Trombone Shorty: símbolo de New Orleans, músico vai tocar em SP e Rio

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Uma enquete para escolher um símbolo da reconstrução da cidade norte-americana de Nova Orleans, devastada pelo furacão Katrina, em 2005, incluiria hoje, certamente, o músico Trombone Shorty, 26, entre os indicados.

Nos últimos anos, graças à repercussão de seus shows vibrantes e dos elogiados álbuns “Backatown” (2010) e “For True” (2011), Shorty viu seu prestígio crescer dentro e fora dos EUA. De jovem revelação da música de Nova Orleans, tornou-se um de seus astros internacionais.

Não foi por outro motivo que o New Orleans Jazz & Heritage Festival – um dos maiores eventos musicais do mundo, que está exibindo centenas de atrações até o próximo domingo (dia 6/5) – escolheu Shorty para ilustrar seu pôster oficial da edição deste ano.

“É muito excitante ser um representante da cultura desta grande cidade. Eu me sinto muito honrado ao saber que me vêm assim”, disse o músico e cantor à "Folha de S. Paulo", por telefone, no último sábado, véspera de seu show no maior palco desse festival, onde também estariam o pianista Dr. John e o rock star Bruce Springsteen.

Shorty, que veio ao Brasil para o Bourbon Street Fest, em 2010, vai voltar a tocar aqui. Será uma das atrações do 2º BMW Jazz Festival, em São Paulo (dia 9/6, no Via Funchal) e no Rio (dia 12/6, no Teatro Oi Casagrande). 


“Foi muito legal perceber que os ritmos brasileiros são muito próximos dos estilos de música que tocamos aqui em Nova Orleans”, diz o trombonista, lembrando-se da visita anterior. “A plateia brasileira realmente curte música e reage a tudo que acontece no palco”.


Como outros talentos da nova geração de sua cidade, Shorty (cujo nome verdadeiro é Troy Andrews) não se limita a uma vertente musical. O repertório de sua banda, a Orleans Avenue, mistura funk, rock, soul, jazz e hip hop, com muita energia no palco. Uma fusão dançante que ele mesmo rotulou de “supafunkrock”.

Outro motivo para o aumento da popularidade de Shorty, nos últimos anos, é sua presença na reveladora série de TV “Tremé” (veiculada pelo canal pago HBO), que recria de forma ficcional o cotidiano dos habitantes de Nova Orleans em meio ao processo de sua reconstrução.

“Tenho perdido as filmagens, porque estou viajando muito, mas devo participar da próxima temporada. A música de Nova Orleans nunca esteve tão bem representada antes na TV”, afirma o instrumentista.

Consciente de que faz parte de uma tradição musical, Shorty diz que vai lançar em breve uma fundação para ajudar músicos jovens com poucos recursos. “Minha ideia é fornecer instrumentos decentes para esses estudantes. Será minha contribuição para que o legado musical de Nova Orleans continue”.


(texto publicado na "Folha de S. Paulo", em 30/4/2012)

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