de Música do Estado de São Paulo) prossegue com a apresentação do cubano Gonzalo Rubalcaba, hoje, no Teatro Alfa, em São Paulo.

Com improvisos inventivos e seu toque sutil (veja alguns videos abaixo), esse pianista radicado nos EUA já lançou mais de vinte discos individuais. Em suas composições, influências do jazz moderno e da música clássica convivem com a diversidade rítmica da melhor tradição afro-cubana.

A mostra se estende até dezembro, com destaque para as apresentações da orquestra regida pela norte-americana Maria Schneider, formada por alguns dos melhores instrumentistas de São Paulo, como o saxofonista Vinícius Dorin e o acordeonista Toninho Ferragutti, no Sesc Pinheiros (em 7 e 8/12). Compositora criativa, desta vez ela promete exibir material inédito.

Outra atração de peso, na Mostra da Emesp, é o duo da vocalista Maria João com o pianista Mário Laginha, ambos portugueses, que fecham o evento no Museu da Casa Brasileira (em 12/12). Essa parceria mujsical, iniciada em 1994, já rendeu diversas gravações. A cumplicidade e a abertura para correr riscos são marcas dessa inventiva dupla. 


                                                                Paulo Braga, pianista e curador da Mostra da EMESP

Intercâmbio musical e pedagógico - Falando por telefone à Folha, de Nova York, Paulo Braga, pianista e curador da mostra, chama atenção para uma parceria estabelecida pela Emesp com a conceituada Juilliard School. Além de dar aulas para os alunos do departamento de jazz dessa escola, ele e seu quarteto vão gravar um CD e tocar no festival Vozes da América Latina, do Carnegie Hall, no próximo dia 20/11.

“É o início de uma série de parcerias. Já falamos com o Conservatório de Amsterdã, que também se interessou. Nosso sonho é ver alunos estrangeiros estudando em São Paulo, assim como nossos alunos poderem se aprimorar fora do país. A música brasileira é uma forte moeda de troca”, diz Braga, que vai tocar em Nova York acompanhado por Edu Ribeiro (bateria), Eduardo Neves (sax e flauta) e Mario Andreotti (baixo).

Os quatro músicos e professores da Emesp vão passar uma semana ensaiando com os alunos da Juilliard, para a gravação do CD. “Chamaram a gente especialmente para tocar música brasileira”, conta o pianista. No repertório escolhido pelo quarteto para a gravação e o concerto na programação do Carnegie Hall devem entrar composições de Moacir Santos, Villa-Lobos, Nelson Cavaquinho e Mané Silveira, além de composições próprias.

“Se já temos uma escola de música forte, que trata bem a música brasileira e conta com muitas feras entre os professores, o aluno que vier da Dinamarca, do Japão ou de outros lugares, para estudar um tempo em São Paulo, certamente vai voltar com uma pronúncia diferente do que ele conseguiria fazendo um curso de música em Boston, por exemplo”, comenta o pianista e curador da mostra.


Mais informações no site da Mostra Tom Jobim EMESP


(texto publicado na "Folha de S. Paulo", parcialmente, em 16/11/2012)


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