41° New Orleans Jazz & Heritage Festival: Trombone Shorty é um dos destaques

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Aos 24 anos, ele representa como nenhum outro músico jovem de Nova Orleans o destaque que essa cidade, conhecida como “berço do jazz”, tem conquistado nos EUA e na mídia internacional, especialmente após a estréia da série de TV “Tremé” (produção do canal pago HBO) e a inusitada vitória dos Saints, o time local de futebol americano, no Superbowl.

Mais conhecido como Trombone Shorty, o músico Troy Andrews acaba de lançar “Backatown” (selo Verve Forecast/Universal), seu primeiro CD produzido e distribuído por uma gravadora multinacional, com participações do astro pop Lenny Kravitz e do pianista Allen Toussaint, veterano da música local. No próximo domingo, esse trombonista e compositor se apresenta com sua banda Orleans Avenue no encerramento da 41ª edição do New Orleans Jazz & Heritage 

Festival, um dos maiores eventos musicais do mundo, onde tocou pela primeira vez com apenas 4 anos de idade.

“O Jazz Fest, como o chamamos em Nova Orleans, é muito importante em vários aspectos, não só para a economia da cidade, mas também para seus músicos”, diz Shorty, em entrevista à Folha. “Centenas de milhares de pessoas, vindas de muitos lugares, freqüentam nosso festival todos os anos. Além de se apaixonar pela cidade, elas descobrem os artistas e bandas locais e assim começam a acompanhar suas carreiras”.

Shorty, que atuou em alguns episódios de “Tremé”, se mostra bastante excitado pela repercussão da série. “Acho que ‘Tremé’ está contribuindo para que Nova Orleans seja colocada de uma vez por todas no mapa. Já era tempo de nossa cultura receber o reconhecimento que ela merece há mais de um século”, afirma o músico, que nasceu e cresceu nas proximidades da área de Tremé, subdistrito de New Orleans, retratada pela série.

Com shows confirmados em São Paulo, no próximo Bourbon Street Fest (de 14 a 22/8), Shorty avisa que trará ao Brasil a mesma banda e basicamente o mesmo repertório que vai exibir no festival de Nova Orleans. “Nosso som é extremamente dançante e energético. Nós o chamamos de ‘supafunkrock’, porque mistura rock, soul e funk com muita energia. Será uma festa tão animada quanto o carnaval do Brasil ou o de Nova Orleans”, compara.

Um dos raros músicos da Louisiana contratado hoje por uma grande gravadora, com distribuição internacional, Shorty também vai participar nesta semana do Sync Up, um simpósio anual sobre o mercado da música, que acontece em Nova Orleans. Sua carreira será debatida como um caso de sucesso.

“Só tenho 24 anos, mas comecei cedo e já tenho bastante para contar”, diz, consciente que já se transformou em um modelo imitado por muitos garotos da cidade que pretendem ser músicos. “Essa é outra razão pela qual quero progredir cada vez mais em minha carreira. Meu instrumento já me abriu muitas portas, é o meu passaporte”.

O New Orleans Jazz & Heritage Festival segue de hoje a domingo, com shows de Aretha Franklin, Elvis Costello, Pearl Jam. B.B. King e Wayne Shorter entre outros destaques. A expectativa é de que o evento bata seu recorde de público, aproximando-se de 600 mil expectadores. 


Texto publicado parcialmente na "Folha de S. Paulo", em 29/04/2010 

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