New Orleans Jazz & Heritage Festival: evento tem mais rock e polêmica neste ano

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Começou, em Nova Orleans (sul dos EUA), a 42.a edição do Jazz & Heritage Festival. Um dos maiores do mundo no gênero, esse evento oferece, neste e no próximo final de semana, em 12 palcos com programação simultânea, mais de 400 atrações.

A expectativa dos produtores é reunir as maiores multidões já vistas no hipódromo local, que chegou a atrair 500 mil pessoas, em edições da década passada. Para isso contam com um elenco eclético, como de hábito, mas que nunca antes exibiu um número tão grande de bandas de rock e pop.


Nomes como os de Bon Jovi, Robert Plant, The Strokes, Arcade Fire, Wyclef Jean, Wilco, Jason Mraz, Lauryn Hill, Mumford & Sons e Jeff Beck, entre outros, estão entre as apostas da produção para conquistar novos contingentes de público que ainda não freqüentam esse evento.


Assim que foi divulgada, em janeiro, a programação tem gerado polêmica. Embora seja um evento fundamental para a economia da cidade, devastada pelo furacão Katrina, em 2005, o Jazz Fest (como é chamado pelos moradores locais) é também considerado peça-chave para a identidade cultural da região.


Não é por outra razão que, todos os anos, astros da eclética cena musical local, como Neville Brothers, Dr. John, Allen Toussaint, Terence Blanchard, Tab Benoit, Galactic, Trombone Shorty e Nicholas Payton, entre centenas de outros, disputam as maiores platéias do evento com as atrações de fora.


O acirramento da polêmica sobre o espaço dado ao rock e ao pop é evidente na entrevista de Irma Thomas (conhecida como a “rainha do soul de Nova Orleans”; na foto acima) à revista “OffBeat”. Escalada para cantar antes do show de Bon Jovi, ela corre o risco de ser vaiada por fãs da banda, como aconteceu com Dr. John, em 2009.


“Espero que não cometam esse erro com Irma Thomas”, disse ela. “Vou estar bem tranqüila, mas eles vão se arrepender se fizerem isso. Vaia é uma coisa estúpida”.


Favorável ao aumento das atrações de pop e rock, para tentar renovar o público do evento, o crítico Keith Spera, do jornal local “The Times-
Picayune”, escreveu: “Para se manter vitais, festivais requerem sangue novo. Em 2011, o Jazz Fest receitou a si mesmo uma transfusão completa”.

“Eu gostaria de saber quanto a AEG pagou a Spera por esse artigo”, retrucou um leitor, referindo-se à empresa internacional de entretenimento que se associou à produção do Jazz Fest, sete anos atrás, e também produz grandes eventos de rock e pop.


(texto publicado na “Folha de S. Paulo”, em 29/4/2011)

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