Amanda Shaw: violinista de New Orleans vem ao Brasil para o Bourbon Street Fest

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                                                                                                         Foto: Carlos Calado

Fora do palco, ela parece uma garota como outras do sul dos EUA. Mas, com o violino na mão, a pequena e simpática Amanda Shaw cresce e se destaca. Não é à toa que, aos 20 anos, ela é considerada uma das maiores revelações da cena musical de Nova Orleans, na última década.

Foi o próprio diretor do Jazz & Heritage Festival, Quint Davis, que a apresentou à plateia, anteontem, como “a queridinha de Nova Orleans”. Carinho que essa garota nascida em Covington, no interior da Louisiana, vem retribuindo como uma espécie de embaixatriz da cultura local.

“Já toquei em todos os cantos dos EUA e em muitos países. Então posso dizer que não existe um lugar como este no mundo. Nova Orleans é uma cidade tão musical é única, que você pode ouvir música ao vivo, num boliche, num barco, até num cemitério”, disse ela à "Folha".

Amanda começou a tocar violino com 4 anos. Aos 9, já dava “canjas” em clubes, incentivada por figurões da cena local de blues, como Marva Wright e Rockin’ Dopsie Jr. Antes de se decidir pela carreira musical, chegou a atuar em dois filmes da Disney, mas diz que não gostou dessa experiência.

“Durante as filmagens tive que conviver com aquelas garotas que não gostam de comer. Elas só comiam alface, nada mais, todos os dias. Jamais recuso uma lagosta ou carne. Adoro comer”, diz, rindo.

De formação erudita, Amanda conta que seu professor de violino ficou furioso, quando ouviu que ela também queria tocar e cantar música popular. Hoje, por sinal, seu repertório mistura blues, rock, cajun e outros gêneros locais.

“Meu professor achava que o clássico era o único caminho para uma instrumentista como eu. Depois de ouvir B.B. King ou Billie Holiday, entendi que a melhor música é a que sai do coração”, diz ela.
 

Amanda Shaw será uma das atrações da nona edição do Bourbon Street Fest, agendado para agosto, em São Paulo, Rio, Belo Horizonte e Brasília. O produtor Edgard Radesca, que está em Nova Orleans para programar o evento, confirmou também os nomes do trombonista Delphayo Marsalis e da Dirty Dozen Brass Band.

Outro músico de Nova Orleans que vai se apresentar em São Paulo (no festival Jazz na Fábrica, dias 14 e 15/5, no Sesc Pompéia), o trompetista Christian Scott surpreendeu a platéia do Jazz Fest, anteontem, com uma cena inusitada. No meio de seu show, chamou a namorada, ajoelhou no palco e a pediu em casamento, aplaudido pela platéia.

(Texto publicado na "Folha de S. Paulo", em 7/05/2011)

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